Publicado 17/08/2023 10:08
Rio - O corpo da atriz Léa Garcia será velado neste sábado (19), entre 10h e 13h, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A cerimônia de despedida será aberta ao público. Considerada uma das primeiras atrizes negras da televisão brasileira, a artista morreu nesta terça-feira, no Rio Grande do Sul, vítima de um infarto agudo do miocárdio.
Léa seria homenageada com o Troféu Oscarito, ao lado de Laura Cardoso, de 95, no Festival de Gramado, pelo conjunto da obra. A veterana chegou a ser encaminhada para o Hospital Arcanjo São Miguel, mas não resistiu. A informação da morte foi divulgada por familiares no perfil oficial da atriz no Instagram.
"É com pesar que nós familiares informamos o falecimento agora, na cidade de Gramado, no Festival de Cinema de Gramado, da nossa amada Léa Garcia", dizia a postagem. Nas redes sociais, famosos lamentaram a morte da artista.
Legado
Léa Lucas Garcia de Aguiar, mais conhecida como Léa Garcia, nasceu no Rio de Janeiro em 1933. Ela estreou nos palcos aos 19 anos depois que o amigo e dramaturgo Abdias do Nascimento a convenceu a participar da peça Rapsódia Negra, em 1952, no Teatro Experimental. A atriz e Abdias se casaram nos anos 50 e tiveram três filhos. O intelectual morreu em maio de 2011, aos 97 anos.
A artista estreou na televisão no Grande Teatro da TV Tupi, na década de 1950. Em 1969, participou de sua primeira novela, "Acorrentados", na Record. Em 1970, foi para a TV Globo onde interpretou a empregada Dalva na novela "Assim Na Terra Como no Céu". Em 1972, Léa participou do primeiro programa gravado totalmente em cores no Brasil. Tratava-se de um episódio do Caso Especial chamado "Meu Primeiro Baile".
Léa Garcia participou de sucessos da TV Globo como "Selva de Pedra", de Janete Claire, em 1972, e "Escrava Isaura", adaptação de Gilberto Braga para a obra de Bernardo Guimarães, em 1976. Nesta última, a artista fez sua primeira vilã. "'Escrava Isaura' é o meu cartão de visitas. Tive muitas dificuldades em fazer cenas de maldade com a Lucélia Santos. Eu me lembro de uma cena em que, quando a Rosa (personagem de Léa) acabou de fazer todas as perversidades com a Isaura, eu tive uma crise se choro, me pegou muito forte. Chorei muito, não com pena, mas porque me tocou", disse certa vez em entrevista à TV Globo.
A veterana também participou de obras como "Dona Beija", de Wilson Aguiar Filho, em 1986; "Tocaia grande", de Duca Rachid, que foi baseada na obra de Jorge Amado, em 1995; e "Xica da Silva", de 1996, escrita por Walcyr Carrasco. Todas as três obras na TV Manchete.
Em 2002, Léa Garcia participou de "O Clone", de Gloria Perez, na TV Globo. Ela também esteve em "A Lei e o Crime", em 2009, de Marcílio Moraes, na Record. Em 2018, participou da série do Globoplay "Assédio", escrita por Maria Camargo. Um de seus últimos trabalhos, "Vizinhos", vai estrear no Canal Brasil no dia 25 de agosto deste ano.
A atriz estava cotada para participar do remake de "Renascer", de Bruno Luperi, que tem previsão de estreia para depois de "Terra e Paixão", na TV Globo.
Leia mais