Publicado 15/09/2024 05:00 | Atualizado 18/09/2024 12:44
O que é o Rock in Rio para você? Para alguns é um evento histórico, para outros é a chance de ver de perto grandes artistas, uns nem ligam muito, mas para algumas empresas, é uma oportunidade de ouro.
O festival acontece na já tradicional Cidade do Rock, no Parque Olímpico, na Zona Oeste. Mas por trás da diversão para o público geral, que deve contar com cerca de 700 mil pessoas ao longo de todos os dias do evento, há muito investimento e estratégias.
Diversas marcas querem associar a imagem ao festival como forma de se posicionar no mercado e colher frutos. Em seu site oficial, o Rock in Rio exibe uma lista com 12 grandes marcas como patrocinadores.
PublicidadeO festival acontece na já tradicional Cidade do Rock, no Parque Olímpico, na Zona Oeste. Mas por trás da diversão para o público geral, que deve contar com cerca de 700 mil pessoas ao longo de todos os dias do evento, há muito investimento e estratégias.
Diversas marcas querem associar a imagem ao festival como forma de se posicionar no mercado e colher frutos. Em seu site oficial, o Rock in Rio exibe uma lista com 12 grandes marcas como patrocinadores.
Papo com as empresas
Pensando em entender melhor qual é o objetivo dessas empresas com tudo isso, O DIA procurou as companhias para saber suas estratégias e entender o que elas esperam desta parceria.
Eduardo Picarelli, diretor da unidade de negócios da Heineken no Brasil, ressalta o tempo de parceria com o Rock in Rio. Ele lembra que desde que o evento passou a acontecer regularmente, em 2011, "a marca tem incentivado a plataforma de música, começando com o apoio ao retorno do Rock in Rio há 13 anos. Essa associação com o festival também ajuda a marca a se posicionar como uma parte integral da cultura musical", explicou.
Já a diretora de Marketing da Ipiranga, Rafaella Gobara, falou também um pouco sobre as estratégias da empresa para engajar com o público.
Em seu posicionamento, a marca afirma "a Ipiranga é para todos, assim como o festival, que reúne diferentes tribos, idades, classes sociais, sotaques e pessoas". No espaço da patrocinadora, terá um mini estúdio de fotos chamado "Completa o meu feed", que faz alusão à campanha da empresa "Completa pra mim". A ideia é chamar a atenção de brasileiros por todo o país.
A Doritos, da gigante PepsiCo, é mais uma das marcas que marca presença no festival. A empresa irá aproveitar para divulgar seus novos sabores em um espaço com milhares de pessoas.
"Um festival como o Rock in Rio Brasil 2024 gera uma grande conexão emocional com os fãs de música que passam pela Cidade do Rock a cada dia de evento. Dentro desses momentos, as marcas que estão presentes ganham um lugar especial entre o público", comentou Cecília Dias, vice-presidente da PepsiCo Brasil.
Já diretora de marketing e insights da seguradora Prudential do Brasil, Fernanda Riezemberg, falou sobre a importância que o próprio evento teve para o crescimento da empresa.
"A Prudential do Brasil estreia nesta edição como patrocinadora do Rock in Rio, mas é a seguradora de vida oficial do evento desde 2019. Nossa parceria de sucesso com o Rock in Rio evoluiu naturalmente ao longo dos anos. Estar presente em um festival desse porte nos abre grandes oportunidades de estreitar o relacionamento com novos públicos, fomentar o conhecimento sobre seguro de vida... Desde que a Prudential se associou ao Rock in Rio, observamos que a marca ficou muito mais conhecida".
A operadora TIM é mais uma empresa que marca presença no Rock in Rio. Neste ano, a marca trará uma inovação para mostrar a qualidade da sua conexão 5G.
