Rosanne Mulholland estDivulgação / Catarina Ribeiro
Publicado 31/08/2025 05:00
Rio - Depois de seis anos afastada da televisão para se dedicar à maternidade e projetos pessoais, Rosanne Mulholland está radiante com a volta às telinhas. Conhecida pelo papel da Professora Helena, de "Carrossel" (2012), a atriz de 44 anos encara agora o desafio de viver a primeira vilã, em "Paulo, O Apóstolo", da Record. Na trama bíblica, a artista interpreta a imperatriz Agripina, mulher de Cláudio (Marcos Winter) e mãe de Nero (Enzo Ciolini), figura central na Roma Antiga. Em entrevista ao MEIA HORA, ela dá detalhes da personagem, fala sobre o casamento com o ator Marcos Veras e a relação com o filho deles, Davi, de 5 anos. Confira! 
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- Como tem sido esse retorno à TV em "Paulo, o Apóstolo"? O que mais te atraiu na personagem Agripina?

Tem sido muito prazeroso. Agripina é uma personagem forte e cheia de camadas que viveu um período muito violento da história. É uma sobrevivente poderosa. Uma personagem irresistível.

- É a sua estreia em uma trama bíblica. Qual foi o maior desafio de se inserir nesse universo tão distante da nossa realidade? Você é religiosa?

Não sou propriamente religiosa, a fé de cada um é algo muito particular e merece respeito. Viajar no espaço/tempo é muito instigante. Adorei buscar essa personagem tão distante de mim e trazê-la pra perto. E, ao mesmo tempo, me levar para esse contexto histórico tão distante e tão presente no nosso imaginário.

- Você já viveu personagens muito marcantes, como a professora Helena em "Carrossel", do SBT. Como enxerga a diferença entre interpretar uma figura doce e agora uma das mulheres mais poderosas e ambiciosas da Roma Antiga?

Para mim, o grande barato de atuar é esse, viver experiências tão diferentes através de personagens tão distintas. A Professora Helena era doce e fazia parte de um contexto leve. Agripina é o oposto, é uma mulher que procurava garantir a sobrevivência de sua família em um contexto muito violento. O desafio em ambos os casos é humanizar as personagens. Busquei fazer isso tentando encontrar pontos de identificação com cada papel. Explorei espaços internos muito diferentes em mim para cada um desses trabalhos e os dois ampliaram meu olhar sobre o ser humano, cada um à sua maneira.

- Qual o lado mais instigante de viver uma vilã? Existe uma liberdade maior em cena?

A vilã pode tudo, ela não segue regras, etiqueta, nem mesmo respeita o próximo. Então, costuma existir sim uma liberdade maior. Porém, hoje em dia existem heroínas mais complexas, que podem ser muito libertadoras também.

- Como foi a preparação para esse papel? Você chegou a mergulhar em leituras sobre história e sobre a figura de Agripina?

Sim, li sobre ela e sobre o Império Romano, sobre os costumes e os valores da época. Entender o contexto em que ela viveu e construir sua perspectiva dentro da história foi muito instigante. Ela foi uma mulher poderosa e sabia muito bem o que queria. Viveu em uma cultura muito violenta e fez o que foi preciso para seguir com o legado de sua família.

- Qual mensagem você gostaria que o público levasse de Paulo, o Apóstolo e da sua Agripina?

A meu ver, Paulo tem uma mensagem importante sobre integridade e coragem. Ele escolheu seu caminho, suas lutas e se doou por inteiro a seu propósito. A respeito de Agripina, o público não tem acesso à história dela, ela aparece mais em sua relação com o filho Nero. Então, meu desejo é que o público consiga enxergar a dor dessa mulher, não para justificar suas ações, mas para que percebam que ali existia uma mulher lutando por sua vida e a do filho.

- Essa volta à TV acontece depois de um período mais focado na maternidade. Seu último papel foi em "Malhação: Toda Forma de Amar" (2019), da TV Globo. Como você sente que ser mãe te transformou como mulher e também como atriz?

Sinto que amadureci muito, a maternidade me desafia e me ensina todos os dias. Como atriz, sinto que tenho mais bagagem, me sinto menos ansiosa e procuro curtir mais os processos. Dou mais valor à minha história e a tudo que conquistei. Ao mesmo tempo, sinto frescor e um novo olhar pros novos trabalhos. Me sinto mais grata.

- Conciliar rotina de gravações e maternidade é sempre um desafio. Como você organiza o dia a dia com o Davi, de 5 anos, e quais estratégias funcionam para equilibrar carreira e vida pessoal?

Conto com uma rede de apoio, é a única forma de trabalhar sem uma rotina que caiba na rotina da criança. Aproveito o máximo o tempo que estou com ele e deixo tudo preparado para quando não estou. Davi tem um pai maravilhoso também, então nos desdobramos para que tudo funcione pAra nós e para o nosso filhote.
- O Davi assiste a novela?

Davi ainda é muito pequeno, não assistiu nem 'Carrossel'. Prefiro que ele tenha mais ferramentas para compreender melhor os conflitos e os personagens das histórias. Por enquanto, ele assiste mais desenhos mesmo, com supervisão e em horários controlados.

- Você percebe nele algum interesse ou talento artístico, já que é filho de dois atores?

Ele ama teatro e música, mas ainda está numa fase de copiar muito a gente. Ele ainda vai amadurecer e entender o caminho que quer seguir. Vamos apoiá-lo para que seja autêntico e se prepare para o que decidir fazer.

- Pensa em aumentar a família ou o desejo é de curtir essa fase apenas com o Davi?

Estamos curtindo muito o Davi e não pensamos em mais filhos.

- Você e o Marcos Veras são parceiros de vida e de profissão. Como essa cumplicidade influencia no olhar que cada um tem sobre o trabalho do outro? 

Eu admiro muito o Marcos e a capacidade que ele tem de fazer tudo com excelência. Nós conversamos sobre os caminhos na profissão, mas cada um faz seu trabalho individualmente, não interferimos no processo do outro. Cada um tem seus pontos fortes e seu jeito de trabalhar. Ao mesmo tempo, aprendo muito com ele acompanhando seus trabalhos e suas escolhas.

- Você já se aventurou em literatura infantil, podcast e até roteirização. O que mais gostaria de experimentar no campo criativo?

Quero explorar mais a escrita. Criar histórias me instiga muito.

- Quais os próximos passos? Tem algo chegando após a novela?

Estou terminando as filmagens do longa "Mentira tem Perna Curta", de Paulo Fontenelle. É uma comédia romântica com Maurício Manfrini. Está sendo bem divertido contar essa história, tenho certeza de que será muito divertido assistir também!
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