Publicado 12/11/2024 09:59 | Atualizado 12/11/2024 10:16
Artistas e famosos se manifestaram nas redes sociais sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê o fim da escala 6x1, modelo de trabalho que dá direito a um dia de folga a cada seis dias, e a redução da carga horária semanal de 44 para 36 horas, distribuídas em quatro dias. O projeto, elaborado pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), está gerando debates entre internautas e figuras públicas.
PublicidadeAtravés dos seus stories, a atriz e apresentadora Luana Piovani aprovou o projeto. Ela criticou as pessoas com dinheiro que não conseguem ter sensibilidade com os mais pobres. "O povo só pensa no próprio umbigo. Agora, eu estou querendo entender: por que todo mundo que é rico é de direita e não consegue ter empatia e compaixão pelos seus semelhantes que não são ricos, milionários, bilionários? Não é possível que as pessoas não tenham consciência de classe", afirmou.
Já o artista e influenciador Léo Picon argumentou sobre os malefícios que a nova medida poderia levar aos brasileiros. "Essas ideias populistas abordadas de forma rasa no fim se tornam piores para a população. São apresentadas de uma forma que parecem ser maravilhosas, gerando pressão por parte da própria população que será prejudicada futuramente. O mercado de trabalho ajustaria isso com redução de salários, informalização do mercado de trabalho ou redução de atendimento aos clientes. E também diminuiria investimentos privados no país que já apresenta uma taxa de juros que faz isso por si só", pontuou.
O youtuber Felipe Neto, por meio de diferentes publicações no X, manifestou opiniões favoráveis ao fim da escala 6×1. Ele falou dos benefícios para a sociedade quando os trabalhadores estão com boas condições financeiras e mentais.
"O burguês de direita é tão burro que não entende o básico. Ele quer pagar o mínimo para ter mais lucro. Trabalhador é sugado, espremido, para pagar as férias do patrão no Caribe. Porém, se todos pagarem bem e derem ótima condição de vida pro trabalhador, o lucro de todos tende a se multiplicar, pois você cria um mercado consumidor muito maior. Quanto mais trabalhadores bem pagos e com tempo de vida, maior será a procura por bens e serviços. A gente aprende isso na escola. Só que o burro de direita é incapaz de pensar assim e, portanto, segue destroçando cada vez mais o trabalhador e sugando dele tudo o que pode, pensando apenas no lucro do ano corrente."
A cantora Valesca Popozuda também se manifestou a favor da proposta. "A escala 6x1 é uma escala que prejudica qualquer ser humano a ter uma vida com qualidade e saúde mental, de se dedicar a uma faculdade ou curso extra, de viver momentos de lazer com a família e amigos e tem deputado me falando que a pessoa quer 'vadiar', é triste", declarou.
Proposta avançando
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) está recolhendo assinaturas para protocolar uma PEC que prevê o fim da escala 6×1. Neste modelo, os profissionais com carteira assinada totalizam 44 horas de trabalho semanais máximas, podendo ser estendida por até duas horas extras, mediante acordo. Essas regras são definidas tanto pela Constituição Federal quanto pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
A proposta prevê a redução da carga horária semanal de 44 para 36 horas, distribuídas em quatro dias de trabalho - uma escala de 4×3 -, sem que haja um corte salarial. Erika argumenta que o modelo atual, em vigor há 81 anos, é prejudicial à saúde mental e física dos trabalhadores, afetando sua qualidade de vida e produtividade.
A ideia é reformar o artigo 7º da Constituição para garantir uma jornada mais flexível e menos extenuante, em linha com a tendência global de redução de horas de trabalho.
Para que a PEC avance, a parlamentar precisa da assinatura de pelo menos 171 dos 513 deputados federais ou de 27 dos 81 senadores, número que ainda não foi alcançado. Sem o número mínimo, a proposta não pode ser formalmente apresentada para discussão na Câmara. Até o momento, a PEC tem 134 assinaturas.
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