Maira Pinheiro, advogada das vítimas do caso PriorReprodução / TV Globo
Publicado 19/07/2023 10:58 | Atualizado 19/07/2023 14:34
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Rio - A criminalista Maira Pinheiro, advogada da mulher que acusa o ex-BBB Felipe Prior de estupro, desabafou no "Encontro" desta quarta-feira sobre os ataques que vem recebendo de admiradores do arquiteto. Prior foi condenado a seis anos de prisão, em regime semiaberto, no início deste mês. De acordo com Maira, ela vem recebendo ameaças desde o momento em que assumiu o caso, há três anos.
"Sempre com um ingrediente de machismo, essas coisas que atacam a minha moral, apesar de eu estar no exercício da minha profissão. E desde que a gente repercutiu o relato das meninas (vítimas de Prior), esse tipo de ataque passou a ser bastante frequente. Isso em abril de 2020. E depois passou a acontecer de uma forma um pouco mais orquestrada, às vezes passava de centenas", revelou a advogada, fazendo referência as as mensagens enviadas pelos possíveis fãs do arquiteto, que atualmente recorre da decisão da Justiça de São Paulo em liberdade.
Na sequência, Maira revelou que guarda as provas das ameaças recebidas durante todos esses anos. "Eu sou advogada, eu documento as coisas. Eu documento as provas de violação de direitos. Eu tenho uma pasta na nuvem com centenas de coisas desse tipo para adotar medidas jurídicas cabíveis", explicou.
A criminalista ainda detalhou uma ameaça de morte recebida em 2021, por telefone. Na época, o criminoso chegou a falar o nome da vítima do ex-BBB, informação que segue em sigilo. "Eu atendi e era um número oculto. A pessoa falou para eu sair do caso. Ele proferiu ameaças contra mim. Falou que sabia onde eu morava, onde todas as meninas moravam. E que ele poderia acabar com a minha vida, com a vida da minha cliente e com a vida da minha filha, que naquela época tinha 7 anos", relembrou.
Maira conta que Prior é acusado de estupro por quatro mulheres e que, durante muito tempo, o público não tinha consciência do andamento do processo. "Ao longo desses três anos, as pessoas achavam que ele tinha sido inocentado, que não tinha dado em nada. Ele seguiu vivendo a vida dele normalmente", pontuou.
A advogada opinou sobre o que faz com que muitos internautas estejam ignorando as provas para permanecer ao lado de Prior. "É o mesmo problema social que levou as pessoas a acharem razoável embarcar nessa teoria da conspiração de que quatro mulheres se juntariam para prejudicar um homem só porque ele é famoso. Na verdade, antes dele ser famoso como ex-BBB, ele já era famoso no ambiente que ele andava por ter comportamentos predatórios contra mulheres", concluiu.
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