Publicado 10/11/2024 05:00
Rio - Duda Santos, de 23 anos, estreou na TV Globo em "Malhação: Toda Forma de Amar (2019)" e caiu no gosto do público como Maria Santa na novela "Renascer (2024)". Atualmente, a atriz brilha como protagonista de "Garota do Momento", novo folhetim das 18h. Na trama, ela interpreta Beatriz, uma jovem determinada a superar um passado conturbado e a reencontrar sua mãe biológica, de quem foi separada na infância. A história, ambientada no Brasil dos anos 50, traz Beatriz como garota-propaganda de uma das maiores fábricas de sabonetes do país, revolucionando a publicidade da época. Na entrevista, a artista dá mais detalhes da personagem, representatividade na TV e sonhos. Confira!
Publicidade- Beatriz é sua primeira protagonista e tem uma história bem marcante.
Beatriz nasceu em Petrópolis e foi criada pela avó paterna, o pai morreu quando ela tinha dois anos e a mãe desapareceu quando ela tinha quatro. Após 16 anos, Beatriz descobre que a mãe está viva e vem pro Rio de Janeiro atrás dela. Ela acaba esbarrando no amor da sua vida, que é o Beto, personagem do Pedro Novaes. Eles começam a viver essa aventura de amor, até ela descobrir que Beto é namorado da sua irmã, a personagem de Maisa, a Bia. Beatriz vira garota propaganda da perfumaria carioca, que é a empresa do Fábio Assunção, que vende sabonetes.
- Temos visto mais diversidade nas telas e com a estreia de 'Garota do Momento' são três protagonistas negras no ar. Como você se sente fazendo parte desse momento histórico?
É um momento lindo, estou muito feliz. Acho uma loucura esse momento assustar a gente. Somos maioria há muito tempo, esse feito foi tarde, já deveria ter acontecido. Mas é lindo, que bom que aconteceu.
- Fazer novela de época é mais desafiador?
Fazer novela é difícil, independente do que a gente for fazer. É a minha primeira novela de época e eu não tenho muitas novelas no currículo. Sou da era do celular, tudo muito rápido, a gente acaba cortando a palavra pelo meio, ‘você’ virou ‘vc’. As palavras soam diferente, não se tinha a intimidade que temos hoje, do corpo mais livre, da mulher usar roupas soltas, eu sou muito do toque e a gente sofre com os limites.
- Como é ser a 'Garota do Momento'?
Gratificante. Não sou só a Garota do Momento, essa garota traz uma representatividade pro mundo. A única palavra que eu tenho para esse momento é gratidão por todo mundo que me ajudou a chegar até aqui, porque não foi sozinha e eu precisei que muita gente.
- Tem algo em comum com a personagem?
Tenho. Eu acho a Beatriz o máximo, mais do que eu. Conquistei coragem no decorrer do tempo e a Beatriz me deu muito isso, foi uma grande participante nesse encorajamento da minha vida. Somos muito apaixonadas por tudo o que fazemos, pelo nosso trabalho e pelas pessoas que estão ao nosso redor. A Beatriz é muito apaixonada pela Glorinha (Mariana Sena), que é a melhor amiga dela e eu sou muito apaixonada pelas minhas amigas.
- O que são opostas?
A inteligência. A Beatriz é professora de matemática e eu sou péssima em matemática. Odeio matemática.
- Como está sendo a parceria com o seu par romântico, Pedro Novaes?
Pedro é um ser humano muito especial, muito dedicado. Nós estudamos juntos, ele tira um tempo da loucura que ele vive para que a gente faça isso da melhor forma possível. Pedro é muito meu parceiro, nós damos tudo da gente e se tivesse mais alma para dar, nós daríamos, é o que mais temos em comum. A gente se diverte muito.
- Teve receio de fazer esse papel?
Fazer uma novela sempre dá um receio e medo. Eu falava para minha mãe que, às vezes, eu tenho essa sensação de que não sou atriz. Mas meu trabalho é fruto de muito amor e dedicação. Eu acho que é isso que fortifica a gente, todo o processo de preparação. A gente sempre pensa no discurso do fracasso, mas a gente nunca pensa no discurso do sucesso. Hoje, eu sou o meu sonho de dois anos atrás, é muito recente. Se preparar emocionalmente e mentalmente é importante. Por muitos anos, todas as meninas pretas são preteridas na escola, ciclo de amizade e não são escolhidas nos lugares que transitam. Eu cheguei em um lugar que as pessoas falam: 'você é a garota do momento', uma loucura.
