Publicado 28/12/2023 14:34
Rio - A musicista e pesquisadora Rosana Lanzelotte lançou, recentemente, o livro “Já raiou a liberdade — D. Pedro I compositor e a música de seu tempo”, pela editora Capivara. A trajetória musical de Dom Pedro I, praticante de diversos instrumentos musicais, é desconhecida por muitos e a obra destaca o papel dele como autor do Hino da Independência e também da vida musical no início do século XIX no Rio de Janeiro.
A publicação é fruto de quatro anos de pesquisas sobre as obras de D. Pedro I, com atuação in loco em bibliotecas de países como Brasil, França, Portugal e Áustria, que resultaram em dezenove edições. Todas as obras conhecidas estão gratuitamente disponíveis no Musica Brasilis (https://musicabrasilis.org.br/), portal dedicado à disseminação de partituras de compositores brasileiros, criado por Rosana em 2009. As obras foram editadas no âmbito do projeto Acervo Digital de Partituras Brasileiras, cujo objetivo é dar acesso livre e aberto a edições de 5 mil partituras de compositores brasileiros em domínio público através da web. “Um convite para conhecermos a trajetória do “rei-orquestra”, que dominava vários instrumentos e que compôs obras publicadas em Lisboa, Porto, Paris e Londres” explica Maurício Vicente Ferreira Júnior, historiador, Diretor do Museu Imperial.
O livro é um encontro entre a contemporaneidade e o passado. Se por um lado, o leitor pode ter acesso aos bastidores da história do país, por outro, ele se transforma em um leitor-ouvinte, uma vez que as páginas do livro contam com QR Codes que levam aos áudios e/ ou vídeos das composições. Dessa forma, a experiência da leitura ganha novos contornos.
“Trata-se de um livro sobre música e História. Por isso, nada mais adequado do que sugerir que o leitor ouça os repertórios.”, conta a pesquisadora Rosana Lanzelotte. “Escrito com graça, leveza e objetividade, o livro de Rosana Lanzelotte é uma biografia de D. Pedro I que foca em um dos aspectos que a historiografia tem tratado de forma secundária: sua produção musical”, diz Isabel Lustosa, historiadora e cientista política.
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