Publicado 13/09/2022 16:05 | Atualizado 13/09/2022 16:10
Rio - Maria Firmina dos Reis foi escolhida como autora homenageada na 20ª edição da Flip, que acontecerá excepcionalmente em novembro, dos dias 23 a 27, este ano. Esta é a primeira vez que a Festa Literária de Paraty homenageará uma autora negra. Em 2022, o evento conta com três curadores: a editora Fernanda Bastos e os professores Milena Britto e Pedro Meira Monteiro.
Maria Firmina dos Reis é considerada a primeira romancista negra do país, com o livro "Úrsula", de 1859. Um dos efeitos da invisibilização de sua trajetória é que pouco se sabe a respeito da autora, que nasceu em São Luís há cerca de 200 anos, filha de uma escrava alforriada e um professor branco. Maria Firmina dos Reis foi professora e colaborava com a imprensa de sua época.
Este ano, a Flip pretende dar voz ao que está nas margens. A ideia dos curadores é trazer autores de diferentes lugares e gêneros para ampliar as vozes e temas abordados na festa. "Era muito importante para nós que essa fosse uma Flip que falasse sobre arte, de literatura e do presente, mas que também trouxesse uma reflexão sobre o passado", disse Milena Britto, sobre a escolha de Maria Firmina, ao "Publishnews".
"Trazemos uma autora que enfrentou os absurdos da sua época acionando todos os lugares e potências da literatura e trazendo a proposta de fazer entender que existe uma sociedade se formando e que é preciso também, de alguma forma, distorcer o nosso olhar", completou.
Até o momento, a Flip já tem 17 meses divulgadas e participação de nomes como a francesa Annie Ernaux, o chileno Benjamín Labatut, a cubana Teresa Cárdenas, Ana Flávia Magalhães Pinto, Fernanda Miranda, Lilia Schwarcz, Lenora de Barros, Ricardo Aleixo, Patricia Lino, Amara Moira, Ricardo Lísias, Veronica Stigger, entre outros.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.