Futuro trilhado desde a infânciaDivulgação/Adriana Maciel
Por Priscila Correia
Rio - Quando tinha uns 10 anos, Frederico Azevedo, hoje médico, ficava com frequência doente e ia a muitos médicos fora da cidade onde morava. Como sua rotina incluía muitas idas a consultórios, acabou criando uma admiração por aqueles profissionais que, um pouco mais a frente, seriam a inspiração para a escolha do seu ofício. “Não sei ao certo quando decidi que queria fazer Medicina, mas certamente parte desse desejo veio pela forma que fui tratado por vários médicos, sempre com muita atenção e cuidado. Além disso, sempre tive vontade de ajudar pessoas, até mesmo as que eu não conhecia. Então, acho que a decisão foi a união de tudo isso: experiência própria, vontade de ajudar os que mais precisavam e compaixão pelo próximo”, explica.
Essa vocação desde cedo também faz parte da vida de Guilherme, de 12 anos. Acostumado a viajar para o exterior com os pais, ele sempre gostou de experimentar pratos locais, frutas e comidas diferentes, até mesmo os mais exóticos. Mas o interesse por seguir uma profissão ligada à gastronomia foi anunciado há uns três anos, quando começou a falar que queria aprender a cozinhar. “Conversamos sobre o assunto com a psicóloga e ela estimulou o hábito, até como terapia pra gente. Eu sempre trabalhei muito e nunca tive muito tempo para brincar, levar aos jogos etc. E a cozinha virou a nossa coisa juntos. Fui ensinando a fazer pequenas coisas, até para que ele ganhasse independência no futuro. E há uns 2 anos ele começou a falar em ser chef. Temos levado isso cada vez mais a sério e já estamos começando a pensar em uma poupança para ele estudar em escolas de gastronomia no exterior”, conta a mãe, a jornalista Elis Monteiro.
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“Acho que esse interesse partiu, em um primeiro momento, pela paixão que tem por comida. E depois porque a culinária virou uma coisa nossa, de lazer em família. Mas além disso tem o fato do Gui ser um menino curioso. Ele gosta de outras culturas, gosta de comer e gosta de estar com as pessoas à mesa. É uma criança agregadora que gosta de colocar amor no que faz. E acho que isso tem tudo a ver com a gastronomia”, complementa Elis.
Habilidades reconhecidas na infância
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Mas e o futuro?
Embora muitos profissionais de hoje tenham esboçado o que desejariam fazer no futuro ainda crianças, o mais esperado é que essas escolhas apareçam quando estão um pouco mais velhos. Entretanto, os pais não somente podem, como devem, ajudar os filhos nesse processo.
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A seguir, a psicóloga Rosana Daniele Marques, da Crowe, dá algumas dicas sobre como os pais podem ajudar seus filhos a potencializar suas habilidades.
- Incentivem a imaginação das crianças;
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- Estimulem leituras de assuntos diversos;
- Ajudem seus filhos a entenderem e a se a informar sobre as profissões do futuro;
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- Expliquem sobre a diferença entre carreira e curso, pois existem vários cursos que levam a uma carreira; 
- Incentivem as atividades extracurriculares e o desenvolvimento de competências emocionais.
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Em tempo: “Uma vez que a criança ou adolescente pareça realmente decidido sobre o que quer fazer no futuro, os pais podem pesquisar com eles sobre as melhores faculdades e conversar sobre a realidade do mercado de trabalho escolhido. Além disso, caso haja alguma dúvida sobre qual profissão seguir, os responsáveis também podem ajudar os filhos a reverem a decisão anterior, buscando carreiras em que suas habilidades se enquadrem e possam ser desenvolvidas”, conclui Ana Café, psicóloga especializada em saúde mental na infância e adolescência.