Samantha SchmützJuliana Coutinho / Divulgação
Publicado 27/10/2024 05:00
Rio - Com mais de 25 anos de carreira, Samantha Schmütz é um dos grandes nomes do entretenimento brasileiro, seja na comédia, na música ou no cinema. Nascida em Niterói e formada em Artes Cênicas, a atriz iniciou sua jornada profissional no teatro. No entanto, foi com o personagem icônico Juninho Play, no programa "Zorra Total" (2007), da TV Globo, que ela explodiu para o grande público, consolidando-se como uma das principais humoristas do país. Desde então, sua carreira passou por várias fases, sempre marcada pela versatilidade.
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Atualmente, a artista interpreta Jéssica, um dos personagens centrais do humorístico "Vai Que Cola", em exibição há 12 anos, transmitido pelo Globoplay e Multishow. Para Samantha, o segredo desse sucesso é a capacidade do programa de se manter atualizado. "Acho que o mais importante para manter o frescor do humor é estar ligado nas coisas que estão acontecendo nos dias atuais e nunca achar que o público não é inteligente ou crítico. As pessoas se identificam quando enxergam, mesmo sem ver a verdade dos atores”.
"Vai Que Cola" gira em torno dos moradores de uma pensão no Méier, na Zona Norte do Rio, e traz a mistura de humor popular com temas cotidianos. O retorno à pensão na 12ª temporada, após aventuras fora do cenário original, trouxe de volta a 'fórmula' que conquistou o público: confusão, disputas e risadas.
"Este ano Jéssica está mais comportada e fiel, acreditam? Tem que ver para crer", brinca Samantha sobre a evolução de sua personagem no humorístico. "Acho que a Jéssica está querendo experimentar esse comportamento mais padrão incutido na nossa cultura, e que na maioria das vezes tende a fadar, pois a monogamia quando imposta, acaba sendo meio hipócrita. Mas a Jéssica cansou de dar conta de dois (risos),  tende a falhar. O público está torcendo pelo casal. Foi difícil fazer Jéssica ficar quieta, mas Lindomar (Raphael Vianna) conseguiu!", completa.
A atriz afirma que gravar as cenas de conflito e competição entre os personagens é sempre uma diversão. "A gente se diverte muito gravando e esse tema dá margem para bastante conflito, que gera confusão, que gera a graça. Apesar de ser intenso, também é muito prazeroso, temos muita liberdade para criar e acho que essa possibilidade de cada um dos atores trazer o seu molho acaba dando certo. E a nossa intimidade nos permite ir um pouco além do normal", destaca.
De Juninho Play ao cinema e streaming
Juninho Play, que Samantha interpretava no teatro antes de levá-lo para a TV, foi um divisor de águas na carreira dela. A artista revela que um filme sobre personagem está previsto para 2025. "Juninho me levou para todo o Brasil, deu visibilidade ao meu personagem, o qual eu fazia no teatro e também me possibilitou encher teatros do país inteiro. Ele sem dúvida é meu carro chefe e com muito potencial a ser explorado, um personagem amado pelo público, e que as pessoas tem saudade".
Além da comédia, Samantha tem se aventurado em papéis mais dramáticos, como em "Manhãs de Setembro", do Prime Video. No cinema, participou de sucessos de bilheteria como "Minha Mãe é Uma Peça 1 e 2", "Tô Ryca 1 e 2" e "Os Salafrários". 
Quando questionada sobre o que a motiva a continuar aceitando desafios em diversas frentes, a resposta é clara: "O amor pelo que faço é, sem dúvida, a minha maior motivação. Estar em cena é o que mais amo na vida, o palco é meu habitat natural. Sempre quis ser uma atriz completa que cantasse e dançasse, nunca dissociei uma coisa da outra, e durante a escola de teatro percebi que gostaria também de usar o canto. Sem estar atrelada ao teatro tive bandas, fui backing vocal de alguns grupos e cada vez mais tenho colocado as minhas composições na rua".
Carreira musical
Schmütz começou a cantar em bares em Niterói aos 17 anos. Com isso, desenvolveu uma carreira musical paralela à de atriz. Em 2018, estreou o programa "Samantha Canta" no Canal Bis, onde apresentou versões próprias de músicas populares. Nos últimos anos, a música ganhou ainda mais força na carreira, com participações em grandes eventos como a turnê internacional de Arthur Verocai e o Coala Festival.
Agora, em 2024, Samantha lança seu primeiro álbum solo, gravado de forma analógica, inspirado nos tempos da Motown, um projeto que ela descreve com entusiasmo: "Dia 29 vem a primeira música do álbum que gravei aqui em Los Angeles com Adrian Younge, que integra o projeto Jazz is Dead", explica. "Podem esperar um álbum lindo romântico gravado de maneira analógica como se gravavam nos tempos da Motown, com uma orquestra maravilhosa, com músicos da pesada e muito respeito pelo ouvido do público. Quero cantar cada vez mais e sinto que a música está me devolvendo todo amor que sempre dediquei a ela", complementa. 