"Acreditamos tanto na potência do 5G que, além de construir um estande tecnológico e quase 100% azul, nos propomos a um desafio: a conectividade 5G das nossas ativações irão ultrapassar as barreiras da Cidade do Rock com o Karaokê 5G, onde o "cantor ou a cantora da vez" pode cantar em uma das cabines espalhadas pelo festival ou dentro da loja TIM no Shopping New York City Center, na Barra da Tijuca, e ser transportado de forma holográfica para dentro do nosso estande. Vai ser demais!", disse Camila Ribeiro, diretora de advertising e branding da TIM.
Outra patrocinadora oficial, a Seara, compartilhou com O DIA uma das estratégias que vai usar para divulgar seus produtos. A marca acompanha o festival desde 2019.
"Música, festivais e entretenimento são nossos territórios de marca. Por isso, participar do Rock in Rio Brasil é algo que faz muito sentido para nossa estratégia. Nós vamos entregar mais de 50 toneladas de produtos em torno do Rock in Rio 2024, nos nossos espaços no evento".
Tatianna Perri, Diretora de Marketing Chocolates Nestlé, falou sobre a participação da marca KitKat como patrocinadora do festival. A parceria teve início em 2022.
"Em 2022, a KitKat fez sua estreia como patrocinadora no Rock in Rio Brasil, marcando o início de uma trajetória de sucesso nos grandes festivais do país. Os resultados alcançados foram surpreendentes: KitKat foi o alimento mais vendido na Cidade do Rock, com mais de 215 mil unidades comercializadas. Para ilustrar esse volume, seria possível empilhar os tabletes de chocolate mais de 70 vezes a altura do icônico Palco Mundo".
"Nosso principal objetivo com o patrocínio é consolidar KitKat como uma marca de destaque no território da música, ampliando nossa presença e relevância junto ao público jovem", completou.
Já Paulo Correa, Ceo da marca de roupas C&A, informou que "acredita que moda e música andam juntas e o Rock in Rio é um dos maiores festivais do mundo. São mais de 100 mil pessoas por dia, celebrando a diversidade, as diferentes formas de expressão, conectando gerações e culturas".
Ele informou que a empresa recebe retorno em suas lojas no evento. "Vemos um crescimento na busca por itens que ajudem a deixar a experiência mais agradável: com shorts jeans e regatas para deixar os looks mais leves nos dias de calor, moletons e as icônicas jaquetas jeans para as noites mais frescas ou frias. Outro item que é muito procurado são os sapatos mais confortáveis e que projetem os pés, como tênis".
Questionadas sobre o investimento total no festival, Heineken, Ipiranga, Doritos, Prudential, Tim e C&A informaram que não revelam este tipo de dado estratégico. Sem citar números exatos, a Seara disse ter triplicado seus investimentos em comparação com as edições anteriores. Já a Nestlé informou que aumentou 20%.
Todas as empresas valorizaram a força do Rock in Rio como evento e admitiram o potencial de exposição internacional do festival.
Coca-Cola, Natura, Volkswagen e Itaú não responderam aos questionamentos, mas também são patrocinadores e terão seu espaço no festival.
Impacto econômico: como o Rio de Janeiro ganha com o evento?
Mas e os cofres públicos também ganham com tudo isso? A resposta é sim. De acordo com um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas e divulgado pela própria assessoria do Rock in Rio, está previsto um impacto econômico de R$ 2,9 bilhões na cidade do Rio de Janeiro.
A Secretaria Municipal da Fazenda informou que divulgação sobre os ganhos financeiros da cidade seria feito pela assessoria do evento. Além disso, ainda segundo a FGV, foram gerados mais de 32 mil empregos diretos.
Mas como a cidade ganha com o evento? Para entender melhor como a cidade se beneficia com o evento, O DIA convidou Fabrício Granito, Ceo do HEL Ecossistema. O especialista apontou as movimentações financeiras, como compras e serviços, feitas em maior número na cidade, afetam a arrecadação.
"Todo comércio e serviços atrelados aos grandes eventos geram impacto econômico e são fontes arrecadatórias de impostos, gerando consequentemente receita para a prefeitura através da cobrança de ISS por serviços prestados durante os eventos e ICMS por circulação de mercadorias comercializadas".
