Publicado 27/11/2023 06:00
Rio - Exibida originalmente em 2007, "Paraíso Tropical" está de volta às telinhas da TV Globo, a partir desta segunda-feira (27), no "Vale a Pena Ver de Novo". No folhetim de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, Camila Pitanga conquistou o público como a icônica Bebel, uma prostituta das ruas de Copacabana, na Zona Sul do Rio, que se apaixona pelo vilão Olavo (Wagner Moura), seu cliente.
A atriz vibra com a reexibição da novela e relembra a trajetória da personagem. "Tenho o maior prazer de falar da Bebel, uma personagem icônica na minha vida, e acho importante dizer que é um grande novelão! Você verá a Alessandra Negrini se desdobrando em duas personagens (as gêmeas Paula e Taís), Vera Holtz fazendo a mãe do Olavo, terrível (Marion). Acho que tem tanta coisa bacana. A trajetória da Bebel é mesmo muito surpreendente porque, no início, ela é mais densa, dark, uma mulher realmente perigosa; e depois ela vai se ensolarando, virando uma palhaça – palhaçaria de circo, vai ficando uma gostosura, mais na chave da comédia. Então, tem uma transformação acontecendo ao longo da novela que é muito reveladora e interessante. É um grande novelão!", opina.
Os bordões "Catiguria" e "cueca maneira", usados por Bebel, são lembrados até hoje pelo público. "'Catiguria’ tem muito a ver com o Chico Diaz (intérprete do cafetão Jáder), que falava de um jeito muito irreverente e que eu tomei emprestado mesmo. Ele trouxe o ‘catiguria’ e o Dennis Carvalho, diretor fantástico e amigo querido, sublinhou. 'Cueca maneira' é muito Dennis Carvalho! Às vezes, a expressão ‘cueca maneira’ estava no texto, mas virar um bordão, como quase um adjetivo, uma expressão só dela, foi coisa do Dennis Carvalho. Eu tenho muita gratidão a esses amigos queridos", explica Camila.
A artista também comemora a parceria de sucesso com Wagner em cena e exalta o talento do ator baiano. "O Wagner é um ator que esbanja generosidade, um cara que está inteiro em cena. E aí não tem como, você é convocada a estar também, a vivenciar o máximo de jogo, concatenação, sintonia. Um jogo aberto e livre. É uma alegria imensa ter trabalhado e trabalhar com o Wagner Moura, um amigo querido, um irmão. Esse trabalho coroou o nosso encontro".
Trabalho em dose dupla
Na novela, Alessandra Negrini dá vida as gêmeas Paula e Taís, com personalidades bem distintas. Honesta, Paula foi criada por sua mãe, Amélia (Susana Vieira), na Bahia. Antes de Amélia morrer, a mocinha descobre que é adotada e tem uma irmã gêmea. Já no Rio de Janeiro, Taís, que só pensa em se dar bem, foi criada pelo avô Isidoro (Othon Bastos). As duas voltam a se encontrar na capital carioca. Sem escrúpulos, Taís vai tentar destruir o namoro da irmã e Daniel (Fábio Assunção).
Ao ser questionada sobre suas principais lembranças de 'Paraíso Tropical', Alessandra se diverte. "Lembro de trabalhar muito (risos), sem parar... Os amigos, a correria para mudar de um personagem para outro, muitas vezes até no corredor, entre a maquiagem e o estúdio. Foi um momento de dedicação total, um desafio diário", afirma ela, que lista três momentos mais marcantes do folhetim. "Quando as gêmeas se encontram pela primeira vez em Copa; quando o Daniel (Fabio Assunção) reencontra Paula; e quando a Taís fica com Ivan (Bruno Gagliasso) pela primeira vez".
Só dá ele
Tony Ramos também está no elenco de 'Paraíso Tropical' como Antenor Cavalcanti. De caráter duvidoso, o empresário é casado com Ana Luísa (Renée de Vielmond), mas mantém uma relação extraconjugal com Fabiana (Maria Fernanda Cândido), sua secretária. O ator lembra que os bastidores da novela eram bem divertidos. "Eram fantásticos, porque havia muito humor, mas bastante concentração e disciplina. Era um prazer muito grande".
Além de "Paraíso Tropical", o veterano está no ar em "Mulheres Apaixonadas", como Téo, e em "Terra e Paixão", como o produtor rural Antônio La Seva. O artista, inclusive, fala sobre as semelhanças e diferenças entre Antônio e Antenor. "São absolutamente díspares, muito distantes. É claro que a ambição nos dois é absoluta, são muito ambiciosos. Só que a ambição de Antenor era medida, ele não mandava matar, não tinha essa obsessão pelo poder da forma que o Antônio La Selva tem. Então, eles são bem diferentes, mas, ao mesmo tempo, são muito ricos como personagens", opina.
"Para mim, como ator, ter feito Antenor em ‘Paraíso Tropical’ e, agora, poder fazer o Antônio La Selva é um dos maiores momentos da minha vida, e isso eu sei andando na rua, no posto de gasolina, no aeroporto – outro dia eu entrei em um restaurante e as pessoas começaram a bater palma... Então são esses os fenômenos da TV aberta e uma bela personagem. Claro que o Antônio La Selva é um homem de um caráter absolutamente horroroso, é evidente, e eu tenho consciência disso [risos]. Mas como personagem para um ator desenvolver, sem dúvida, é um lindo presente que eu ganhei do Walcyr Carrasco", completa.
Tema de abertura
Ícone da música brasileira, Maria Bethânia é a voz do tema de abertura de "Paraíso Tropical". A artista entoa "Sábado em Copacabana". "Sempre será uma honra cantar Caymmi. Esse baiano extraordinário, fora do comum. Grande mestre da nossa música, da nossa poesia, do nosso ritmo. Foi uma emoção imensa quando o Gilberto Braga me pediu para fazer. Imediatamente eu falei que sim, mas um pouco assustada porque é uma responsabilidade muito grande cantar Caymmi; e para uma abertura de novela, ou seja, uma canção que será executada diariamente. Mas eu me preparei, estudei, fiz o melhor que pude. Fiz com muito amor, muita devoção e muito grata a Gilberto porque ele falou: ‘não, eu não quero outra cantora, eu quero você’. E isso foi lindo, ficou bonito, a abertura era muito bonita. Tudo era lindo ali, como Caymmi merece".
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