Publicado 03/10/2022 14:40
Rio - As gravações de "Pantanal", da TV Globo, chegaram ao fim no dia 30 de setembro. O elenco da trama de Benedito Ruy Barbosa, que foi adaptada pelo neto do autor, Bruno Luperi, se emocionou muito ao gravar as últimas cenas do folhetim.
A atriz Alanis Guillen, que viveu a icônica Juma Marruá, garantiu que a novela transformou sua vida. "'Pantanal' está ainda modificando muito a minha vida a cada dia. É tanta coisa que se vive, tanta transformação, interna, externa, e eu sinto que ainda é cedo para digerir tudo isso. Sei que quando eu finalizar o trabalho vou ter tempo de elaborar e digerir. De cara, já posso dizer que foi um processo muito importante no campo de pesquisa como atriz. A Juma me permitiu desbravar o estudo de uma personagem, de uma história, de um jeito intenso e muito interessante. Essa experiência foi realmente muito engrandecedora".
Já Bella Campos, a Muda, contou que não tinha dimensão do que a obra de Benedito Ruy Barbosa representava no país. "Como eu não era nascida na primeira versão da novela, embora conhecesse, não tinha a dimensão do que essa obra representava no Brasil. Mas já nas primeiras semanas de gravação eu fui entendendo melhor essa obra que fala sobre esse Brasil que está oculto para muitas pessoas, mas que a gente gosta de ver, de acessar. Eu me surpreendi nesse sentido, porque eu sabia que tinha sido um grande sucesso, mas não como aconteceu exatamente", afirmou.
"Quando vi o primeiro capítulo entendi a grandiosidade de Pantanal. E comecei a entender o que conquistou o público tão fortemente 30 anos atrás, e que felizmente a gente conseguiu conquistar de novo agora. Para mim, foi uma grata surpresa, uma grata descoberta. O texto, a qualidade dos personagens, o fato de todos os personagens terem algo relevante a contar é um diferencial. E foi lindo ver a generosidade do público com a gente. Nós nos sentimos todos parte da mesma família, a família Leôncio. Eu percebo isso quando as pessoas vêm me falar da novela e eu acho que é por isso, porque é uma trama acolhedora. Eu vejo que as pessoas têm essa sensação de pertencimento à cozinha da Filó, às rodas de viola. De alguma forma, parecia que o público estava sempre ali com a gente e isso foi muito gostoso. E, além disso, todo o elenco estava muito entrosado. Tivemos esse presente que foi poder conviver juntos no Pantanal e trazer isso para os Estúdios Globo", completou.
"A conexão da gente era tão forte que transpassamos isso para o público, que construiu essa história com a gente. Neste momento, de fim de gravação, o sentimento é de alívio porque quando essa novela começou eu não sabia se eu ia conseguir. Mas foi... Outro sentimento que carrego nesse momento é gratidão, por esse presente e me sentir honrada de fazer parte dessa história. E saudade, muita saudade. Sentimento de coração quentinho e dever cumprido. O que fica desse projeto é a importância da generosidade. Eu acho que 'Pantanal' só foi esse sucesso porque existia muita generosidade entre todos, elenco, equipe, direção, comunicação, camareiras, caracterização... Em ‘Pantanal’ existiu muita troca e a gente mostra que a união faz a força", finalizou.
Isabel Teixeira comemora o carinho do público, que "adotou" sua personagem, a Maria Bruaca. "É o público que manda, a gente trabalha para ele e ele responde. Em ‘Pantanal’ ele respondeu com esse novo instrumento, que são as redes sociais, que literalmente escreve junto. Eu saio com isso e com amigos novos, para a vida, acho que foi muito quente, humanamente quente, todas essas relações. Isso vai fazer parte da minha vida para sempre. O que de 'Pantanal' ficou em mim: o Pantanal mesmo, o local, essa natureza; a segunda natureza, que é o audiovisual e a teledramaturgia, com toda sua técnica; as pessoas, os atores, as atrizes e a equipe técnica; e ela, a Maria Bruaca", disse.
