Nando Reis durante o 'Sem Censura'Reprodução de vídeo
Publicado 21/06/2025 12:27
Rio - Nando Reis, de 62 anos, participou do "Sem Censura", da TV Brasil, nesta sexta-feira (20), e abriu o jogo sobre o alcoolismo. Sem ingerir bebida alcoólica há quase nove anos, o cantor falou sobre o preconceito em relação a doença, como ela já interferiu em seu trabalho e comentou que é membro do Alcoólicos Anônimos. 
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"O alcoolismo, a doença que eu sofro, é estigmatizada, tem preconceito, falta de informação. Eu, com quase nove anos de sobriedade, me sinto seguro para tratar disso, sabe? Sou uma figura pública. Em inúmeras ocasiões, já me apresentei em estado lastimável, ou seja, fui identificado com isso. Fiquei estigmatizado também", afirmou o artista. 
Ele lembrou que já sofreu muito devido ao alcoolismo, e que as coisas melhoraram depois que ele aceitou enfrentar a doença. "Já abri meu anonimato. Sou membro do Alcoólicos Anônimos. Tenho falado e escrevi músicas sobre isso. Nos shows, quando falo sobre isso, é uma comoção porque é um problema. As pessoas fingem que não existe problema, certo? E é um horror isso que a gente está vivendo, de negação. Negacionismo é um negócio péssimo. A melhor coisa é aceitar, enfrentar. Enquanto neguei a mim que eu sofria de um problema, eu não consegui sair. E não quer dizer que só ter a consciência vá te garantir. É um negócio difícil para caramba. Sofri muito, fiz sofrer. Não quero isso para ninguém". 
No relato, Nando disse que glamourizou a bebida. "É uma doença como outra. A pessoa tem diabetes, eu sou alcoólatra. Pronto. Não posso beber, o outro não pode comer chocolate, não posso beber. Tudo bem. Só que a bebida tem esse glamour, né? Eu digo porque eu glamourizei. Parei e tenho falado (sobre o assunto)".
A relação entre a bebida e o trabalho também foi abordada pelo artista. "É claro que tem benefícios...Dou uma pessoa neurótica tenho autocrítica exacerbada, então, de alguma maneira, o álcool dava uma diluída nisso. Mas a criatividade é minha. E, mesmo em todos os 40 anos de doideira que eu vivi, na hora de gravar ou de escolher a música, eu sempre estive lúcido porque a crítica depende de uma consciência de lucidez. Nada do que eu fiz nos discos, eu estava doidão... Fiz um monte de coisa que não presta, como todos nós. Não sou um gênio. Eu trabalho. Às vezes, dá certo. Às vezes, é bom. Às vezes, não". 
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