Publicado 04/08/2024 06:00
Rio – Diferente de tudo o que já fez, Rodriguinho entrou de cabeça em um projeto que mistura música e basquete, com uma gravação feita na quadra da NBA, em São Paulo. Há pouco mais de uma semana, o cantor lançou o “Rodriguinho no Game”, em que revisita suas canções em versões inéditas, com um verdadeiro time de convidados, como Thiaguinho, Belo, Léo Santana, Péricles, seu filho Gaab e outros. Ao Meia Hora, o artista falou sobre o novo trabalho. Confira!
PublicidadeO "Rodriguinho no Game" é um projeto diferente de tudo o que você já fez, em que mistura basquete e música dentro da quadra da NBA, em São Paulo. Como que surgiu a ideia desse trabalho?
Além de gostar bastante de basquete, queria tirar um pouco da prateleira que o samba fica, de futebol... Mostrar para a galera que a gente gosta de outras coisas também. E venho conversando muito com meus amigos sobre basquete. Às vezes assisto na casa do Thiaguinho alguns jogos e a gente nunca mostrou isso em algum trabalho, a gente nunca falou sobre. Até que surgiu a oportunidade com um amigo meu que administrava a quadra (da NBA). Tive a ideia e fomos até lá. Ficou bem legal, foi bom que os participantes e todos os meus convidados compraram a ideia, todo mundo foi vestido de NBA.
- Nos clipes, é possível ver que tem um pessoal jogando basquete no fundo. Como foi essa gravação? Como estava o clima?
A gente dividiu em duas partes. Uma semana antes da gravação do audiovisual teve um esquenta onde a galera foi só para jogar basquete com os convidados. Então, a gente fazia o nosso estilo, tinha o meu time, tinha o time do Thiaguinho, o time do Gaab. Time do Dan. E a gente montava os times, jogava com eles. E no dia do audiovisual mesmo, a gente tinha dois times jogando, um de cada lado. Afinal, a gente estava na quadra e quadra é para jogar, não é para tocar. A gente estava ali tocando, mas queria mostrar que dá para fazer tudo junto.
Para você, qual é a importância do "Rodriguinho no Game"?
Para mim, é um projeto muito importante, porque é onde revisitei algumas obras minhas do lado B. No decorrer da nossa carreira, a gente vai gravando muitas coisas e sempre fui um cara que gravei discos cheios, nunca gravei singles. Então, dentro daqueles discos cheios, a gente trabalha duas, três músicas no máximo e o restante fica meio que ali, perdido. E às vezes a gente aposta em algumas que não tocam. Quis revisitar essas faixas, porém não quis gravar elas da forma que já gravei. Quis chamar amigos meus para cantar essas músicas comigo. Foi legal porque cada um escolheu a música que ia cantar. Mandei uma lista de músicas que queria regravar e eles que escolheram, então todo mundo se empenhou bastante ali. O comprometimento dos convidados foi fantástico.
O Dig-Jam, que já te acompanha há muito tempo, foi o responsável por dirigir o "Rodriguinho no Game". Como foi trabalhar com ele nesse projeto que tem uma cara totalmente diferente de tudo o que você já fez?
O que gosto dele é exatamente isso, ele compra minhas maluquices. Ele não é um cara que se eu falar que quero gravar de ponta cabeça, descendo de um prédio, ele compra minha maluquice e faz isso acontecer. Ele viaja junto comigo nas paradas. Conversei com algumas pessoas que (falaram) tipo: 'Ah, mas a quadra tem muito eco. Ah, mas como que a gente vai iluminar tudo isso'. Com ele não tem isso. 'Dig, quero fazer isso aqui'. (E ele responde) 'Tá bom, deixa comigo'. Chega lá e sei que tá melhor do que pensei e a gente tem essa sintonia. Já faz sete ou oito anos que trabalho com ele fazendo todos os meus trabalhos de audiovisual e estou muito feliz com o resultado.
As músicas foram gravadas antes ou foi tudo no dia da gravação, no ao vivo?
Tudo o que está rolando ali é ao vivo.
Você citou que havia o risco de interferências, principalmente com o eco da quadra. Vocês passaram por algum problema técnico?
