Publicado 23/04/2023 13:00 | Atualizado 23/04/2023 13:05
Rio - Não sei dizer desde quando os livros fazem parte da minha vida. Mesmo antes de aprender a ler, eu sempre fui rodeada por esses livrinhos pop-up, cheio de figuras e interatividade para crianças. Lembro de um muito especial da Chapeuzinho Vermelho que era o meu favorito. Meu amor pela literatura se deve muito ao incentivo dos meus pais, principalmente minha mãe, e do colégio em que estudei a minha vida inteira. E eu não poderia ser mais grata a eles por terem me tornado leitora.
Por isso, neste dia 23 de abril, data em que é comemorado o Dia Mundial do Livro, venho falar sobre algumas obras que marcaram a minha trajetória no mundo da leitura.
O primeiro livro adulto que eu me recordo de ler por vontade própria, sem obrigação escolar, quando eu tinha uns 13 anos de idade, é “E Não Sobrou Nenhum”, da Agatha Christie. Eu tinha uma edição antiga, que ainda se chamava “O Caso dos Dez Negrinhos”. Inclusive, precisamos falar sobre o que vem sendo feito com algumas edições de livros da Agatha, mas isso fica para outro post. Provavelmente foi através dessa história de pessoas sendo mortas misteriosamente em uma ilha isolada por um assassino implacável que surgiu o meu interesse pelos romances policiais e thrillers.
Livros nacionais e clássicos também fizeram parte da minha história. Ler “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, aos 15 anos, não foi fácil. Hoje em dia já fiz as pazes com o autor, que inclusive é um dos meus favoritos. Mas também li muitos clássicos que amei nos tempos de escola, como é o caso de “Lucíola” e “Senhora”, de José de Alencar, e “O Cortiço”, de Aluísio de Azevedo. O português Eça de Queiroz também me conquistou com “O Primo Basílio”.
Outro livro marcante para mim foi “Cem Anos de Solidão”, de Gabriel Garcia Marquez, que li quando já estava na faculdade e me foi apresentado por amigas. Este é um dos livros que eu já reli pelo menos três vezes, mas ainda me recordo a sensação de encantamento que tive ao conhecer a cidade de Macondo pela primeira vez. Muito se fala dos vários Aurelianos e José Arcardio, mas foram as mulheres fortes como Ursula, Amaranta e Rebeca que tornaram essa leitura inesquecível para mim.
Muitos outros livros e autores fizeram parte da minha história: Maurício de Sousa com as revistinhas da "Turma da Mônica", a coleção Vagalume... Jane Austen e “Orgulho e Preconceito” — outro que já perdi as contas de quantas vezes reli — despertaram meu interesse pelos clássicos ingleses. A partir daí conheci as irmãs Brontë e li obras que me marcaram pra sempre como "O Morro dos Ventos Uivantes" e "Jane Eyre".
Apesar das inúmeras polêmicas recentes envolvendo a autora, não posso negar que fui uma criança/adolescente da geração “Harry Potter”. Quando o último livro, “Harry Potter and the Deathly Hallows”, foi lançado lá fora, em julho de 2007, e descobri que a tradução só chegaria ao Brasil em novembro do mesmo ano, não aguentei esperar e comprei o livro em inglês, numa edição da Bloomsbury que guardo com carinho até hoje.
Foi assim, aos trancos e barrancos — não é fácil ler Harry Potter no original: muitas gírias, nomes de feitiços, palavras inventadas —, que fugi de todos os spoilers do final da série e ainda li meu primeiro livro em inglês. Indescritível a sensação de esperar ansiosamente o lançamento de mais um livro da saga do bruxinho, ir para a porta da livraria, caixas abertas à meia-noite, crianças fantasiadas…. É aquele ditado: só quem viveu sabe.
Mas tudo isso só pra dizer que os livros, a literatura, marcam de várias formas a vida das pessoas. E definitivamente marcaram e continuam marcando a minha.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.