Ana Paula Padrão comanda a 10² edição do Masterchef Brasil Divulgação / Band
Publicado 30/04/2023 06:00
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Rio - Com passagens de sucesso pela TV Globo, Record e SBT, Ana Paula Padrão, de 57 anos, deixou as bancadas dos telejornais em 2013 para se aventurar no entretenimento, em um formato, até então, inédito. No ano seguinte, estreou no comando do "Masterchef Brasil", da Band, sem ao menos saber se a atração agradaria o público. Mas agradou. E ao longo desses nove anos, a apresentadora imprimiu toda sua personalidade no reality show culinário. Os telespectadores já puderam vê-la aos prantos com algumas histórias, dando boas risadas, torcendo pelos participantes, nervosa com o tempo de entrega dos pratos e até mesmo dando broncas, quando necessário.
"A gente não tinha ideia de que podia sonhar grande e hoje o 'Masterchef' é uma referência mundial em qualidade deste produto. Aconteceu porque a Band teve coragem de fazer isso. Quando eu cheguei era um formato internacional. Levei um susto quando fui convidada para este formato. Estava há um ano fora da TV. Não deixei o jornalismo para migrar para o entretenimento. Deixei o jornalismo, ponto. Quando veio este convite, acho que prestei atenção justamente porque não era mais do mesmo, não era pra fazer jornalismo de outra maneira em outro lugar, e eu tive muitos convites desse tipo. Era pra fazer um produto que a TV aberta não se arriscava a fazer, não tinha coragem, achava que não colava", relembra.
"Naquele momento, a audiência brasileira, que já tinha um pouco mais de dinheiro para conseguir planejar o que iria comer, e gosta de game, de competição, adora personagens... Olhei aquele formato e falei: 'É bom. Parece com o Brasil. Que coragem a Band está tendo'. Achei que não podia não ter a mesma coragem que a pessoa que me convidou estava tendo. Falei: 'vou embarcar nessa aventura nova, tão diferente', e a gente se complementou. Eu trouxe minha credibilidade acumulada para o programa, e pudemos buscar parceiros comerciais. Foi muito audacioso o início, mas pagou. Quando dizem: 'ah, o Masterchef é a única coisa da Band, é o mais do mesmo', sabe o que é isso? É inveja de quem não teve coragem de fazer a mesma coisa", provoca.
Desde sua estreia, cerca de 431 participantes já passaram pela atração, sendo 339 amadores, 56 profissionais, 28 crianças e oito cozinheiros com mais de 60 anos. Nas redes sociais, o reality show culinário acumula 3,4 milhões de seguidores no Instagram, 2,4 milhões no Facebook e 1,6 milhão de seguidores no Twitter, sem contar os 4,8 milhões de inscritos no YouTube.  
Participantes talentosos e resistentes
Ser um dos participantes do "Masterchef" não é tarefa fácil. A primeira prova desta 10ª edição do programa, que estreia nesta terça-feira, dia 2, contou com 90 participantes e foi realizada no Polo Cinematográfico Vera Cruz, em São Bernardo do Campo (SP). Apenas 18 deles continuaram na competição e seguem na disputa pelo prêmio de R$ 300 mil no cartão Pão de Açúcar e mais 300 mil pontos Stix, além do troféu de campeão, um curso na Le Cordon Bleu e mais benefícios. 
A apresentadora, inclusive, já adianta o que o público pode esperar dos cozinheiros deste ano. "A primeira coisa que eu posso dizer sobre eles é que são extremamente resistentes, porque além de encarar todo o processo de seleção de bastidores que quem está em casa não vê, os concorrentes tiveram de encarar 89 adversários. Depois, passaram por várias provas técnicas, duelos e embates para, finalmente, conquistarem o avental. Foi tudo muito tenso", entrega.

"Agora, é preciso saber jogar. Fazer as alianças e comprar as brigas certas nas horas oportunas, se impor, imaginar o que pode ocorrer com cada um nos próximos episódios, ou seja, tem que estar preparado para os mais diversos tipos de situações. Não adianta ser um excelente cozinheiro de doce, se a avaliação é de salgado. Nem ter medo de mexer com um bicho inteiro ou não conseguir filetar um peixe e separar um frango achando que esse tipo de coisa não vai acontecer. Tudo é possível no 'MasterChef' e, para levar o troféu, é necessário ter muita aptidão, cabeça boa e estratégia de jogo", enfatiza.
Muita emoção
Ao rever cenas do programa, durante a coletiva de imprensa, a apresentadora chorou ao assistir o momento em que Elisa Fernandes, campeã da primeira temporada, em 2014, pede ao pai para abrir um pote de goiabada na grande final da atração. Atualmente, a chef é dona de um bistrô em São Paulo e acumula 483 mil seguidores no Instagram. 
"Toda vez que vejo o pai da Elisa abrindo a lata de goiabada eu choro. Todas as vezes. Já vi essa cena milhares de vezes. Reality é gente. Gente acontece na frente das câmeras", afirma ela, emocionada. "A gente, claro, sai com um roteiro todos os dias, e a quantidade de coisas não roteirizadas que acontecem ali é que faz a mágica do programa. Porque é um programa de pessoas, com seus sonhos expectativas, problemas. E isso tudo é registrado pra vocês. É muito bonito de ver acontecendo", completa. 
Ana Paula ainda admite que pesquisa sobre os participantes do "MasterChef" antes de conhecê-los pessoalmente e acompanha a trajetória deles mesmo após o término do reality show. "Estudo os participantes. E isso fica na minha cabeça. Qual o sonho dessa pessoa, por que ela veio pra cá? Mesmo depois da eliminação, vejo os participantes lá fora fazendo coisas. Assim como quando eu era jornalista, eu tinha muito orgulho quando alguém chegava pra mim e dizia: 'fiz jornalismo por sua causa'. Comecei uma outra vida, uma outra história e tenho muito orgulho de reencontrar participantes que me dizem: 'Esse programa mudou a minha vida. Muito obrigada'. É lindo. Deve ter alguma coisa que eu fiz muito legal na encarnação passada pra estar vivendo isso duas vezes na minha vida. É um privilégio. Mexer com gente é a coisa mais incrível, eu amo. Vou sempre estar cercada de muita gente", ressalta.
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