- O que essa conquista significa para você e sua família?
Eu costumo dizer que a Beatriz é um sonho meu de quando eu era pequena. Eu sempre quis ser uma Beatriz e quis que existisse uma Beatriz para me representar. Beatriz é uma princesa, minha família sempre quis ver uma princesa na televisão e hoje eu estou aqui contando esse conto de fadas. A gente precisa sonhar um pouco, precisamos sair dessa realidade que às vezes é tão dolorida. Hoje a nossa realidade é ver a nossa 'Garota do Momento'. É muito emocionante estar nesse lugar e representar as meninas que parecem comigo. A minha mãe fica louca, ela se emociona toda vez que vê um trailer da novela. A minha irmã tem 17 anos, ela está podendo viver isso comigo.
- Tem algum momento de bastidor que você possa contar com a gente?
O momento mais gostoso da novela é quando estamos todos juntos no camarim, comendo uma batata frita, falando sobre tudo, se amando e conversando. É o momento onde a gente se conecta profundamente e fala sobre tudo da vida. Nosso elenco é muito parceiro, somos grudados, a gente tem vontade de estar o tempo todo junto. Somos apaixonados um pelo outro, nos apoiamos e ajudamos muito, um bate o texto com o outro, independente se está na cena ou não. Tem sido muito especial.
- Na TV você viveu duas mocinhas com um certo sofrimento. Tanto como Maria Santa em "Renascer" (2024), como em "Garota do momento". Você é uma mocinha que passou por momentos difíceis?
Todo mundo passa por coisas difíceis na vida. Nunca vai ser fácil. Já tive muitos obstáculos, mas eu tenho essa resiliência como a Beatriz. De certa forma acho que a Maria Santa também tinha resiliência de ver o lado bom das coisas, independente de tudo. Fases ruins vão ter sempre. É tentar se reinventar sempre que for possível e ser feliz independente de todas essas coisas. Acredito que a resiliência é o ponto em comum entre essas três personagens: eu, Beatriz e Maria Santa. São problemas completamente diferentes de cada uma de nós, se permitir sofrer é importante. Temos que olhar a dor, ver que ela está ali, entender ela e passar por isso de forma saudável.
- Qual a maior diferença entre a Maria Santa e Beatriz? Consegue pontuar?
Elas são bem diferentes, são de outro tempo e realidade. A Maria Santa era uma menina criada em casa, com a família, só tinha acesso ao pai, mãe e irmã, e depois foi para fora, se apaixonou pelo José Inocêncio (Humberto Carrão / Marcos Palmeira) e vivia para aquele amor, morreu por esse amor, morreu por esse homem. Acho que a Beatriz tem mais informação, mesmo sendo uma menina de 1958, ela tem mais autonomia da própria vida e isso faz total diferença na vida de qualquer pessoa.
- Sente que tem autonomia da sua própria vida?
Não em todos os lugares, tem lugares que a gente domina mais e outros menos. Estou aprendendo a lidar com muita coisa, principalmente com a exposição, é um desafio para mim ainda. É o nosso ofício, nosso trabalho também. É lindo receber o carinho das pessoas. Acho que ser artista custa uma vida inteira mesmo.
- Na vida pessoal, como é a relação com a sua mãe? Já que na novela a Beatriz vive anos sem ter a presença dela, acreditando que ela morreu.
Lá em casa a minha mãe é minha melhor amiga. Eu não moro mais com ela, moro sozinha, mas a gente está sempre juntas. Minha mãe me ajuda em tudo na vida, me dá dicas, conversamos sobre tudo. Minha mãe é um ser humano muito especial, igual a Clarice (Carol Castro, sua mãe na trama). Vocês vão entender que ela é muito especial. Quando eu peguei o roteiro e fui ler vi muito de mim e da minha mãe, nesse amor que ultrapassa as barreiras. A Clarice consegue amar Beatriz mesmo ainda sem saber que ela é filha dela. Ela cria um amor louco por essa menina. Acho que ser mãe é isso, é uma força.
- Qual o seu maior sonho hoje para além da novela?