"Eu já vivi muito isso, de você conviver com uma personagem muito tempo e de repente ela termina. É um fim de ciclo, um aprendizado você fazer isso. Acho bonito a gente ter essas lições de partir. A MaryBru fica, mas eu sei que agora tem esse desapego, não tem choro nem vela. Eu tirei a roupa e acabou. Mas, ao contrário do teatro, não tem repetição. Vai fazer 'puf' hoje, mas está registrado. E hoje tem uma plataforma que eu posso ver qualquer capítulo a qualquer hora. Então é um outro tipo de desapego", completou a atriz.
Jesuíta Barbosa, o Jove, contou que já esperava que a novela seria um grade sucesso. "Eu tinha uma ideia de que seria um projeto grande, com um resultado bom. E tinha muitas esperanças quando apareceu o convite. Eu acho que a gente já sente um pouco que vai ser um projeto bom, bem feito, com qualidade, organização para gravar. Eu acho que a pressão, diretamente, eu não senti. Eu senti que eu tinha de me organizar bem para fazer. A sensação é de que nós, do elenco e equipe, nos tornamos amigos, uma família. Acho que tem muito da casa do José Leôncio (Marcos Palmeira) nesse sentimento, uma sede familiar. Isso aconteceu nos bastidores, tem uma família de pessoas que eu gosto e todo mundo sente a mesma coisa. De 'Pantanal' em mim fica muita ternura, atenção e cuidado com o outro", garante.
O ator Juliano Cazarré relembrou que foi ele quem se ofereceu para participar da novela. "Eu fiquei muito feliz quando soube que a novela ia ter uma nova versão e eu mesmo me ofereci para estar no elenco. Costumo ter mais esperança do que expectativa. Eu tinha esperança de que ia dar certo. E estou muito feliz agora, tendo percorrido essa estrada toda, de ver que deu certo, que a novela caiu no gosto do público, e que a gente conseguiu fazer um bom trabalho. Estou feliz de ter participado disso. Estou feliz que o público gostou da novela e no meu caso especificamente do Alcides, um personagem que teve uma boa recepção e que tem uma história linda dentro da trama, de redenção, um cara que se modifica ao longo do tempo. E ao mesmo tempo sinto um grande alivio de ter entregado, de estar chegando no final, entregando tudo o que a gente se propôs a fazer. Passamos pelas viagens ao Pantanal, quando foi difícil ficar longe da família. Nos últimos meses, gravando muito. Então, estou grato, orgulhoso, feliz e aliviado. 'Pantanal' me deixa grandes amizades. O Guito, o Thommy, que eu conheci nessa novela. Zé Loreto, que já é meu amigo, mas que foi muito bom reencontrar. Marquinhos Palmeira e Bel Teixeira, pessoas que eu já conhecia, mas que a gente teve a chance de se reaproximar muito", comemorou.
O ator também falou sobre as dificuldades de conciliar as gravações com o complicado momento pessoal pelo qual está passando. "E essa novela foi um grande teste para mim. Eu estava num momento complicado da vida pessoal. Eu e minha esposa tivemos uma filha que precisou ficar em São Paulo. Hoje estamos gravando aqui as últimas cenas e ela passou pela terceira cirurgia. Deu tudo certo, graças a Deus. Foi uma novela que exigiu muito de mim no sentido emocional. É uma experiência que vai ficar marcada na minha vida, uma novela que eu jamais vou esquecer e dentro da minha carreira eu acho que ela é um ponto de inflexão. A chance de mostrar um trabalho maduro, de muitas emoções, um personagem de altos e baixos. Uma novela que vou guardar com carinho no meu coração" disse.
