Publicado 01/10/2024 18:06
Rio - Um dos casos que chocou a indústria musical, e o mundo, veio à tona depois que Sean "Diddy" Combs, ou "P. Diddy", foi preso em 16 de setembro. O rapper, um dos magnatas do hip hop americano, é acusado de diversas atividades ilícitas, como tráfico sexual, agressão e associação criminosa.
PublicidadeNão era segredo para ninguém que o rapper era o responsável por produzir festas grandiosas em quartos de hoteis luxuosos. Conhecidas como "freak offs", as comemorações envolviam sexo coagido, violência e uso de drogas, podendo durar dias, deixando os participantes tão exaustos que precisavam utilizar fluídos intravenosos para se recuperar.
Em março deste ano, a casa de Diddy, em Los Angeles, foi alvo de uma busca minuciosa por agentes do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos. Na operação, foram encontrados computadores com vídeo dos abusos que aconteciam nestas festas, além de mais de 1.000 garrafas de óleo de bebê, supostamente usados como lubrificante.
As festas eram dadas por P. Diddy há muitos anos, desde os anos 1990. Entre os convidados dos rappers, estavam sempre a alta sociedade americana, incluindo diversos artistas e celebridades de sucesso, como Leonardo Di Caprio, Jay-Z, Will Smith, R. Kelly, e mais, o que acabou levantando uma série de terias das conspiração na internet. Confira algumas delas a seguir:
Justin Bieber abusado
Logo no início da carreira, Usher foi apadrinhado por Diddy quando estourou na música americana. Em diversas entrevistas o rapper falou sobre seu relacionamento com Sean Combs e as experiências sexuais em que teve durante a época em que morou com Diddy aos 13 anos.
"Puff me apresentou a um tanto de coisas diferentes, de sexo especificamente. Sempre havia garotas por perto. Você abria uma porta e via alguém fazendo isso, ou várias pessoas em uma sala tendo uma orgia. Você nunca sabia o que ia acontecer", contou Usher à "Rolling Stone".
Assim que surgiu no meio musical, Justin Bieber foi apadrinhado por Usher. No entanto, aos 15 anos, o cantor canadense passou 48 horas ao lado de Diddy, que na época tinha 40 anos. Em um vídeo, o rapper falou sobre o tempo que ficaria ao lado do jovem.
"Ele está passando 48 horas com Diddy. Para onde estamos saindo e o que estamos fazendo, não podemos revelar, mas é definitivamente o sonho de qualquer garoto de 15 anos. Ele tem contrato assinado com Usher. Eu tinha a guarda legal de Usher quando ele fez seu primeiro álbum. Não tenho a guarda legal de Justin, mas pelas próximas 48 horas ele está comigo e vamos enlouquecer", disse o rapper.
Em outro vídeo da época, Justin e Diddy estão dentro de um estúdio de gravação quando o rapper cobra o cantor por um suposto afastamento. Claramente desconfortável, Bieber tenta se esquivar de qualquer contato físico e dá uma desculpa qualquer.
"Você está agindo diferente. Nem me liga mais para a gente sair e curtir do jeito que a gente curtia antes", cobra Diddy. "É, você tem tentado entrar em contato comigo pelos meus sócios e tal... mas... você nunca pegou o meu número, então... você quer meu número?", responde Justin aos gaguejos.
Em 2020, Justin Bieber lançou a música "Yummi", em que faz uma conotação sexual com comida. Na arte de divulgação - um desenho - o cantor está sentado em um cupcake, como se a refeição fosse ele próprio. No vídeo dos bastidores da gravação, o canadense surge abalado e ansioso em diversas cenas, como se gravar o vídeo clipe fosse difícil para ele. Após a prisão de Diddy, o abuso de Justin se tornou uma das teorias da conspiração.
