Publicado 09/01/2024 15:01
Rio - A biografia do autor Gilberto Braga, escrita por Artur Xexéo e Mauricio Stycer, chega às livrarias este mês pela editora Intrínseca e conta não apenas a história de um dos maiores escritores de novela do país, mas também da própria televisão brasileira.
A trajetória de Gilberto Braga daria uma novela: tragédias familiares, ascensão social, superações na vida profissional e pessoal. A infância com a família na Tijuca e a juventude na Zona Sul do Rio de Janeiro foram marcantes na formação de Gilberto.
A obra revela como muitas histórias presentes nas obras de Gilberto Braga foram inspiradas em vivências próprias do novelista. Vêm daquelas épocas muitas inspirações para personagens icônicos e certas tramas, elementos que ajudaram a consagrá-lo como um retratista habilidoso das classes média e alta brasileira — com um olhar crítico, porém afetuoso e sem preconceitos ou julgamentos.
O livro é repleto de saborosas histórias, como de que forma se deu o convite de Daniel Filho para iniciar a carreira na TV. Os primeiros casos especiais, as novelas e minisséries escritas por ele e as dificuldades pessoais que enfrentou ao longo das décadas ganham o relato cuidadoso dos biógrafos.
O leitor também tem a oportunidade de relembrar — ou conhecer — as tramas da maioria das criações de Braga, além de descobrir curiosidades sobre as produções, escalações de elenco e histórias de bastidores. Para completar o quadro, artistas que estrelaram novelas e minisséries do autor dão depoimentos esclarecedores. Ao reconstituírem a carreira de Gilberto Braga, os autores mostram como ele foi pioneiro ao tratar na TV, de forma inédita muitas vezes, de temas como racismo e sexualidade.
“Muitas qualidades foram atribuídas a 'Anos dourados', mas o que marcou para Malu Mader, 'além do forte traço feminista', foi 'o elogio à bondade dos personagens', segundo ela, algo incomum na obra de Gilberto. A atriz tem razão ao observar que o novelista é mais festejado como um grande criador de vilãs e vilões.
Marcos e Lurdinha, apesar de bons, eram cativantes e interessantes. "Me orgulha ter feito uma personagem por onde ele expressou tão bem a transformação pelo amor". Malu conta que, assim como Lurdinha, ela própria foi se transformando ao longo da história. Durante as gravações da minissérie, decidiu sair da casa dos pais e morar sozinha. "Anos dourados me mostrou a dimensão mais profunda e mágica da profissão.", diz a atriz.
Artur Xexéo morreu em 2021, antes do livro ser concluído, mas sua voz é ampliada em toda a narrativa, em ideias e opiniões relatadas pelo coautor, Mauricio Stycer.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.