O ator Marcos Palmeira disse que está com a sensação de "dever cumprido". "Eu sinto que o dever está cumprido e fico muito honrado por ter vivido esse momento único. Na minha idade, lembrar do tempo, da outra novela, representar esse papel que fez tanto sucesso com Claudio Marzo, um grande amigo... Tudo isso é especial. A gente pode acreditar na dramaturgia de verdade, não ter medo de contar a história, de dar tempo a ela, sair um pouco desse universo digital. É uma novela analógica, se você pensar, o tempo, a história, a dinâmica de vai e volta. A gente tem de acreditar na dramaturgia. Um texto bom é muito difícil que não dê certo. Alguns sucessos me surpreendem mais, esse não me surpreendeu. O que me surpreendeu foi a dimensão que tomou."
Para José Loreto, "Pantanal" é um marco em sua carreira. "Eu vou sentir muita falta, saudade, do elenco que a gente se encontra uma vez por semana pelo menos fora do trabalho. E isso é especial, não é sempre que acontece esse entrosamento geral. Essa novela foi um acerto, a obra certa, no momento certo, falar de natureza, desse Brasil profundo, dessa conexão cheia de histórias boas, um clássico... 'Pantanal' é um marco para mim, de cabo a rabo. Desde a primeira vez que Papinha (Rogério Gomes) me ligou até agora, o último dia de gravação. As emoções que eu tive enquanto personagem, as vivencias, eu esqueci um pouco do Zé. Foi maravilhoso".
Guito, o Tibério, contou que está com o coração doendo pelo fim das gravações. "Criamos um clima gostoso entre elenco, equipe, direção e acho que isso transpareceu para a tela. O sentimento agora é que o coração está doendo. Está parecendo formatura do terceiro ano, quando a gente começa a assinar as camisas. Mas também dá um alívio de dever cumprido, de ter entregado uma boa história, bonita. Não dá para comparar as duas versões, o mundo mudou, os tempos são outros. Mas acho que, como daquela vez, conseguimos contar uma boa história. O que fica de 'Pantanal' em mim é a amizade. Com cada um do elenco, da direção, da equipe técnica, essa proximidade que a gente desenvolveu é algo que vai permanecer para o resto da vida. Foi realmente diferenciado".
Dira Paes relembrou a primeira versão da novela. "Antes de fazer Pantanal fui espectadora. Eu não só tinha uma expectativa muito grande, como eu me imaginava lá naquela época fazendo Pantanal. Então quando eu recebi o convite, eu já senti uma emoção única e verdadeira. E isso já me encheu de potência, como se eu tivesse certeza de que seria uma boa novela. Mas eu não imaginava o quão ela ia ser abraçada pelo público e isso é surpreendente. Foi uma unanimidade e é tão raro viver isso. O sentimento que carrego hoje é de agradecimento à essa equipe e elenco incrível que fez a novela. Essa parceria com o Marquinhos Palmeira, que é uma pessoa tão importante na minha vida profissional. Eu tenho muito a agradecer por ele estar no meu caminho, espero cruzar com ele muito mais vezes na minha vida. E entender que viver os momentos especiais não é o cotidiano das pessoas. É preciso valorizar quando isso acontece e eu estou vivendo intensamente esse momento. Eu me apaixonei pelo Pantanal, o local. E eu acho que sou meio pantaneira também. Eu tenho que admitir que eu sou uma mulher que poderia ter nascido no Pantanal. Eu acho que tenho uma cara pantaneira. Eu poderia muito bem dizer que sou de lá, então eu te diria que hoje eu sou Pantanal. Também, além de amazônica".
Camila Morgado, a Irma, considera o entrosamento da equipe de "Pantanal" raro. "O que aconteceu em ‘Pantanal’, que é muito legal e muito raro é que equipe e elenco se dá muito bem, a gente se gosta, a gente quer estar junto, a gente se pertence, todo mundo se sente pertencido. Isso é raro, a gente conta nos dedos os trabalhos que ficam em um lugar muito especial. E Pantanal fica. Todo mundo é amigo, se gosta de verdade, isso é o que fica. No mais, dentro de mim fica o Pantanal, o lugar, o lugar que eu não tinha ideia de como era bonito, rico e que se a gente não mudar a nossa cabeça, pode não ter mais aquele lugar tão lindo como ele é."
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