Publicado 22/11/2023 07:00 | Atualizado 22/11/2023 08:00
Rio - O programa "Prato Feito Brasil", que marca a estreia de Rita Lobo na TV aberta, vai ao ar na próxima sexta-feira (24), após o "Globo Repórter", na TV Globo. A série documental promete rodar o país para revelar a diversidade da comida brasileira e seu valor nutricional. A jornada começa por Salvador, na Bahia, onde a apresentadora vai conhecer diversos tipos de feijão. Ao lado do arroz, essa leguminosa compõe a fórmula do que conhecemos como o PF (prato feito) brasileiro.
Rita é chef, autora de livros de culinária e apresentadora. Ela comanda o "Cozinha Prática", do GNT, desde 2012 e agora se prepara para atingir um público ainda maior. A artista conta qual é o seu principal objetivo com o "Prato Feito Brasil".
"Quando eu tinha 19 anos, aprendi a cozinhar. Não sabia nem fritar um ovo e resolvi fazer um curso de gastronomia. Eu não queria trabalhar com comida, nem ser chef. Só desejava aprender a cozinhar. E essa experiência transformou a minha vida. Aprender a cozinhar me trouxe muito mais do que autonomia para preparar as minhas refeições. Mudou o meu jeito de enxergar a vida. A partir daquele momento, queria que todos os meus amigos aprendessem a cozinhar. E a minha motivação continua sendo a mesma: quero trazer as pessoas para a cozinha", inicia.
"É isso que espero com o 'Prato Feito Brasil': trazer ainda mais gente para a cozinha e transformar o dia a dia dessas pessoas para melhor. Porque quem cozinha pode fazer melhores escolhas", completa.
Rita aponta os benefícios de comer arroz com feijão e não deixar esse prato tão tipicamente brasileiro cair no esquecimento. "Eu sou apaixonada por arroz com feijão: essa dupla forma sempre uma combinação saborosa, saudável e é um símbolo do Brasil. Nessas mais de duas décadas de trabalho, sempre fiz questão de valorizar o prato feito, o pê-efe. Nos meus trabalhos, no 'Cozinha Prática', no GNT, sempre tem arroz com feijão. O nosso jeito tradicional de comer é o máximo: é balanceado, tem a ver com a nossa história e com a nossa cultura", afirma.
"Eu sempre acreditei que esse cardápio deveria ser motivo de orgulho para todos nós. Mas, nos últimos tempos, fui percebendo que estava na hora de chamar todo mundo para me ajudar a defender a dieta brasileira. Era urgente. Porque, à medida que as pessoas vão deixando de comer arroz com feijão todos os dias, a saúde da população piora. Em um país como o nosso, com tradições culinárias tão fortes, isso não faz sentido", analisa.
Comida de verdade
O objetivo do programa é mostrar que, apesar de cada região ter uma forma diferente de preparar seus "pratos feitos", a escolha pelo que é chamado de "comida de verdade" é sempre mais saborosa e saudável. "Queremos unir o Brasil pela comida. Vamos valorizar a nossa cultura, as nossas tradições e a comida de verdade. Com diferentes pratos feitos, preparados em cozinhas de casa, em diferentes regiões do país, vamos mostrar que o tempero e o sotaque mudam, mas a estrutura do prato é sempre igual", afirma a apresentadora, que lista quais são os pratos preferidos de algumas regiões pelas quais passou com a atração.
"Todas as pessoas com quem falei eram muito orgulhosas de suas raízes, da forma de preparar os alimentos na região, dos alimentos propriamente ditos. Os baianos são apaixonados pelo feijão mulatinho, os paraenses amam peixe frito, os mineiros são loucos por couve e os gaúchos se orgulham do arroz branco, bem soltinho".
A interação com a população e a troca de conhecimento foram alguns dos aspectos dos quais Rita Lobo mais gostou durante as gravações. "Para mim, foi uma alegria muito grande entrar na casa das pessoas e preparar uma refeição do dia a dia com cada uma elas. E foi lindo compartilhar o orgulho que elas têm da própria comida e também das tradições regionais", garante.
"Os episódios da série foram divididos por região e também por grupos alimentares. O episódio de estreia, na Bahia, é do grupo do feijão, o do Pará é das carnes, Minas Gerais, das hortaliças, e temos o grupo do arroz, cereais e raízes no Rio Grande do Sul. Na Bahia começamos pela Estrada do Feijão e, no caminho até Salvador, comi os melhores feijões da minha vida. Num posto de beira estrada, teve um pê-efe com feijão andu que estava uma loucura de bom", relembra.
"No Pará, o único desses Estados que eu não conhecia, descobri o 'feijão adubado', que leva no preparo quiabo, abóbora, jambu... Tudo que vem da horta. E a carne do dia a dia é peixe frito acompanhado de açaí. Nesse episódio, fui parar em um igarapé para pescar o peixe do almoço. Foi uma lição de vida ver os conhecimentos que os moradores daquela comunidade têm da floresta", finaliza.
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