Popó (Mestre Ivamar), Antônio (Alan Rocha), Justino (João Fernandes), Aparecida (Isabel Fillardis), Celeste (Cyda Moreno) e Adélia (Malu Dimas)Manoella Mello / TV Globo
Publicado 25/08/2023 12:13
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Rio - O capítulo de "Amor Perfeito", desta sexta-feira, vai ser uma verdadeira festa! Uma edição especial da congada, organizada por Popó (Mestre Ivamar), será realizada para comemorar o aniversário de Águas de São Jacinto, mobilizando toda cidade. O evento terá muita música, dança e trajes coloridos, com direito a Aparecida (Isabel Fillardis) soltando a voz –, o folguedo homenageia Chico Rei, que na celebração será interpretado por Dom Vitório (Antônio Pitanga).
Figura lendária da tradição oral mineira, Chico Rei teria sido um monarca africano, do Congo, trazido escravizado para o Brasil. Durante o festejo, Popó (Mestre Ivamar) e Celeste (Cyda Moreno) também serão coroados rei e rainha, marcando um dos momentos mais especiais do casal. 

Estudioso há décadas do ‘sotaque’ dos tambores, mergulhando na sonoridade do instrumento em quilombos do Brasil, Mestre Ivamar emprestou suas caixas de marabaixo ou, em suas palavras, “caixas guerreiras”, para serem usadas durante as gravações. Como a história se passa nos anos 1940, o ator também trocou as cordas usadas para afinação, substituindo o nylon pelo sisal.

"Eu sou um ativista do Movimento Negro desde os anos 70 e começo, em Campinas, a trabalhar com o falecido Mestre Lumumba, que trabalhava com as congadas e trazia essa questão do tambor. Então, eu já venho discutindo e estudando os tambores desde essa época. E quando volto de Angola, onde passei quatro anos, começo a trabalhar pelos quilombos esse ‘sotaque’ que vem da caixa do divino. Em Macapá (AP) também tem uma versão da congada, com toda sua história, a guerra de mouros e cristãos, um teatro a céu aberto", lembra Mestre Ivamar.

Para o ator, a costura das referências que resultou na Congada de São Jacinto envolveu toda equipe, conduzida pelo diretor artístico André Câmara, que também convidou o coreógrafo e dançarino João Carlos Ramos para coreografar a cena. "Toda a equipe foi envolvida. Inclusive tive que ensinar à figuração o toque do tambor. Então, foi interessante eles terem pegado os instrumentos, foram 10 caixas de marabaixo e eles puderam contracenar com elas, vivenciando o tambor. Para mim, foi um presentão”, acrescenta. “Nosso diretor artístico tem uma coisa muito interessante: ele estuda e procura avaliar, com um cuidado bastante refinado, olhando para tudo com muito carinho. Então achei fantástico o papel do André nesse processo, é um diretor muito parceiro", finaliza. 
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