Publicado 30/05/2024 06:00
Rio - Digna de filme, a história de 45 anos de relacionamento de Sidney Magal e Magali West estreia nos cinemas de todo Brasil nesta quinta-feira (30), com o musical "Meu Sangue Ferve Por Você", interpretado por Filipe Bragança e Giovana Cordeiro, respectivamente. Para o DIA, o cantor relembra os momentos marcantes ao lado da amada, fala sobre futuros projetos e conta como surgiu a ideia de transformar o amor dos dois em uma comédia romântica.
Publicidade"De tanto eu contar a história para as pessoas, elas acabaram se interessando muito. E aconteceu exatamente isso com a Joana Mariani, que é produtora, e com nosso amigo Paulo Machline, diretor do filme. Eles pediram para ouvir muito detalhadamente a minha história e, quando eu terminei, eles estavam em prantos, assim como eu. Ficaram muito impressionados e disseram: 'Isso é uma verdadeira história de amor. A gente tem que fazer alguma coisa com isso, eu diria que um musical, uma comédia romântica, alguma coisa assim'", conta.
Magal, então, relata como foi feita a escolha dos protagonistas. "Eles [Paulo e Joana] começaram a sugerir pessoas, e Magali já tinha sugerido a Giovana. Quando eles perguntaram, ela disse: 'Eu vejo a Giovana muito parecida comigo, não fisicamente, mas a maneira dela se comportar, o olhar dela é muito parecido com o meu. Eu não quis dar palpite nenhum, deixei bem à vontade. Quando o Filipe apareceu, eu disse: 'Mas ele é tão novo!'. Ele tinha 21 anos quando filmou, e você imagina que eu já tinha 26, 27 quando comecei", diz o cantor, que ao ver vídeos de Filipe cantando, aprovou a escolha.
"Ele realmente tem muito o meu espírito. Eles o levaram para ter várias conversas comigo, nós conversamos durante muitas horas e ele acabou realmente pegando minha personalidade, meu espírito, colocando no personagem. Por isso, eu fiquei muito satisfeito", afirma.
E dar vida a Magal e Magali não foi uma tarefa fácil. "Tivemos um trabalho muito intenso de preparação. O filme exigia que a gente cantasse, dançasse e interpretasse figuras que estão aí vivas, sendo homenageadas em vida. Então, havia essa responsabilidade de representar algo com que ele se identificasse. Assim que o Filipe chegou no projeto, a gente estava há um mês e meio de começar a filmar. Nossa preparação conjunta, para acontecer a sintonia do casal, também foi bem intensa. Era um dia inteiro", relembra Giovana.
"É, foi um período curto de tempo, mais curto do que a gente deveria ter tido, talvez. Mas eu acho que isso acabou dando um gás para a gente fazer com mais garra e se dedicar ainda mais aos papéis. Eu acho que o mais importante era esse desafio de interpretar pessoas que já existem, além de todos os desafios práticos de cantar e dançar, que praticamente todos os personagens dos filmes tiveram que enfrentar", acrescenta Filipe.
O ator não esconde a emoção de viver Magal nos cinemas. "Antes de passar por história de amor, acho que qualquer história que fosse contada já seria uma honra e uma realização imensa interpretar o Magal, porque ele é um baita personagem. É um prato cheio para qualquer ator. Então, quando surgiu a possibilidade de fazer teste, eu já fiquei muito empolgado e entrei com tudo na pesquisa e tudo mais. Quando passei, fiquei obviamente muito feliz. Eu sabia que era um passo importantíssimo na minha carreira e que ia ser uma jornada muito divertida. Foi só alegria", conta.
Giovana aproveita para revelar se teve alguma dificuldade na preparação de sua personagem, já que Magali não é uma pessoa pública como Magal. "Acho que havia uma necessidade minha, já que eu estava fazendo uma pessoa real que estaria assistindo, de querer ter o máximo de material possível. Mas depois eu abandonei essa preocupação e comecei a entender que isso dizia bastante sobre a Magali. Essa coisa dela de não querer e não gostar de estar na frente das câmeras, essa maneira mais reservada e prática, revelou muito sobre a personalidade dela. Então, segui por esse caminho e fui entendendo a melhor forma de me aproximar e conversar com ela, sempre da maneira mais despretensiosa possível, que é como ela se sente confortável para contar sua história", explica.
A comédia romântica musical é repleta de danças e bom humor. O filme mostra a rotina de shows e compromissos de Magal em Salvador, na Bahia, quando é tomado por uma paixão avassaladora por Magali, em 1979. O cantor, então, precisa conquistar a confiança da família da amada, além de vencer a resistência de seu empresário, Jean Pierre (Caco Ciocler).
