Documentário Pra sempre Paquitas está disponivel no GloboplayDivulgação / TV Globo
Publicado 17/09/2024 05:00
Rio - A vida e carreira das ex-assistentes de palco de Xuxa, entre os anos 1980 e 2000, ganham protagonismo no documentário "Pra sempre Paquitas", disponível no Globoplay. Em cinco episódios, a produção reúne 27 do total de 29 paquitas da apresentadora, que revisitam experiências que tiveram ao lado da loira, com um novo olhar, e recordam momentos marcantes da trajetória profissional.
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"Não era fácil ser paquita. A gente trabalhava muito! Uma voz sozinha fragiliza uma história que é muito maior. Quando você ouve 27 vozes falando dessa história, ela ganha um coro e uma força maior", acredita Tatiana Maranhão, ex-paquita e uma das idealizadoras do documentário.
Ela comenta que até hoje as pessoas a reconhecem como paquita e relembra o início de sua jornada ao lado de Xuxa. "Sempre fui um pouco tímida, cai de paraquedas (no programa). Entrei numa geração que não tinha esse nome 'paquita', entrei em 1987, e nós não tínhamos o reconhecimento de ser uma paquita, nós apenas dançávamos ali com a Xuxa. Era o desejo de estar perto dela. Mas teve um momento que foi a virada de chave, íamos todos ao parque sem ser incomodadas, mas de repente isso não foi mais possível, pois várias pessoas vinham falar conosco".
Atualmente, Tatiana trabalha como assessora de imprensa de Xuxa Meneghel, que também contribui para o documentário dando seu depoimento. "Nossa relação com ela ficou muito mais transparente e direta. No programa éramos uma família, mas tinha aquela rotina de trabalho diário, de bastidor, de gravação, de show. Agora nós temos um papo muito mais leve e direto. Ela dá depoimentos lindos. Uma Xuxa humanizada, pé no chão. Maturidade foi a cereja do bolo. Vocês vão ver no documentário uma Xuxa que não sabia dos dissabores que todas viveram e fica surpresa".
Outra idealizadora do documentário é a ex-paquita Ana Paula Guimarães. A profissional entrega como foi revistar a própria história e a das colegas - incluindo as decepções, paixões, amizade, sonhos, - na obra audiovisual, mas agora com o olhar mais maduro. "Foi muito importante para nós podermos contar isso hoje, com essa maturidade. Se fosse antes, não teria um olhar tão mais amplo de entender certas coisas, de olhar e ver que podia ter sido feito diferente", opina ela, que se emocionou durante a produção da série.
"Eu me debulhei muito, esses meninos (o diretor Ivo Filho e o roteirista Paulo Mario Martins) me viram chorar todos os dias, porque você contar a sua história e ter que distanciar do seu olhar, foi uma terapia coletiva. Várias coisas que, no primeiro momento, eu tinha receio se ia falar ou não, de como ia tocar nos assuntos, aos poucos, conversando com eles, conseguimos ressignificar e trazer de uma forma muito humana. Ter essa maturidade e esse olhar de hoje foi muito importante para o que vocês vão ver, o que a gente conseguiu construir", avisa.
Além de retratar as vivências das ex-assistentes de palco de Xuxa, a série promove reflexão sobre como a sociedade evoluiu junto às gerações de 1980 e 2000, além das questões de gênero, pressão estética, representatividade, competitividade, infância, assédio e trabalho. A obra ainda reúne paquitas chilenas, argentinas, uruguaia e peruana. Outras parceiras de palco da Rainha dos Baixinhos como Adriana Bombom e as Irmãs Metralha, Mariana e Roberta Richard, também participam da produção.
Ausência do depoimento de duas ex-paquitas
Vanessa Melo e Diane Dantas, apelidada por Xuxa na época como Lady Di, decidiram não participar da série. Ana Paula Guimarães lamenta a ausência da dupla. "Sempre fica uma falta, de você poder contar a história, hoje em dia, pelo olhar delas. A gente está contemplando as duas, mas realmente elas quiseram ser preservadas e não falar. Hoje em dia, preferem o anonimato", explica.
Imagens de Vanessa e Diane na época de paquitas, entretanto, são exibidas no documentário. "Elas foram contempladas ali junto com a geração delas, a gente conseguiu de uma maneira, dentro do contexto, deixá-las ali brilhando, com o tamanho que tiveram dentro desse universo. Elas estão no documentário, mas a gente não tem um lugar de fala delas sobre a história. Então, não prejudica, mas falta, né?", avalia Ana.
Tatiana faz questão de deixar claro que, apesar das duas preferirem não contribuir para o projeto, a relação com elas segue boa. "São duas pessoas queridíssimas, que a gente tem um amor e uma gratidão enorme. É mesmo uma questão individual de cada uma delas, que seguiram vidas diferentes, profissões diferentes, e preferem ficar mais reclusas nesse momento, não querem se expor. É só por uma questão de exposição". 
Ana Paula complementa: "Enquanto Vanessa é formada em Jornalismo, Diane atua como advogada tributária. Ambas levam uma vida discreta, longe dos holofotes. Elas não têm as redes sociais abertas, realmente, não gostam mais desse lugar".
Vanessa e Diane faziam parte do grupo conhecido como New Generation, que acompanhou Xuxa a partir de 1995 e ganhou ainda mais popularidade com o boom do programa Planeta Xuxa. Também faziam parte desta fase Andrezza Cruz, Bárbara Borges, Caren Lima, Gisele Delaia e Graziella Schmitt.
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