Publicado 15/12/2024 05:00
Rio - Com mais de 20 anos de carreira, Tiee é um dos grandes nomes da atualidade do samba e do pagode. Responsável por sucessos gravados por nomes como Péricles, Jorge Aragão, Thiaguinho e Belo, o artista comemora o lançamento do projeto "Subúrbio no Engenhão Vol 1 (Ao Vivo)", que reuniu 10 mil pessoas e arrecadou 10 toneladas de alimentos para a ONG Papo Reto durante a gravação que ocorreu em junho no Galpão do Engenhão. Em entrevista ao MEIA HORA, o cantor explica o desenvolvimento e a importância do projeto, além da experiência de participar da cerimônia de premiação do Grammy Latino 2024.
Publicidade- Tiee, você acaba de lançar "Subúrbio no Engenhão, Vol 1 (Ao Vivo)". O que esse projeto representa para você?
Esse projeto representa muito para mim. É um projeto que sempre esteve no meu coração e é onde eu reencontro tudo que sempre gostei nos pagodes do subúrbio. Me lembro de onde tudo começou.
- O show foi realizado no Galpão do Engenhão e reuniu quase 10 mil pessoas. Como foi a experiência de gravar o DVD em um ambiente grandioso e com tanta energia do público?
Tenho uma história com aquele lugar, pois sempre toquei nos pagodes que eram realizados no galpão do Engenhão e graças a Deus sempre reuni muitas pessoas. Quando surgiu a ideia de gravar um pagode ali, eu fiquei muito feliz. Confesso que me emocionei quando subi no palco, no dia da gravação, e vi milhares de pessoas presentes para curtir um pagode comigo, do jeito que a gente gosta. A energia foi tão intensa naquele dia, que levei algum tempo para entender tudo que vivemos ali.
Tenho uma história com aquele lugar, pois sempre toquei nos pagodes que eram realizados no galpão do Engenhão e graças a Deus sempre reuni muitas pessoas. Quando surgiu a ideia de gravar um pagode ali, eu fiquei muito feliz. Confesso que me emocionei quando subi no palco, no dia da gravação, e vi milhares de pessoas presentes para curtir um pagode comigo, do jeito que a gente gosta. A energia foi tão intensa naquele dia, que levei algum tempo para entender tudo que vivemos ali.
- Além da música, o evento teve um impacto social, arrecadando mais de 10 mil toneladas de alimentos para o Complexo do Alemão. Como essa ação social se conectou com a proposta do "Subúrbio"?
Sempre pensei que seria um projeto para trazer alegria para o povo e quando surgiu a ideia de arrecadar alimentos, isso se conectou diretamente com a minha vontade de também levar alimento para a mesa de quem precisa. Junto com meu amigo Raul Santiago e o Instituto Papo Reto, conseguimos juntar essas 10 toneladas de alimentos. Ver toda a equipe do Instituto cuidando das doações, desde carregar, embalar e distribuir de casa em casa, me encheu de orgulho, pois pude ver que tínhamos alcançado o objetivo.
- O que você espera que o público leve dessa experiência, tanto no palco quanto fora dele?
Espero que todo o público que esteve lá e esteja assistindo o audiovisual, consiga sentir todo amor, comprometimento e entrega daquele dia. Foram muitas noites pensando em todos os detalhes para entregar a eles o meu máximo, a minha verdadeira essência.
- O repertório do audiovisual inclui faixas com participações de Dilsinho e Mumuzinho. Como foi o processo para chegar ao nome desses artistas?
Todos que estão ali são meus amigos. A gente se ama. Eu sou conectado com eles e todos têm uma história comigo. Estar com estes amigos é sempre um prazer muito grande.
- O volume dois do projeto está previsto para 2025. O que os fãs podem esperar dessa continuação e das novas colaborações com artistas como Xande de Pilares e Diney?
Esperem muito pagode para pagodeiro. Muita entrega, muita energia, tanto no palco quanto do público que estava lá. No volume dois, temos musicas autorais e muito samba pra gente curtir com os amigos, assar uma carne e viver bons momentos.
- O projeto "Subúrbio" nasceu da sua vontade de ficar mais tempo no palco, tocando e improvisando. Como essa liberdade de improviso é incorporada nas suas apresentações ao vivo e no novo audiovisual?
Normalmente, nas nossas apresentações, temos um horário a cumprir e com isso deixamos de cantar uns sambas que muita gente pede nessas apresentações. Quando temos mais tempo, a gente consegue tocar o que vem na cabeça, tudo que a gente realmente gosta e aprendeu nas rodas de samba.
- O álbum "Subúrbio (Ao Vivo)" recebeu uma indicação ao Grammy Latino 2024 e teve mais de 63 milhões de reproduções. Qual o impacto dessa repercussão na sua carreira e no seu processo criativo?
Essa indicação tem um impacto muito grande na minha caminhada. São muitos anos fazendo música, tocando para levar o sustento para casa. Tanto para os meus como para toda a equipe que está comigo na estrada. Eu sempre tive um jeito de fazer música e ver essa música chegar do outro lado do mundo, me deixou muito orgulhoso de tudo que estamos construindo, acreditando no som para emocionar.
- O "Subúrbio" tem uma mistura de samba, pagode e outros estilos. Como você define seu som e o que ele representa para a cultura do subúrbio carioca?
O meu subúrbio é um pagode para pagodeiro. É aquele pagode que a gente vai e canta de olhos fechados, braços abertos e batendo no peito. O 'Subúrbio' é um pouco daquela música: "Saí para curtir um som/ Por isso é que eu estou aqui/ E papai do céu é bom e cuida de mim/ Saí pra curtir um som /Não deu para curtir só um/ E junto com meus irmãos já 'tô' a Bangu" (letra de "O Som do Tambor").
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