Beyoncé: 'She Knows'? Mortes de Michael Jackson, Aaliyah e Left Eye
Principalmente nos anos 1990 e 2000, e grande parte até os dias atuais, a indústria musical americana era 'comandada' pelo trio de rappers R. Kelly, P. Diddy e Jay-Z, marido de Beyoncé. O primeiro, foi preso em 2019 e condenado pelos crimes de pornografia infantil, além de extorsão e tráfico sexual.
Com a prisão de Diddy, a famosa música "She Knows" ("Ela sabe" em português), de J. Cole, voltou a viralizar na internet. No refrão, o rapper faz menção às mortes das cantoras Aaliyah e Left Eye, além da do rei do pop Michael Jackson: "Descanse em paz, Aaliyah; Descanse em paz, Left Eye; Michael Jackson, te vejo; Assim que eu morrer. [...] E ela sabe, ela sabe; E eu sei que ela sabe, e eu sei que ela sabe".
Rapidamente, internautas começaram a apontar a música como uma indireta para Jay-Z e Beyoncé. Uma das 'evidências' seria um trocadilho com o nome real do rapper: Shawn, e o sobrenome da cantora: Knowles, formando "She Knows".
Princesa do R&B nos anos 1990, Aaliyah teve uma morte suspeita em 25 de agosto de 2001. No auge do sucesso, a cantora foi para as Bahamas para gravar um videoclipe. As gravações terminaram mais cedo e o cantor Lenny Kravitz disponibilizou seu avião pessoal para que a artista e a equipe voltasse aos Estados Unidos.
No entanto, apenas o produtor Hype Williams e os dançarinos embarcaram na aeronave, enquanto Aaliyah e sua parte de sua equipe direta ficou. Antes de pegar o voo, Williams deixou um avião de pequeno porte disponível para a cantora.
Segundo testemunhas, Aaliyah não queria entrar no avião e foi dopada, sendo carregada até a aeronave. A todo momento, o piloto, que não tinha experiência, alertou sobreo excesso de peso, motivo pelo qual o avião caiu 20 segundos após a decolagem e matou todos os que estavam a bordo.
Durante as investigações, foi constatado que o piloto possuía álcool no sangue. Ele também havia sido acusado de posse de cocaína e três outros crimes 12 dias antes do acidente. De acordo com Damon Dash, namorado de Aaliyah e melhor amigo de Jay-Z, na época, o rapper era apaixonado pela cantora, que iniciou um relacionamento com Damon e nunca deu bola para ele, que era mais velho que ela.
No entanto, na mesma época, Jay-Z conheceu Beyoncé e, além da rejeição, a morte de Aaliyah teria sido encomendada por ele para que ela saísse de circulação e Beyoncé pudesse estourar, ficando com o posto de princesa do R&B. Vale lembrar que tudo não passa de suposições.
Oito meses depois da morte de Aaliyah, outro nome crescia na indústria americana também se foi. Left Eye, integrante do grupo TLC, participava de um retiro espiritual quando sofreu um acidente de carro e morreu em 25 de abril de 2002.
Na época, a rapper sentia que estava próxima de sua morte. Um dia antes de morrer, um menino com o sobrenome Lopes, mesmo de Left Eye, foi atropelado e morto enquanto ela e um grupo do retiro ia até a cidade para comprar suprimentos.
No dia seguinte, Hype Williams, produtor de Left Eye, o mesmo que forneceu o avião para Aaliyah, providenciou um carro para que a rapper fosse até a cidade. No entanto, o automóvel acabou perdendo o controle, capotou e bateu, causando a morte apenas da cantora. As outras pessoas que estavam no carro tiveram ferimentos leves. Atualmente, Hype Williams trabalha junto com Beyoncé e Jay-Z.
Outra morte suspeita citada por Jay Cole na canção é a de Michael Jackson. Em 25 de junho de 2009, o mundo ficou chocado com a notícia da morte do Rei do Pop. A princípio, a notícia era de que ele teria sofrido uma overdose, mas a as investigações concluíram, semanas depois, que o astro foi vítima de um homicídio.