Não, não teve nenhum problema, porque o som da quadra estava baixo, o público ficou afastado, a gente colocou uma caixa para o público ouvir o som que estava rolando, estava todo mundo de fone. A gente teve esse cuidado, até porque a quadra é dentro de um shopping, então não tem como fazer muito barulho. A gente fez uma coisa mais baixa para não ter esse problema, para não ter vazamentos. E é claro que depois, na hora do pós, a gente consegue dar uma limpada nas coisas. Mas tudo que aconteceu, tudo o que está rolando ali foi no dia mesmo. Fiquei até feliz porque gravei esse DVD ano passado. Entrei para o 'Big Brother Brasil' e ele ainda não tinha sido mixado. Quando eu saí, muita coisa já estava pronta, quando ouvi, falei: 'Cara! No dia, na adrenalina, os caras tocaram desse jeito. Os caras tocaram muito e só percebi na mixagem'. Foi fantástico, uma surpresa muito boa.
Você fala desse projeto com muito carinho, dá para ver no seu olhar. O que ele significa para o Rodriguinho pessoa e o Rodriguinho cantor?
Sempre produzi os meus trabalhos e venho em uma constância de produção e de crescimento como produtor. Produzo outros artistas, mas sempre me coloco como o teste. Acho que o resultado que alcancei com esse trabalho, musicalmente falando, foi o melhor que já consegui dentro de tudo que já fiz. Estava conversando isso com o Thiaguinho. Por exemplo, nunca fui um cara de ouvir muito os meus trabalhos. Produzo, quando acaba, que está mixado, já não ouço mais, porque já ouvi tanto no processo que não faço mais isso. E com esse é muito diferente. Todos os dias eu ouço alguma música, todo mundo que vem aqui gosto de mostrar. Gosto de falar, gosto de conversar sobre, porque foi um desafio para mim. Não achei que fosse ficar tão bom quanto ficou. Quer dizer, esperava, mas realmente acho que atingi um nível de produção muito feliz e com a minha banda. Não tem nenhum músico de fora. Então, esse é o show que a galera vê na estrada. Acho que isso é muito importante, coisa que busquei ao longo da minha carreira e acho que agora consegui essa independência.
O "Rodriguinho no Game" recebeu um time de convidados, com grandes nomes. Como é a sua relação com cada um deles?
Todo mundo ali é meu amigo, que sou fã. São poucos ali que não tenho uma amizade, mas sou fã. Péricles, Thiaguinho, Belo, é de muito tempo. Tem uma convivência aí de mais de 30 anos. Então, você ter amigos apoiando o seu trabalho e participando é fantástico. Sempre apoiam tudo que faço, mas consegui juntar todos eles... E o Belo que foi o mais louco, porque durante todo esse tempo que a gente se conhece, a gente nunca gravou junto. É a primeira vez que a gente grava junto. Até porque tem um fato curioso, meio que eu e o Belo tínhamos uma 'rixazinha' da nossa juventude. A gente tinha uma coisa que não se dava bem e quando o Thiaguinho chegou, falou: 'não, espera aí. Sou fã dos dois, como assim vocês não se falam? Tá louco?'. E o Thiago fez essa junção. E essa música de trabalho agora, que é 'Inconsequente', que eu canto com o Belo, veio para selar isso para a galera ver. É muito legal ver a recepção.
A primeira parte do projeto foi lançada há pouco mais de uma semana. Como foi a recepção do público?
Foi muito melhor do que pensei. A gente atingiu números ótimos que eu nunca tinha atingido antes. Todo mundo está muito surpreso, porque a gente usou uma forma diferente de filmagem ali, a gente está cantando, com um drone que fica rodando em volta da gente, os caras jogando basquete e está acontecendo muita coisa ao mesmo tempo. E a galera está surpresa. Muita gente (perguntou) 'como você fez isso?'. Cara, eu não sei. Eu só cantei. O restante foi a galera toda que fez.
E você já pode ter um spoiler de quando sai o restante do projeto?
No final desse mês do próximo mês já sai mais quatro músicas.
Agora, falando um pouco de basquete em si, há quanto tempo que você gosta? Você acompanha o esporte?
Eu vi o (Michael) Jordan jogar, vi o Magic Johnson jogar. Quando eu era criança, basquete era fantástico para mim. Hoje já não ligo tanto, sigo o bastante também, mas não igual era antes. Gosto de tudo de basquete, principalmente do setor de moda. Sou um cara que sempre transitei muito no meio da black, sempre me vesti dessa forma. Então, o que mais me encanta é o universo inteiro, não só o jogo em si, mas tudo que envolve basquete me encanta muito.
