Carlos Alberto de Nóbrega foi o entrevistado do Roda VivaReprodução de vídeo
Publicado 04/07/2023 09:43 | Atualizado 04/07/2023 11:18
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Rio - O apresentador Carlos Alberto de Nóbrega, de 87 anos, foi o entrevistado no "Roda Viva", da TV Cultura, nesta segunda-feira (4). Na atração, o humorista, que comanda o programa "A Praça é Nossa", do SBT, contou que acredita que Silvio Santos, de 92, não deve mais retornar à televisão. 
"Ele tem 92 anos de idade acho que ele não deve voltar. Vão dizer que sou puxa saco, mas o Silvio é eterno. Ele é um gênio. Veio no camelô e se tornou um dos maiores empresários do Brasil. É um patrão maravilhoso. Eu trabalho no SBT há 35 anos e nunca atrasou o pagamento. Na época das vacas gordas, quem ganhava menos de 5 mil, o SBT dava 13º e 14º. Isso ninguém fala", afirmou ele, que relembrou uma conversa com o dono do SBT. 
"Eu falei pra ele: 'Você tem vergonha de ser bom, Silvio'. Ele não quer mostrar que é bom. Mas vai ver o que ele fez pelo Roque, vai ver a casa que o Roque mora em Jundiaí, tem piscina", completou. 
Carlos Alberto também disse como é lidar com Silvio como chefe. "Durante 14 anos eu fui diretor artístico, só consegui fazer uma coisa: levar o Jô Soares para lá. Porque a televisão é dele. O Silvio não tem sócio, ele faz o que deve fazer, o que é bom pra ele". 
Novo desafio: podcasts
Na atração, Carlos Alberto explicou, ainda, que sua entrada no mundo dos podcasts não é uma forma dele se reconectar com o rádio. "Não, é a vontade de não ficar para trás. Não sou cacique, mas sou um grande guerreiro. Eu quis fazer porque comecei a trabalhar em rádio, fiz shows em circo, trabalhei em teatro, escrevi dois filmes, fiz show...Surgiu a internet. Eu não vou morrer sem fazer internet. Eu pago pra fazer podcast, eu não tenho patrocínio. Pago pelo prazer de entrar num mundo novo", afirmou. 
Ao ser questionado sobre seu convidado dos sonhos, o apresentador disparou: "Eu convidei o Lula, e eu não sou petista. Não misturo meu trabalho com meus ideais", frisou. Ele ainda revelou uma pergunta que faria ao presidente, caso ele aceitasse o convite de participar: "Um homem que não tem um curso ginasial, universitário, contábil… ser presidente da República? Por isso que o país está desse jeito." 
Aposentadoria
O apresentador também abriu o jogo sobre seus planos de aposentadoria. "Não estou preparado para ser velho. Estou fazendo análise... Antes que a televisão pare comigo, eu paro com a televisão. Eu não vou fazer papel ridículo, prejudicar ninguém por vaidade de estar apresentando o programa", disse ele, que comparou seu trabalho com o de Silvio Santos. "Eu só tenho um programa, o Silvio tem a rodo pra dirigir. Eu fico sentado no banco, ele fica em pé cinco, seis horas. Você acha que uma pessoa de 92 anos vai ter disposição de ficar cinco horas em pé. Vai ter agilidade mental de coordenar aquilo tudo? Não vai".  
Demissão dos veteranos da TV Globo
Durante o programa, Carlos Alberto criticou a demissão de grandes nomes da TV Globo, como Tarcísio Meira, Glória Menezes e Antonio Fagundes. "Tem que mandar embora quem ganha muito e não faz nada. E tem que haver uma coisa muito importante: o respeito humano. Respeito humano. Ele era o Tarcísio Meira, ele fez a Globo. Ele foi um daqueles que fizeram a Globo crescer. Mandar embora porque ele tá velho? Não dá. Não aceito isso. O Lima Duarte tá com 92 anos e está fazendo merchandising até hoje, eu tenho 87 e estou trabalhando. Isso é cuspir no prato que comeram. Mandar (embora) uma Gloria Pires depois de 50 anos de TV Globo... E outros artistas, o Fagundes, que é um monstro. Olha a vergonha que a pessoa sente porque a emissora está fazendo cortes. Isso me incomoda", opinou.
Posicionamento político
Ao falar sobre o quadro do "João Plenário", sátira política feita pelo ator Paulo Laranjeira, em "A Praça É Nossa", o apresentador disse que sua opinião política não faz parte das esquetes do humorístico. "Eu não tenho partido. Tenho amigos em vários partidos, então evito falar de política. Eu só falo de política na hora que vou votar. Meu voto é minha opinião. O público não tem que saber se sou de direita ou esquerda. Na hora de votar é que sou político", destacou ele, que afirmou usar fatos do cotidiano dos políticos para fazer sátiras, independente dos partidos. 
Espiritualidade 
O humorista deu detalhes sobre sua espiritualidade no programa e revelou se tem medo de morrer. "Nasci dentro do espiritismo, do kardecismo, na casa do meu avô. Acredito muito que existe outra vida, sou médium também. Só que antigamente a gente tinha vergonha de falar, hoje em dia, não tenho. Tenho certeza que algumas pessoas da minha vida atual já viveram comigo em outras vidas, pela afinidade que a gente tem. Eu não tenho medo nenhum de morrer, tenho medo de viver". 
Ele ainda contou quem seria seu sucessor no comando da "A Praça". "Se eu pudesse escolher, morreria trabalhando. Mas depois que eu for embora, vocês que se virem. O problema não é meu", afirmou aos risos.
Confira alguns trechos: 
 
 
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