Meu sonho é ser mãe, sabia? Mas ainda vai demorar um pouquinho (risos). Quero conquistar o meu espaço como eu venho trilhando. Meu maior sonho é ajudar a minha família inteira, quero que minha família viva uma vida confortável e feliz. Do mesmo jeito que eu estou podendo sonhar hoje, eu quero que todos possam sonhar, porque eles abdicaram de muitas coisas para que eu pudesse sonhar hoje. Quero dar isso não só para eles como também para meninas como eu.
Beatriz nasceu em Petrópolis e foi criada pela avó paterna, o pai morreu quando ela tinha dois anos e a mãe desapareceu quando ela tinha quatro. Após 16 anos, Beatriz descobre que a mãe está viva e vem pro Rio de Janeiro atrás dela. Ela acaba esbarrando no amor da sua vida, que é o Beto, personagem do Pedro Novaes. Eles começam a viver essa aventura de amor, até ela descobrir que Beto é namorado da sua irmã, a personagem de Maisa, a Bia. Beatriz vira garota propaganda da perfumaria carioca, que é a empresa do Fábio Assunção, que vende sabonetes.
- Temos visto mais diversidade nas telas e com a estreia de 'Garota do Momento' são três protagonistas negras no ar. Como você se sente fazendo parte desse momento histórico?
É um momento lindo, estou muito feliz. Acho uma loucura esse momento assustar a gente. Somos maioria há muito tempo, esse feito foi tarde, já deveria ter acontecido. Mas é lindo, que bom que aconteceu.
- Fazer novela de época é mais desafiador?
Fazer novela é difícil, independente do que a gente for fazer. É a minha primeira novela de época e eu não tenho muitas novelas no currículo. Sou da era do celular, tudo muito rápido, a gente acaba cortando a palavra pelo meio, ‘você’ virou ‘vc’. As palavras soam diferente, não se tinha a intimidade que temos hoje, do corpo mais livre, da mulher usar roupas soltas, eu sou muito do toque e a gente sofre com os limites.
- Como é ser a 'Garota do Momento'?
Gratificante. Não sou só a Garota do Momento, essa garota traz uma representatividade pro mundo. A única palavra que eu tenho para esse momento é gratidão por todo mundo que me ajudou a chegar até aqui, porque não foi sozinha e eu precisei que muita gente.
- Tem algo em comum com a personagem?
Tenho. Eu acho a Beatriz o máximo, mais do que eu. Conquistei coragem no decorrer do tempo e a Beatriz me deu muito isso, foi uma grande participante nesse encorajamento da minha vida. Somos muito apaixonadas por tudo o que fazemos, pelo nosso trabalho e pelas pessoas que estão ao nosso redor. A Beatriz é muito apaixonada pela Glorinha (Mariana Sena), que é a melhor amiga dela e eu sou muito apaixonada pelas minhas amigas.
- O que são opostas?
A inteligência. A Beatriz é professora de matemática e eu sou péssima em matemática. Odeio matemática.
- Como está sendo a parceria com o seu par romântico, Pedro Novaes?
Pedro é um ser humano muito especial, muito dedicado. Nós estudamos juntos, ele tira um tempo da loucura que ele vive para que a gente faça isso da melhor forma possível. Pedro é muito meu parceiro, nós damos tudo da gente e se tivesse mais alma para dar, nós daríamos, é o que mais temos em comum. A gente se diverte muito.
- Teve receio de fazer esse papel?
Fazer uma novela sempre dá um receio e medo. Eu falava para minha mãe que, às vezes, eu tenho essa sensação de que não sou atriz. Mas meu trabalho é fruto de muito amor e dedicação. Eu acho que é isso que fortifica a gente, todo o processo de preparação. A gente sempre pensa no discurso do fracasso, mas a gente nunca pensa no discurso do sucesso. Hoje, eu sou o meu sonho de dois anos atrás, é muito recente. Se preparar emocionalmente e mentalmente é importante. Por muitos anos, todas as meninas pretas são preteridas na escola, ciclo de amizade e não são escolhidas nos lugares que transitam. Eu cheguei em um lugar que as pessoas falam: 'você é a garota do momento', uma loucura.
- O que essa conquista significa para você e sua família?
