Rafael Calomeni posa com Peróla Faria, Alexandra Ritcher e Suely FrancoArquivo pessoal
Publicado 05/03/2024 06:00 | Atualizado 05/03/2024 07:11
Rio - Rafael Calomeni, 51 anos, ganhou fama nos anos 2000 com o personagem Expedito, um jovem galã que se relacionava com Lorena, personagem de Susana Vieira na novela "Mulheres Apaixonadas" (2003), da Globo, escrita por Manoel Carlos. Teve passagem em outras produções da Globo e Record e, agora, volta como diretor do filme "Horizonte", que estreou nos cinemas neste mês.

"Vi claramente que era um bom roteiro e trazia também um protagonismo na terceira idade, que não era explorado e me chamou a atenção. De lá para cá, trabalhamos em mais cinco tratamentos até chegar ao ponto para gravação, sempre trabalhando com o roteirista Dostoievski Champangnatte", conta sobre o longa, que começou a ser produzido em 2019, mas precisou ser interrompido durante a pandemia.

Com Suely Franco e Ana Rosa no elenco, o filme foi gravado em Aparecida de Goiânia, em Goiás, e conta a história de Rui (Raymundo de Souza), de 72 anos, que após a morte do irmão e conflitos familiares se muda para a Vila Horizonte, onde abriga idosos. Ao chegar lá, ele mente sobre seu passado e conhece Jandira (Suely Franco).

O projeto narra com sensibilidade assuntos relacionados à terceira idade como solidão, amor, medos e inseguranças. Até o momento, já são 19 prêmios em festivais, entre eles, melhor filme, melhor direção, melhor atriz e melhor atriz coadjuvante no Festival de Cinema de Vassouras, em junho do ano passado.

"Tem sido tudo muito mágico, tenho vivido dia após dia. Imaginar que fui um adolescente que frequentava os cinemas e achar o máximo os pôsteres lá na entrada e hoje sou eu (na direção). Tudo isso é muito gratificante. O jornalismo tem sido muito generoso com meu trabalho e esforço, o mercado também. Sem falar da distribuidora A2 Filmes que acreditou no filme", vibra Calomeni.
O diretor conta que a escalação do elenco ocorreu de forma muito natural. "Quis a experiência de trazer atores de comédia para o projeto, tive a Alexandra (Richter) e Suely (Franco). Pérola (Faria) já tinha vontade também de trazê-la, Raymundo (de Souza) é um grande amigo, o Rui era para ele. Ana Rosa, linda, sensível e grande atriz. Tinha a questão da distância (mora em Portugal), mas ela topou e veio. Arthur Farah, ator goiano, merecia o projeto e Ronan Horta também". 
A ideia do filme, segundo ele, não foi atrair um público focado nos "60+", mas sim pessoas de todas as idades, que convivem com os mais velhos ou chegarão um dia nessa fase da vida.
"Nunca olhei por esse lado de 'atrair um público X'. Sempre reconheci que o filme está para todas as idades porque traz uma história real. Todos iremos para aquele caminho e todos temos pessoas na terceira idade em nossas vidas. Vale a reflexão!", avalia ele, que garante lidar bem com o passar dos anos.

"Olho para frente, cuido de mim e busco uma vida saudável. Sabemos que há a finitude, mas prefiro deixar isso para ela (risos). Estarei sempre forçando ir em frente, positivo e com saúde".
'Não descarto os convites para atuar'
Apesar de curtir o trabalho de direção, Rafael pretende conciliar com a carreira de ator. "Já estou olhando para os novos projetos e não descarto os convites para atuar. São bem-vindos também", diz.
Expedito, de "Mulheres Apaixonadas", foi um marco na profissão, e o ator é sempre lembrado quando a novela é reprisada. Apesar de contracenar mais com a atriz Susana Vieira, ele não atribui diretamente à veterana alguma função importante nesse início da carreira.

"Ela já foi reprisada tantas vezes e é sempre uma explosão de sucesso. Não há um peso pontual da Susana (Vieira) em minha vida profissional, mas sim de todos aqueles grandes atores que pude dividir tantas coisas e aprender tanto", conclui.
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