Sobre o que o público pode esperar de "Meu Sangue Ferve Por Você", Magal pontua: "Primeiro, a mensagem que é muito possível você se apaixonar por alguém. Você precisa sentir isso, levar isso a sério, conhecer as pessoas pelo olhar. Eu não sabia nada da Magali, no entanto, negativamente, ela não me surpreendeu em nada, ou seja, tudo o que eu vi ali na hora foram coisas muito boas que se concretizaram depois".
"Magali é muito diferente de mim, ela tem um temperamento muito diferente do meu. Mesmo com essas diferenças, tivemos três filhos maravilhosos e agora temos netos maravilhosos. Então, acho que é sobre respeitar a relação, e nós respeitamos muito a nossa. Por isso, já dura 45 anos", diz.
'Amor do século'
Sidney Magal e Magali se casaram em 1980. São pais de Rodrigo, Gabriella e Nathália Magalhães, e avós da pequena Madalena, de quatro anos. Com uma carreira e história de amor de sucessos, o cantor fala sobre sua relação com a amada e a paixão avassaladora que viveram e ainda vivem.
"Eu sou muito abusado. Quando eles [Paulo e Joana] falaram que o filme era uma comédia romântica, eu disse: 'É uma comédia romântica, mas a história para mim é o amor do século' (risos). Porque não foi um amor à primeira vista, foi ao primeiro olhar, primeiro segundo", ressalta.
"Lógico que vista e olhar é a mesma coisa, mas normalmente as pessoas levam um tempo se conhecendo para concretizar uma união. Comigo não, comigo eu digo: 'É isso que eu quero e é isso que vai acontecer, acredita em mim'. Depois disso, nós nos vimos só três vezes e casamos. Quer dizer, foi realmente fulminante, mas eu gosto mais do 'amor do século', acho mais bonito (risos)", brinca.
Diante de tantas aventuras, Magal declara quais momentos mais o marcaram em todos esses anos ao lado de Magali e que não poderia ficar de fora do filme. "A situação criada foi outra, essas frases que eu digo não foram ditas para ela em um estúdio de televisão, mas sim durante uma entrevista em um estúdio de televisão. Pedi para ela ir até o hotel conversar comigo, e isso foi no segundo dia que eu a vi. Eu disse: 'Quero que você saiba que você é minha mulher para todo o sempre, vai ser mãe dos meus filhos, e eu te amo desesperadamente'. E ela respondeu: 'Mas você me viu ontem'. Então, no filme tem isso, que é um momento que eu me emociona muito. Digo: 'Caramba, eu fui muito corajoso ou muito iluminado para que isso tivesse acontecido'", relata.
"E, depois, outra cena que é feita em um lugar lindo em Salvador (...) quando eu canto a música 'Olha', do Roberto Carlos, para ela. Não foi dançando, nem da maneira que aparece no filme, mas foi sentado no bar do hotel. Eu falei para ela, chorando, que eu queria muito que ela acreditasse em mim, porque eu estava perdidamente apaixonado e queria que ela fosse minha mulher. E repeti a mesma história. Então, esses são os dois momentos do filme em que eu fico muito emocionado. As outras coisas foram todas verdadeiras, com algumas licenças poéticas permitidas para o cinema e tudo isso", diz.
Próximos projetos
Vem novidade por aí? Com a estreia de "Meu Sangue Ferve Por Você", Magal revela que tem planos para sua carreira na música, mas ressalta que não é uma pessoa de projetos. "Sempre que eu fiz filmes, musicais, dublagens, tudo isso foi recebendo convites e sempre me pegando de surpresa. Por isso mesmo, eu me entrego de corpo e alma. Então, o que tenho agora, estou pensando rapidamente assim em fazer um 'duets' na minha carreira, pegar seis, sete cantores maravilhosos que adoro e gravar um CD comigo", comenta.
"Mas a gente sabe que o mercado também é muito louco. CD, LP, nada disso existe mais. Então, temos que começar a fazer diretamente para a internet, e é isso que estou pensando. Eu acho que essas coisas vão rolar porque o público tem um carinho e respeito muito grandes pela minha carreira, e é algo que ainda não fiz. Apesar de ter gravado meu DVD de 50 anos com convidados, inclusive Ney Matogrosso, um dos meus ídolos, eu acho que o que vai rolar será o que vai rolar", complementa.
Ele, então, faz uma análise sobre sua carreira. "O que me convidarem vai ser o que eu vou aceitar com certeza, porque minha carreira não acaba aqui. Ela acaba quando o público realmente quiser que eu não esteja mais presente. Então, vamos ver quanto tempo isso dura", finaliza.
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