'Amanhã, Amanhã e Ainda Outro Amanhã', de Gabrielle Zevin, chegou ao Brasil pela editora RoccoDivulgação
Publicado 12/06/2023 08:46
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Rio - "Amanhã, Amanhã e Ainda Outro Amanhã", da autora Gabrielle Zevin, lançado no Brasil pela editora Rocco, é aquele tipo de livro que você pega pra ler despretensiosamente e acaba devorando. Pelo menos para mim, uma millennial que cresceu jogando videogame com os primos nos anos 1990, o livro trouxe muita nostalgia.

Na obra, o leitor acompanha a vida dos protagonistas Sam e Sadie, que se conheceram quando crianças e acabaram criando uma amizade muito forte. Esse laço entre eles é quebrado ainda na infância, mas eles se reencontram mais tarde, ambos já na faculdade, e acabam retomando o contato. Apaixonados por jogos de videogame desde que eram bem novinhos, os dois decidem desenvolver o seu próprio jogo.
Apesar de a tecnologia ainda não ser tão avançada nos anos 1980, os ambiciosos amigos superam todas as expectativas, criam um jogo que une entretenimento e conceito, se tornam verdadeiras lendas no mundo dos games, conquistam milhares de fãs, e muito dinheiro. O livro mostra cerca de 30 anos na vida dessas duas pessoas, que por serem muito parecidas, acabam brigando bastante. Mas, no fundo, o amor e a amizade entre elas sempre acabam fazendo com que Sam e Sadie se reaproximem.

É impossível falar de "Amanhã, Amanhã e Ainda Outro Amanhã" sem citar Marx, um personagem secundário tão importante na vida de Sam e Sadie, que acaba se tornando também um terceiro protagonista. Uma das melhores pessoas do livro, Marx é quem equilibra as coisas e não deixa que Sam e Sadie se percam em meio ao ego.

"Amanhã, Amanhã e Ainda Outro Amanhã" traz várias referências a jogos que marcaram a infância de muita gente que viveu os anos 1980 e 1990, como Doom, Zelda, Donkey Kong, Super Mario Bros, Duck Hunt, The Oregon Trail e por aí vai. A minha vontade imediata foi nunca ter me desfeito do meu Super Nintendo, do meu Nintendo 64, do meu Playstation, e jogar todos aqueles jogos de novo.

Quem gosta de videogame com certeza vai se identificar com o livro, mas quem não gosta também vai curtir, já que os jogos, apesar de serem uma parte fundamental da história, são o plano de fundo para a autora abordar temas mais gerais e comuns a todos como crescimento, carreira, empreendedorismo, tecnologia, saúde mental, relacionamentos abusivos, amizade, depressão e luto.
Fica a dica de um livro inteligente, divertido e nostálgico, que traz o famigerado "quentinho no coração". 
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