Leandro HassumMultishow/Juliana Coutinho
Publicado 10/09/2024 17:14 | Atualizado 10/09/2024 21:46
 Rio - Leandro Hassum foi condenado pelo Tribunal de Justiça de Amazonas a indenizar duas médicas em R$ 20 mil. O ator foi processado após chamá-las de "burras" durante participação no "Encontro com Fátima Bernardes", da Globo, em 2021. 
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Na época, o programa falava sobre pessoas que estariam se vacinando antes do cronograma oficial do governo. As médicas recém-formadas Gabrielle e Isabelle Kirk Maddy Lins estavam entre suspeitos de "furar a fila" após publicarem fotos tomando a primeira dose do imunizante.

"A primeira coisa que me vem é que são burras, né, amor? Na boa, quer fazer besteira, para que é que posta? Acho um absurdo, Fátima. É um caô. Não tem consciência de que está tirando uma pessoa que realmente precisa", disse Hassum após ser informado que as filhas de donos de rede hospitalar foram nomeadas especialistas da linha de frente um dia antes de serem vacinadas.
Procurada para saber se o humorista irá recorrer da decisão, a assessoria disse que "não tem nenhuma informação sobre este tema, por isso não tem como passar nada".
Na decisão, a juíza Ida Maria Costa de Andrade entendeu que Leandro Hassum ofendeu as irmãs gêmeas em rede nacional sem nenhum motivo aparente. "A liberdade de manifestação do pensamento pode incorrer em excessos e abusos capazes de conduzir à violação a outros direitos", afirmou a magistrada.

"As autoras foram ofendidas publicamente pelo réu em rede nacional, o que certamente afetou a vida íntima daquelas que passaram a ser conhecidas como 'médicas burras', que tinham furado a fila da vacina, o que supera o mero aborrecimento", completou.

O artista deverá indenizar cada médica em R$ 10 mil, mas ele ainda pode recorrer da decisão. Em 2021, as médicas e mais cinco profissionais de saúde foram exoneradas da Prefeitura de Manaus pelo Ministério Público do Amazonas, em investigação sobre os "fura-filas" na campanha de vacinação contra Covid-19. 
Na ocasião, advogados que representam Isabelle e Gabrielle informoram que o pedido de exoneração partiu das próprias gêmeas, em função do caso ter gerado "um enorme mal-estar, comprometendo o ambiente de trabalho". 
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