E como que surgiu esse amor? Qual foi o seu primeiro contato com basquete e com tudo que envolve ele?
Quando eu era criança e vi aquele monte de negrão jogando, me identifiquei. Eu tinha 8 ou 9 anos. Vendo aqueles caras, daquele tamanho, jogando. Comecei assistir aos jogos. Na época, o Jordan era do Chicago Bulls, vi eles sendo campeões várias vezes. Já queria as camisetas, já queria me vestir, já queria os tênis e até hoje é assim.
Antes das competições, é muito comum ver os atletas com um fone de ouvido. Você acha que a música e o esporte andam juntos?
Com certeza! Não consigo treinar, por exemplo, sem estar ouvindo música. Acho que a música é tida como lugar de conforto. O que eles estão ouvindo ali são coisas que fazem eles se sentirem em casa, são coisas que relaxam eles. Não faço ideia, gostaria muito de perguntar o que eles ouvem antes de entrar.
Você participou do "BBB 24" no início do ano e o projeto foi gravado antes de você entrar no programa, em que muitas vezes você saiu como vilão. Em algum momento você pensou que a sua participação poderia afetar o "Rodriguinho no Game"?
Não, nem o “Rodrigo no Game” nem o Rodriguinho. Sou muito seguro de tudo. Quando você sabe quem você é, você nunca pode acreditar que você é tão incrível quanto te chamam. Mas você tem que saber que você também não é tão ruim quanto falam, porque você se conhece. Então, não, não me preocupei nem um minuto. Acho que a música transcende muita coisa. Por exemplo: sabia de muitos artistas que não me curtiam. E aí eu tentava não gostar deles, mas a música deles passava isso. É uma coisa muito louca. Quando saí do 'BBB', tive um pouco de medo no meu primeiro show. Falei: 'Cara, o que vai acontecer? Como é que vai ser?'. Porque era um terreno totalmente desconhecido para mim. E quando subi no palco e vi a galera cantando, eu falei: 'Ah, cara'. E aí você começa a lançar, as pessoas falam: 'É, gente, pode falar o que quiser, mas a música não tem como mexer'. Tem gente que brinca: 'Oh, o CPF não é tão legal, mas o CNPJ não pode mexer'. Sempre fui artista a minha vida inteira. Nunca tinha me mostrado como pessoa. Foi a primeira vez. E quando você se mostra como pessoa, principalmente sendo verdadeiro, sendo você mesmo, muita gente vai gostar e muita gente não vai gostar. E tem que saber conviver com isso.
E falando praticamente 6 meses depois de do programa, tem alguma mudança de antes e depois no Rodriguinho pessoa?
Ah, sim, o Rodrigo pessoa cresceu muito. Aprendi muito, aprendi a dar valor para coisas que eu não dava o devido valor. Como homem, como marido, como pai. Cresci demais como artista. O 'BBB' me levou para um outro lugar, onde pessoas que não me conheciam como cantor ou, às vezes, não sabiam nem que estava fazendo show voltaram a ver. Crianças! É engraçado que sou o Rodriguinho do 'BBB' para as crianças. É muito louco. Gosto disso porque também me deu a chance de ganhar muitos seguidores, muitas pessoas novas seguindo meus trabalhos. E aí é a hora de mostrar o 'No Game'' para elas, a hora de mostrar o que eu faço para essas pessoas novas que chegaram. É nisso que eu estou focando.
Temos o “Rodriguinho no Game” recém lançado, com a próxima parte vindo aí. Você já está pensando nos próximos projetos? O que vem por aí?
Sou bem inquieto em relação a isso. Estou dando uma segurada, até porque agora estou também focado no projeto do 'Legado' novo. A gente vai gravar o "Legado Euro" em Paris, no mês que vem. É um acústico, onde vai eu e meu filho. A gente vai parar na rua e tocar, vai ser uma parada bem legal. Estou focado nisso. Acho que daqui, no máximo, uns dois meses, a gente acaba o lançamento do 'No Game' e aí começa a lançar o 'Legado Euro'. Então, trabalho novo mesmo do Rodriguinho, só ano que vem.
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