Eu costumo dizer que a Beatriz é um sonho meu de quando eu era pequena. Eu sempre quis ser uma Beatriz e quis que existisse uma Beatriz para me representar. Beatriz é uma princesa, minha família sempre quis ver uma princesa na televisão e hoje eu estou aqui contando esse conto de fadas. A gente precisa sonhar um pouco, precisamos sair dessa realidade que às vezes é tão dolorida. Hoje a nossa realidade é ver a nossa 'Garota do Momento'. É muito emocionante estar nesse lugar e representar as meninas que parecem comigo. A minha mãe fica louca, ela se emociona toda vez que vê um trailer da novela. A minha irmã tem 17 anos, ela está podendo viver isso comigo.
- Tem algum momento de bastidor que você possa contar com a gente?
O momento mais gostoso da novela é quando estamos todos juntos no camarim, comendo uma batata frita, falando sobre tudo, se amando e conversando. É o momento onde a gente se conecta profundamente e fala sobre tudo da vida. Nosso elenco é muito parceiro, somos grudados, a gente tem vontade de estar o tempo todo junto. Somos apaixonados um pelo outro, nos apoiamos e ajudamos muito, um bate o texto com o outro, independente se está na cena ou não. Tem sido muito especial.
- Na TV você viveu duas mocinhas com um certo sofrimento. Tanto como Maria Santa em "Renascer" (2024), como em "Garota do momento". Você é uma mocinha que passou por momentos difíceis?
Todo mundo passa por coisas difíceis na vida. Nunca vai ser fácil. Já tive muitos obstáculos, mas eu tenho essa resiliência como a Beatriz. De certa forma acho que a Maria Santa também tinha resiliência de ver o lado bom das coisas, independente de tudo. Fases ruins vão ter sempre. É tentar se reinventar sempre que for possível e ser feliz independente de todas essas coisas. Acredito que a resiliência é o ponto em comum entre essas três personagens: eu, Beatriz e Maria Santa. São problemas completamente diferentes de cada uma de nós, se permitir sofrer é importante. Temos que olhar a dor, ver que ela está ali, entender ela e passar por isso de forma saudável.
- Qual a maior diferença entre a Maria Santa e Beatriz? Consegue pontuar?
Elas são bem diferentes, são de outro tempo e realidade. A Maria Santa era uma menina criada em casa, com a família, só tinha acesso ao pai, mãe e irmã, e depois foi para fora, se apaixonou pelo José Inocêncio (Humberto Carrão / Marcos Palmeira) e vivia para aquele amor, morreu por esse amor, morreu por esse homem. Acho que a Beatriz tem mais informação, mesmo sendo uma menina de 1958, ela tem mais autonomia da própria vida e isso faz total diferença na vida de qualquer pessoa.
- Sente que tem autonomia da sua própria vida?
Não em todos os lugares, tem lugares que a gente domina mais e outros menos. Estou aprendendo a lidar com muita coisa, principalmente com a exposição, é um desafio para mim ainda. É o nosso ofício, nosso trabalho também. É lindo receber o carinho das pessoas. Acho que ser artista custa uma vida inteira mesmo.
- Na vida pessoal, como é a relação com a sua mãe? Já que na novela a Beatriz vive anos sem ter a presença dela, acreditando que ela morreu.
Lá em casa a minha mãe é minha melhor amiga. Eu não moro mais com ela, moro sozinha, mas a gente está sempre juntas. Minha mãe me ajuda em tudo na vida, me dá dicas, conversamos sobre tudo. Minha mãe é um ser humano muito especial, igual a Clarice (Carol Castro, sua mãe na trama). Vocês vão entender que ela é muito especial. Quando eu peguei o roteiro e fui ler vi muito de mim e da minha mãe, nesse amor que ultrapassa as barreiras. A Clarice consegue amar Beatriz mesmo ainda sem saber que ela é filha dela. Ela cria um amor louco por essa menina. Acho que ser mãe é isso, é uma força.
- Qual o seu maior sonho hoje para além da novela?
Meu sonho é ser mãe, sabia? Mas ainda vai demorar um pouquinho (risos). Quero conquistar o meu espaço como eu venho trilhando. Meu maior sonho é ajudar a minha família inteira, quero que minha família viva uma vida confortável e feliz. Do mesmo jeito que eu estou podendo sonhar hoje, eu quero que todos possam sonhar, porque eles abdicaram de muitas coisas para que eu pudesse sonhar hoje. Quero dar isso não só para eles como também para meninas como eu.
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