A relação da morte de Michael Jackson com P. Diddy teria começado, na verdade, com Mariah Carey. Nos anos 1990, a cantora era casada com Tommy Motola, dono da Sony Music, responsável por administrar a carreira do Rei do Pop.
A cantora, amiga próxima de Michael, no entanto, supostamente relatava para ele os abusos que sofria no relacionamento. Em 2002, o cantor acusou a Sony de controlar os direitos de suas músicas e chegou a se referir a Motola como "um demônio". Vale destacar que Tommy Motola era amigo pessoal de P. Diddy.
Nesta mesma época, Michael enfrentou uma série de denúncias de pedofilia por um grupo de crianças, que posteriormente confessaram terem sido pagas para fazer as acusações, o que inocentou o cantor.
Em um áudio que circula nas redes sociais, supostamente Michael Jackson fala sobre seus últimos dias de vida e como ele estava sendo perseguido. Ele ainda diz que iria ser morto em um cenário em que fingiriam uma overdose como causa. Vale destacar que não há comprovações do áudio ser verdadeiro.
No entanto, detalhes do dia da morte do cantor intrigam até os dias atuais. Após as doses fatais de Propofol, administradas pelo médico Conrad Murray, o recém contratado chefe de segurança de Michael, Faheem Muhammad, teria demorado para chamar o serviço de emergência, pelo menos 30 minutos depois que o Rei do Pop apagou. Pouco tempo depois, Muhammad se tornou chefe de segurança de P. Diddy.
Rihanna traficada
Outra teoria da conspiração que veio à tona com a prisão de P. Diddy é a de que Rihanna teria sido sequestrada por Jay-Z. Nascida em Barbados, país no Caribe, a cantora supostamente foi levada aos Estados Unidos e apresentada ao rapper, aos 16 anos, depois de "cantar para um produtor em um quarto de hotel às 3 da manhã", segundo a cantora Jaguar Wright, que vem fazendo uma série de acusações do caso de Sean Combs.
No dia seguinte, já nos EUA, Rihana teria ficado trancada em uma sala privativa da gravadora Roc Nation com Jay-Z por cerca de 15 horas até que assinasse o contrato. O rapper teria dito que "não deixaria Rihanna sair da sala sem o contrato assinado" ou que ela só sairia "pela janela" caso não concordasse. Após o acordo feito, o pai da artista supostamente recebeu US$ 500 milhões.
Internautas usaram os vídeos gravados por ela durante a divulgação do álbum "ANTI" para criarem a teoria. Em parceira com a Samsung, Rihanna produziu uma sequência de vídeos curtos enigmáticos, como um em que ela entra em uma sala cheia de homens enquanto é seguida e observada por todos eles.
Mortes de Tupac
Em 7 de setembro de 1996, Tupac foi baleado por quatro tiros em Las Vegas, nos Estados Unidos. Seis dias depois, em 13 de setembro, o rapper morreu devido a uma insuficiência respiratória, que causou uma parada cardíaca. Do assassinato, até hoje sem solução, o único suspeito preso é Keffe D, que já apontou Diddy como o mandante.
Na época em que Tupac estava no auge, Diddy tentou leva-lo para sua gravadora, a Bad Boy Records. Porém, testemunhas que conviviam com os dois relatam que o rapper nunca aceitou o convite e que ele não gostava de Sean Combs, o descrevendo como um "executivo cafona".
'As Branquelas'
Outra teoria da conspiração que surgiu na web nos últimos dias é a de que o filme "As Branquelas" seria uma sátira sobre P. Diddy e que o personagem Latrell representaria o rapper. Cenas como o leilão das mulheres, a festa do branco e o personagem Russ de cadeira de rodas após a festa, em uma conotação sexual, chamaram a atenção dos internautas, que começaram a ligar com o caso de Sean Combs.
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