Hotéis cheios
Um exemplo disso são os hotéis da cidade, que estão operando bem mais próximo de sua lotação do que o habitual. Após ser questionada sobre a ocupação das redes da cidade, a HotéisRio, que cuida da hotelaria na capital fluminense, forneceu números de ocupação.
Na primeira semana de shows (de 13 a 15 de setembro), a média da cidade está em 74%. São destaques as regiões de Barra e Recreio, com 85%, e a Zona Sul (Leme/Copacabana e Ipanema/Leblon), com 78%.
Na segunda semana de shows (de 19 a 22 de setembro), as duas regiões continuam como destaques, Barra e Recreio, com 75%, e Zona Sul (Leme/Copacabana e Ipanema/Leblon) com 68%, enquanto a média da cidade está em 67%.
Os levantamentos foram feitos até a primeira sexta-feira de setembro, dia 6.
"Nossa expectativa é chegar a 95% nos dois fins de semana. O Rio de Janeiro se preparou para comemorar esses 40 anos do Rock in Rio. Vai ser uma festa, com casa cheia e muita animação, com hotéis, bares e restaurantes cheios. É o astral do festival tomando conta da nossa cidade", disse Alfredo Lopes, presidente do HotéisRio.
Ele também destacou que alguns hotéis criaram produtos e serviços especialmente para o evento, como ocupação temática de música e transporte direto para a Cidade do Rock.
Coca-Cola, Natura, Volkswagen e Itaú não responderam aos questionamentos, mas também são patrocinadores e terão seu espaço no festival.
Impacto econômico: como o Rio de Janeiro ganha com o evento?
Mas e os cofres públicos também ganham com tudo isso? A resposta é sim. De acordo com um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas e divulgado pela própria assessoria do Rock in Rio, está previsto um impacto econômico de R$ 2,9 bilhões na cidade do Rio de Janeiro.
A Secretaria Municipal da Fazenda informou que divulgação sobre os ganhos financeiros da cidade seria feito pela assessoria do evento. Além disso, ainda segundo a FGV, foram gerados mais de 32 mil empregos diretos.
Mas como a cidade ganha com o evento? Para entender melhor como a cidade se beneficia com o evento, O DIA convidou Fabrício Granito, Ceo do HEL Ecossistema. O especialista apontou as movimentações financeiras, como compras e serviços, feitas em maior número na cidade, afetam a arrecadação.
"Todo comércio e serviços atrelados aos grandes eventos geram impacto econômico e são fontes arrecadatórias de impostos, gerando consequentemente receita para a prefeitura através da cobrança de ISS por serviços prestados durante os eventos e ICMS por circulação de mercadorias comercializadas".
Hotéis cheios
Um exemplo disso são os hotéis da cidade, que estão operando bem mais próximo de sua lotação do que o habitual. Após ser questionada sobre a ocupação das redes da cidade, a HotéisRio, que cuida da hotelaria na capital fluminense, forneceu números de ocupação.
Na primeira semana de shows (de 13 a 15 de setembro), a média da cidade está em 74%. São destaques as regiões de Barra e Recreio, com 85%, e a Zona Sul (Leme/Copacabana e Ipanema/Leblon), com 78%.
Na segunda semana de shows (de 19 a 22 de setembro), as duas regiões continuam como destaques, Barra e Recreio, com 75%, e Zona Sul (Leme/Copacabana e Ipanema/Leblon) com 68%, enquanto a média da cidade está em 67%.
Os levantamentos foram feitos até a primeira sexta-feira de setembro, dia 6.
"Nossa expectativa é chegar a 95% nos dois fins de semana. O Rio de Janeiro se preparou para comemorar esses 40 anos do Rock in Rio. Vai ser uma festa, com casa cheia e muita animação, com hotéis, bares e restaurantes cheios. É o astral do festival tomando conta da nossa cidade", disse Alfredo Lopes, presidente do HotéisRio.
Ele também destacou que alguns hotéis criaram produtos e serviços especialmente para o evento, como ocupação temática de música e transporte direto para a Cidade do Rock.
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