Teresa CristinaFernando Frazão/Agência Brasil
Publicado 08/12/2024 05:00
Rio - O programa "Samba na Gamboa" retorna à grade da TV Brasil, neste domingo (8), às 13h, com uma mudança marcante: Teresa Cristina assume o papel de apresentadora, ocupando o posto que foi de Diogo Nogueira entre 2008 e 2018. Com 26 anos de carreira, a cantora e compositora adianta que a atração,  gravada no Teatro Ruth de Souza, no Parque Glória Maria, em Santa Teresa, na região central do Rio, está repleta de convidados especiais e boas histórias. 
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"O público pode esperar muito carinho com o samba brasileiro, cuidado com as histórias que estamos contando. Trouxemos grandes nomes, mas também artistas novos ou que merecem mais visibilidade. O programa está equilibrado. É um espaço para famílias. Assim como o samba sempre foi: algo que une. Seja na roda de samba com amigos, na comida de domingo ou na lembrança que passa de pai para filho", diz. 
Nascida em Bonsucesso e criada na Vila da Penha, Teresa de 56 anos celebra o novo desafio profissional. "Foi um desafio para mim, mas, ao chegar em casa, agradecia tanto: 'Meu Deus, obrigada por esse dia!'. As coisas que fui aprendendo ali, poder estar perto das pessoas que admiro, poder estar mais próxima de gente com quem eu não tinha tanta intimidade. O programa me deu esse privilégio. E acho que quem assistir vai conhecer um pouquinho mais sobre a obra dos artistas: como eles chegaram até ali, como nasceram aquelas músicas, para quem foram dedicadas. É muita coisa misturada, mas o resultado final é uma alegria enorme de estar falando de samba e mostrando o samba para o Brasil inteiro", declara. 
A cantora iniciou a trajetória na música no fim da década de 1990 e gravou álbuns em homenagem a grandes sambistas, como Cartola. Apesar da familiaridade com o gênero musical, ela conta que aprendeu muitas coisas durante às gravações da atração, que está com um novo cenário, pacote gráfico e trilha sonora de abertura repaginada. "Falar de samba é uma coisa que me interessa muito... São várias camadas de aprendizado. É curioso, porque a gente nunca acha que está pronto. Eu, por exemplo, que não nasci dentro de uma escola de samba, não acho que estou pronta. E acho que o samba é isso, é uma coisa viva". 
A postura de Teresa à frente do programa foi influenciada pelas transmissões ao vivo realizadas por ela nas redes sociais durante a pandemia da covid-19, em que ela reunia milhares de pessoas para boa música e conversas. "Nas lives, eu era espontânea, às vezes até exagerada. No programa, precisei aprender a segurar minha emoção para dar espaço ao entrevistado", entrega ela, que se emocionou em alguns momentos da atração. "Lágrimas rolaram. Algumas vezes foi logo de cara, em outras, em uma canção específica". 
Convidados especiais
Com direção de Shirlene Paixão, a nova temporada do "Samba na Gamboa" terá 52 episódios e contará com uma roda de samba repleta de convidados renomados e novos talentos, promovendo encontros que celebram a riqueza do samba e da música popular brasileira. O primeiro será estrelado por Zeca Pagodinho, que interpretará clássicos de sua autoria e relembrará histórias engraçadas e curiosas de sua trajetória. Nas semanas seguintes, Xande de Pilares e Leci Brandão darão continuidade à celebração musical. 
"Esses personagens já estão cristalizados no mundo do samba, como o Aragão, o Zeca, e aí pegar e misturar com nomes como Nego Álvaro, comigo, Silva, Marcele Mota, Marina Íris… poder falar da obra das pessoas. Tem programa falando sobre o Luiz Carlos da Vila, sobre a Áurea Martins, uma mulher que tem 50 anos de carreira. É um privilégio trazer essas histórias", comemora a apresentadora. 
Adriana Calcanhotto cantando Lupicínio Rodrigues e Mônica Salmaso homenageando Elizeth Cardoso também estão entre os destaques desta temporada. "É gostoso isso, porque o samba está dentro da música brasileira, mas às vezes é visto como algo à parte da MPB. E isso me irrita muito! O samba é tão sofisticado quanto qualquer outro gênero quando quer. Ele embarca tudo: momentos sofisticados, diretos, curtos. E isso é lindo! O samba é democrático, sabe? É uma coisa que acolhe, ensina, transforma", opina Teresa.
 
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