Karine Teles encara desafio de viver a cientista Carol, em 'Elas por Elas': 'Todos somos diversos'

Rio - Karine Teles está de volta às telinhas como a doce Carol de "Elas por Elas", da TV Globo. Depois de impressionar o público com sua atuação na pele de Madeleine, em "Pantanal", a atriz de 45 anos emenda seu segundo remake como uma das protagonistas da novela das 18h, uma adaptação do sucesso de Cassiano Gabus Mendes. Acostumada a transitar entre personagens muito diferentes entre si, agora, a artista encara novos desafios ao dar vida a uma mulher que acumula conquistas profissionais, mas enfrenta a solidão e a falta de sorte no amor.

Karine descarta o peso de ser protagonista e afirma que não se sente pressionada com a função. "Confesso que eu não estou pensando muito nessa palavra, porque corre o risco de eu sentir uma pressão que talvez não me ajude muito no trabalho. O que eu penso é que estou nesse grupo lindo de sete mulheres maravilhosas, e estamos contando essa história juntas. Isso me dá muita alegria e forças para trabalhar. Se eu ficar pensando muito no que significa, eu vou ficar nervosa e talvez não ajude. Depois, quando acabar, essa ficha pode cair à vontade; por enquanto, eu espero que ela não caia, não".

Desde a estreia da obra de Thereza Falcão e Alessandro Marson, os telespectadores têm acompanhado a relação entre Carol e Natália (Mariana Santos). Esta última aproveita o reencontro com as amigas, depois de 25 anos, para investigar a morte do irmão gêmeo, Bruno (Luan Argollo). Desconfiada da neurocientista, Natália pede ao irmão mais velho, Pedro (Alexandre Borges), que se aproxime da professora universitária para desvendar os detalhes relacionados ao fim de semana que terminou em tragédia.

Com o primeiro beijo de Pedro e Carol previsto para ir ao ar neste sábado (7), Karine avalia o comportamento de sua personagem e diz se ela será enganada tão facilmente por Pedro. "A Carol tem essas características, de ter um lado da vida dela muito bem desenvolvido, ser muito bem-sucedida; mas, em uma parte da vida dela, tem coisas que ela não se deu bem, nos relacionamentos afetivos", comenta a atriz.

"Isso é uma característica muito curiosa dela, enternecedora. Aproxima a Carol, deixa ela vulnerável e fofa, sabe? Então, ela vai começar a lidar com o que vai aparecer na vida dela. Ninguém é uma coisa só. Todos nós somos diversos. A gente se comporta de formas diferentes. Eu acho muito legal a gente poder mostrar esses dois lados da Carol: uma profissional incrível, mas que, na vida afetiva, é inocente, imatura", opina.

A artista ainda destaca que foram estas características que chamaram sua atenção ao receber o convite para dar vida à intelectual. "A Carol é uma personagem que me interessa muito. Primeiro, porque ela é muito diferente de tudo que eu já fiz. Segundo, que ela tem um tom de comédia leve, divertido, o que é novidade pra mim no audiovisual. No teatro, eu fiz bastante comédia, mas na TV e no cinema, muito pouco ainda", pontua Karine, que atuou em novos clássicos como "Que Horas Ela Volta?" (2015) e "Bacurau" (2019). "E, terceiro, que eu acho a história dela interessante. Uma mulher tão bem-sucedida profissionalmente, inteligente, competente, admirada, e que ainda pode descobrir coisas novas na vida", completa.

Para assumir o papel da cientista, Karine Teles passou por uma transformação radical e levou dois dias para concluir a mudança no visual. A atriz adotou um corte no estilo mullet e abandonou os fios louros ao surgir com o cabelo na cor castanho-escuro. "Eu adoro mudar para as personagens. Se for olhar as coisas que eu fiz, raramente eu estou igual de uma personagem para a outra, porque me ajuda muito na minha composição, (saber) como é o cabelo, a maquiagem, como ela se veste, como anda, fala...", enumera a artista.

Além disso, ela também revela que preferiu se afastar da novela original durante a criação de sua personagem. Na trama de 1982, Mila Moreira interpretava a solteirona Marlene, que ganhou novos ares para além da troca de nome da personagem. "A única semelhança é por serem mulheres com mais de 40 anos que nunca casaram. Só que a trama da Marlene girava muito em torno disso, 'Ah, vai ficar pra titia'. A Carol é quase inédita, então, eu parei de assistir à versão original. A única coisa que eu tentei manter é o carisma da Mila. Ela tinha uma presença muito forte, era muito bom tê-la em cena, ela tinha um astral muito gostoso", diz a atriz.

Karine também enfatiza a pesquisa necessária para interpretar uma neurocientista. "É uma coisa que eu não tinha a menor ideia, não sabia absolutamente nada", admite a atriz. O processo incluiu visitas ao Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (Idor), em Botafogo, na Zona Sul do Rio, guiadas pela cientista Lívia Goto-Silva. "O filho dela estuda com os meus filhos. Ela me convidou, me mostrou tudo, a pesquisa dela é incrível", relata.

"Eu conversei, também, com outros cientistas de um instituto de pesquisa neurológica de ponta em Natal. Eles me ajudaram falando do dia a dia, do trabalho de um cientista, de como é a rotina deles, o que eles fazem ao longo do dia. E todos têm muita semelhança com a Carol, trabalham mais do que tudo", conta a atriz.