Paulo Autran em 1987 Paulo Salomão/VEJA
Publicado 07/09/2022 21:31 | Atualizado 07/09/2022 21:56
Rio - Um dos maiores nomes da dramaturgia brasileira, o ator Paulo Autran completaria 100 anos de vida neste dia 7 de setembro. Formado em direito pela USP e casado com Karin Rodrigues, o ator carioca morreu em 2007 e deixando um valioso legado no teatro e na TV.  
Paulo Paquet Autran nasceu no dia 7 de setembro de 1922 no Rio de Janeiro, mas ainda pequeno foi para São Paulo. Antes de dar seus primeiros passos como ator, se formou em Direito, em 1945, sonhando em seguir a carreira de diplomata. Participava de algumas peças menores de teatro, mas só estreou profissionalmente em 1949, encorajado pela amiga Tônia Carreiro, a fazer a peça 'Um Deus dormiu lá em casa', que fez um sucesso estrondoso à época.
O gosto pela arte cresceu e, ao lado de Tônia Carreiro e do diretor Adolfo Celi, fundou a companhia teatral Tônia-Celi-Autran. O acervo de aproximadamente 650 livros e 240 periódicos colhidos pela companhia está atualmente disponível no Instituto Moreira Salles, no Rio.
Com a própria companhia, Autran rodou o Brasil e brilhou em papéis icônicos, como em Rei Lear, de William Shakespeare; A vida de Galileu, de Bertold Brecht; Fim de jogo, de Samuel Beckett; À Margem da vida, de Tennessee Williams; Mortos sem sepultura, de Jean Paul Sartre; e Édipo Rei, de Sófocles. No total, Autran atuou em 90 peças teatrais.
Estreia na TV
Paulo Autran começou sua trajetória na TV em 1960 e seu primeiro papel foi na pele de Mundinho Falcão na telenovela Gabriela, Cravo e Canela, da extinta Rede Tupi. Mas ele era mesmo um apaixonado pelo teatro, tanto que só voltou à TV em 1979 para interpretar o vilão Bruno Baldaracci na novela Pai Herói. Mas seu maior papel de destaque foi em 1983, em Guerra dos Sexos. Ao lado de Fernanda Montenegro, deu vida ao protagonista Otávio.
Brilho no Cinema
Na telona, Autran estrelou dezenas de filmes, mas seu papel de maior destaque foi em Terra em Transe do diretor aclamado Glauber Rocha. O filme, de 1967, é uma crítica social às ditaduras da América do Sul e nele Paulo Autran faz o papel de um político em ascensão e com sede de poder.

Em 1987, pelo seu trabalho em O País dos Tenentes, conquistou o prêmio de Melhor Ator no Festival de Brasília. Seu último trabalho no cinema foi justamente em 2007, ano em que morreu, na produção argentina O Passado.
Karin Rodrigues
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