Publicado 24/07/2024 06:00
Rio - Pedro Manoel Nabuco, de 23 anos, ficou "em êxtase" e "surtou de alegria" ao ser selecionado para viver Mateus, gêmeo de Marcos (José Beltrão), em "Pedaço de Mim", da Netflix, após realizar alguns testes. O ator, que fez participações em séries como "A Vida Pela Frente" e "Betinho: No Fio da Navalha", do Globoplay, comenta que o filho de Liana (Juliana Paes) e Tomás (Vladimir Brichta) é o personagem "mais desafiador de sua vida" e comemora a repercussão de seu trabalho nas redes sociais.
Publicidade"Isso me dá muita felicidade, vejo a galera gostando e vindo falar, e é um retorno que você não tem noção de quão forte ele é até acontecer, até você receber os relatos, as pessoas falando como se emocionaram com as cenas, como que aquilo ali foi importante para elas de alguma forma. Isso é muito emocionante para mim, saber que o meu trabalho está impactando", disse ele, que não tem garantido elogios apenas por seu trabalho nas telinhas. A beleza também tem chamado atenção.
A má notícia para as admiradoras "mais saidinhas" é que o coração do artista já tem dona. "Eu estou namorando e muito apaixonado. Não estou nem deixando ela ver as mensagens que eu recebo para não alimentar ciúmes. Estou muito feliz namorando", frisa.
Mateus em 'Pedaço de Mim'
Na trama, a história de Mateus é abordada desde a infância. Ele e o gêmeo foram criados juntos, apesar de terem pais diferentes, e se afastam do convívio de Tomás depois de o advogado ser preso por matar Oscar (Felipe Abib). Com isso, os irmãos criam uma forte relação entre si e com a mãe, Liana. Ao sair da prisão, o advogado tenta reconquistar a confiança do filho biológico e rejeita Marcos, fruto de um estupro cometido por Oscar contra Liana. Mateus, então, faz de tudo para apoiar e ajudar o irmão no momento difícil.
"A decisão do Mateus defender o Marcos me parece muito natural. É o sonho de todo ator, você pegar um personagem que seja tão bem construído e que tenha as motivações tão bem explicadas ao longo de uma trama. Como a narrativa da série acompanha esses personagens desde o nascimento, todas as motivações deles são totalmente claras. Quando chega na parte que eu e o Zé interpretamos o Marcos e o Mateus, eles não só já são muito amigos, já têm uma intimidade muito grande, como também têm uma série de traumas que dizem respeito a essa relação com o pai e uma desconfiança muito grande pela distância que o pai toma dos dois irmãos", avalia Pedro.
Sensível, compreensivo e justo, Mateus tem características que se assemelham com o ator. "Tem muito de mim em muitos aspectos do Mateus. Acredito que todos esses adjetivos se encaixam dentro de um conceito que eu pensei muito ao longo das gravações, que é um certo senso de coletividade. O Mateus tem muito claro na cabeça dele que só existe por causa da relação com a mãe e com o irmão, aquela coisa clássica do 'só sou porque nós somos'. Isso é algo muito bonito sobre ele. O Mateus é mais desconfiado também. Essas são duas características bem fortes em mim e nele: um senso de coletividade e também uma desconfiança com aquilo que eu não conheço".
Temas relevantes
Ao longo de 17 episódios, "Pedaço de Mim" promove muitas reflexões acerca do machismo e da violência sexual. Pedro ressalta a importância de abordar temas como estes no audiovisual. "Foi uma escolha muito acertada da Netflix produzir uma série sobre esse tema. É um tema que é muito claro para a sociedade como um todo, mas principalmente para o Brasil, que agora recentemente estava votando um projeto de lei que queria colocar a mesma pena para homicídio e para aborto. É completamente descabido", opina.
"O Marcos e o Mateus são tão importantes nessa história justamente por apresentarem um contraponto. Então, se tem algo que acredito que é muito positivo e traz uma esperança muito grande é justamente a série terminar com esses dois personagens, que é o Marcos e o Mateus, que representam o futuro dessa família, representam o futuro do nosso país, como gerações que já têm um pensamento muito mais avançado sobre o machismo estrutural da nossa sociedade e que estão sendo educados para transformar isso. A série traz essa esperança bem forte de uma sociedade que está se reeducando".
Sucesso mundial
O artista também se mostra radiante com o sucesso da série na plataforma de streaming. "Tenho muito orgulho de fazer parte desse projeto, porque as pessoas não sabem, mas o cinema brasileiro é considerado um dos melhores do mundo. A gente acha que isso é uma coisa leviana, mas não é. No Brasil, temos a maior indústria audiovisual da América Latina, temos uma longa tradição de folhetim, que vem desde as radionovelas, então isso é uma coisa muito profunda na nossa sociedade, assim como o cinema", exalta.
Pedro destaca a junção dos dois universos na série. "Duas forças muito grandes do Brasil, que é o cinema e a novela. É a produção do cinema, a logística do cinema, com história de novela, referências à novela, reviravolta de novela. É uma produção autêntica para o mundo inteiro que diz muito sobre a potência do nosso país", celebra.
Projetos profissionais
Após ganhar notoriedade nacional com a série, Pedro adianta quais são seus próximos projetos profissionais. "Vou continuar fazendo teatro e cinema. Tenho vontade de conhecer o universo da televisão. Ser ator é estar sempre se movimentando. Estou com alguns trabalhos engatilhados como a participação que fiz em um longa chamado 'Adyr', de Guilherme Coelho, com produção da Matizar Filmes; e a série 'Máscaras de Oxigênio (não) Cairão Automaticamente', com direção de Marcelo Gomes, da HBO. Além disso, estou produzindo um curta e tenho muita vontade de retomar a minha peça 'Dia de Jogo'. É continuar se movimentando", declara.
'Minha maior referência'
Filho de Carmen Leonora Nabuco, atriz e diretora de teatro, que morreu, aos 45 anos, por conta de um câncer, Pedro diz que seu amor pela arte surgiu através da mãe. "Minha mãe foi uma grande atriz, diretora e produtora de teatro. Ela, infelizmente, faleceu quando era muito novo e não teve muito espaço no audiovisual, mas teve muito reconhecimento no teatro. Ela ganhou o Prêmio Shell em 1997, que até hoje é o maior prêmio do teatro brasileiro. Ela é o meu motivo de acordar todo dia de manhã, é a pessoa mais importante da minha vida, é o motivo de eu querer ser uma pessoa melhor", afirma.
Filho de Carmen Leonora Nabuco, atriz e diretora de teatro, que morreu, aos 45 anos, por conta de um câncer, Pedro diz que seu amor pela arte surgiu através da mãe. "Minha mãe foi uma grande atriz, diretora e produtora de teatro. Ela, infelizmente, faleceu quando era muito novo e não teve muito espaço no audiovisual, mas teve muito reconhecimento no teatro. Ela ganhou o Prêmio Shell em 1997, que até hoje é o maior prêmio do teatro brasileiro. Ela é o meu motivo de acordar todo dia de manhã, é a pessoa mais importante da minha vida, é o motivo de eu querer ser uma pessoa melhor", afirma.
O ator acrescenta que tem a mãe como uma referência e em todos os sentidos. "Não só como artista, porque era uma artista muito completa, escrevia, produzia e estudava muito, mas também era uma pessoa maravilhosa. Muito alegre, muito divertida e muito comprometida com as coisas que ela se propõe a fazer. É certamente a minha maior referência", completa.
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