Vida em Los Angeles e projetos futuros
Desde 2022, Samantha divide seu tempo entre o Brasil e Los Angeles, onde tem expandido seu horizonte artístico. "Acho que estar fora do país ajuda a expandir a mente e olhar o nosso lugar de fora, de uma outra perspectiva. Valorizar o bom do Brasil e também o que pode melhorar, estudar e pesquisar coisas que estão acontecendo aqui fora de interessante, artística e comportamentalmente e tentar levar influências positivas que acontecem aqui. A arte realmente tem um espaço em todas as áreas, diferente do Brasil, que às vezes não dá lugar para todos os tamanhos de artista, mas que mantém sempre as portas abertas para quem já é grande e estabelecido. São sempre os mesmos. Aqui não, aqui o novo é muito bem-vindo", opina.
Para o futuro, ela expressa o desejo de fazer uma peça na Broadway. "Meus planos para o futuro são, me dedicar mais à música, ao cinema e ao teatro , quero muito fazer uma peça na Broadway”.
Autoestima
Schmütz conta que sempre teve autoestima lá no alto. "Tenho uma relação muito boa com meu corpo e aparência, acho que isso tem a ver com a maneira que fui criada pelos meus pais e minha família, eles sempre me deram muita segurança".
Mesmo em momentos difíceis, como ao sofrer bullying, ela soube lidar com as situações de forma resiliente: "Quando eu sofria bullying, achava que o problema era da pessoa que estava fazendo bullying comigo e que talvez ela não estivesse vendo quem eu realmente era. Ficava triste, mas não acreditava no que estavam dizendo e sou assim até hoje".
Ela ainda não se deixa abater ao lidar com críticas ou comentários nas redes sociais: "Sempre tem comentários do tipo: 'Nossa, você é muito baixinha' ou 'pensei que você fosse mais alta ou mais gorda'. Eu acho graça".
No que diz respeito às tendências de beleza e estética, a artista segue uma abordagem equilibrada, cuidando de sua aparência sem exageros ou intervenções invasivas. "Não gosto de nada muito invasivo. Faço botox, mas deixando movimento na testa, e um pouco de preenchimento em algumas áreas do rosto. Não tenho nenhuma cirurgia plástica, não coloquei silicone, ou bichectomia, lipo. Quero passar ilesa ao bisturi nessa vida", frisa. "Sou vaidosa, mas prefiro seguir o que faz sentido para mim, sem me deixar levar por todas as tendências da indústria da beleza", destaca.
Casamento
Discreta, a atriz mantém uma relação de 14 anos com o marido, o americano Michael Cannet. Os dois se conheceram em 2010, em Nova York, durante um happy hour. A brasileira estava na cidade para um show de Ivete Sangalo quando o encontrou. A humorista acredita que o segredo para um casamento duradouro não está em uma fórmula mágica, mas em pilares importantes que sustentam a relação.
"É muito importante que exista admiração, amizade e sexo. Estamos juntos há 14 anos porque entendemos nossas fases, nossos altos e baixos e fomos contornando os obstáculos. Somos muito parceiros, existe uma admiração mútua, e acreditamos na nossa parceria dentro e fora de casa", avalia. 
Polêmicas
Schmütz tem uma personalidade marcante no meio artístico. Conhecida por suas polêmicas e críticas públicas sobre posicionamento político e o papel dos artistas, ela já entrou em atritos com Juliette Freire, Miguel Falabella, Juliana Paes, Deborah Secco e Marina Ruy Barbosa, frequentemente gerando debates nas redes por seu jeito direto e opiniões vão contra a corrente.
Ela admite que, com o tempo, passou a ser mais cautelosa ao expor suas opiniões. "Estou mais cautelosa com minhas opiniões na internet, eu continuo tendo as mesmas opiniões, porém percebi que na internet as pessoas querem viver de ilusão, não querem ouvir os fatos, preferem não enxergar e fingir que está tudo certo. Então hoje em dia eu estou mais na minha, mais focada em meus projetos. Mas, ao mesmo tempo, as polêmicas me trouxeram clareza de como a nossa indústria funciona".
"As pessoas se penduram em quem está na crista da onda do momento e eu não sou assim. Me fez ver que realmente não faço parte de nenhuma panela de poderosos e nem quero fazer. Quero mesmo é realizar um trabalho de excelentíssima qualidade para quem pagar meu ingresso e quiser me assistir", acrescenta. 
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