Publicado 16/08/2022 18:14
[ALERTA: este texto aborda assuntos como depressão e suicídio, o que pode ser gatilho para algumas pessoas. Caso você se identifique, tenha depressão ou pensamentos suicidas, procure apoio no Centro Voluntário à Vida pelo telefone 188]
Rio - O comediante Nizo Neto, participou do programa "Bac Cast", no ultimo dia 5 de agosto, e relembrou detalhes da morte do seu filho, Rian Brito, de 26 anos. Rian foi encontrado morto em janeiro de 2016 na Praia de Quissamã, no norte do estado do Rio.
O corpo do jovem foi achado dias após seu desaparecimento, desacordado após afogamento e já em decomposição, graças às altas doses de ayahuasca que o rapaz havia consumido. Mas, segundo Nizo, o processo da sua morte começou bem antes do incidente.
"Meu filho tomou ayahuasca, algumas doses, e teve um surto psicótico. Ele estava procurando uma forma espiritual de lidar com uma perda amorosa que ele teve e começou a tomar. Lá pela terceira ou quarta dose, ele pirou. Não queria mais comer. Dizia que, se fosse comer, estaria traindo a Deus". Rian então, precisou ser internado em uma clínica psiquiátrica.
Durante a busca espiritual, o filho do ator chegou ao centro fundado pela atriz Leona Cavalli, onde teve seu primeiro contato com o chá da planta. Os médicos alertaram Nizo assim que a esquizofrenia foi diagnosticada: "Ele começou a emagrecer demais. Um cara de 1,80m pesando 50 kg. Totalmente anoréxico e com a pele já acinzentada. Falaram [os especialistas]: 'se ele tomou ayahuasca, essa crise que ele está tendo... isso é clássico, é uma coisa muito séria, meio que um caminho sem volta'", contou o pai.
Nizo enfrentou críticas à época ao culpabilizar o uso de chá pela morte prematura de seu filho já que, de acordo com ele, o ayahuasca é uma droga. "Ouço relatos de quem tomou e curou a depressão, largou drogas e alcoolismo. Tem gente que diz: 'Tomei e passei muito mal, nunca mais vou tomar'. Tem gente que fala: 'Tomei e não aconteceu nada'. Qual é um dos problemas disso? Tem gente que administra da forma correta, e tem gente que não faz. A dose é de um copinho de café, estavam dando 300ml [do chá] para ele. Então não existe uma fiscalização e controle de quem está administrando isso. E quando ele voltava lá já anoréxico e cinzento, continuavam dando", detalhou.
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