Erika Matsumoto, presidente da Urba, empresa do grupo MRVDivulgação
Publicado 03/05/2022 20:00
Ex-jogadora de baseball, ela se tornou engenheira civil e correu atrás de um sonho, o de ser feliz e realizada na profissão. Hoje ela espalha sua sensibilidade, carisma e profissionalismo em um ambiente ocupado por homens – a construção civil. Nosso mulherão de hoje é a executiva Erika Matsumoto, a demonstração da força feminina em uma área onde as mulheres ainda são minoria.
Com uma carreira brilhante, nossa entrevistada atua há 30 anos no ramo de engenharia e desde 2020 é presidente da Urba, empresa do grupo MRV. Nos últimos dois anos, com ela no comando, a companhia mais do que dobrou sua operação. Paulista de Mogi das Cruzes, dona de um sorriso e uma beleza exuberante, mãe da Sofia de 14 anos e apaixonada pela profissão, Erika conta que não foi fácil conquistar seu espaço. Para alcançar a realização, ela precisou encontrar o equilíbrio como mulher, mãe e profissional. Vamos conhecer um pouco mais sobre essa mulher que é puro sucesso e inspiração!
Como você começou na carreira?
Eu costumo dizer que se as condições para ser atleta fossem melhores, talvez o país tivesse perdido a engenheira (risos). Eu amo o esporte. Me dediquei muito ao baseball feminino, fiz parte da seleção brasileira e joguei em países como Japão, Guatemala e Colômbia, sempre representando com carinho o Brasil. Mesmo na faculdade de engenharia civil continuei jogando e por um tempo me dividi entre os estudos e o esporte. Mas logo comecei a fazer estágio em uma grande empresa da área de construção civil e me apaixonei pela profissão. Fiquei nessa empresa por 22 anos. Lembro que meu primeiro projeto foi uma fábrica de cervejas no interior do Ceará. Sempre brinco que esse já foi o meu primeiro desafio como mulher nessa área. Um trabalho como engenheira onde todos os técnicos eram homens e eu era a única mulher.
Como é se destacar em uma área ainda dominada por homens?
Quem trabalha na construção sabe que pode ser mesmo um ambiente hostil e de fato masculino, principalmente anos atrás. As pessoas sempre perguntam. Eu explico sempre que fui conquistando meu espaço. De fato é preciso usar muito o jeito feminino e a psicologia feminina. Sempre tentei perguntar mais do afirmar. Usando o jeitinho feminino para lidar com os operários e mestres de obras. Tive a sorte em ter um chefe que gostava de trabalhar com mulheres e entendia essa característica feminina forte, em ser múltipla e desenvolver várias ocupações. Ele admirava esse nosso ponto forte na área profissional. Consegui conquistar meu espaço pela competência e trabalhei em uma empresa que valorizava a competência antes do gênero. Há dois anos recebi o convite para comandar a Urba, a empresa de loteamentos do grupo MRV. Estou muito feliz com esse desafio e já estou colhendo esse sucesso.
Existe uma fórmula para conquistar a realização profissional?
Eu fiz carreira no setor que escolhi e sou muito feliz por isso. As mulheres precisam ser firmes na conquista do seu espaço. A diversidade é uma pauta importante e as empresas estão se preocupando cada vez mais com isso. A parte de governança e sustentabilidade social é uma pauta importante para todas as empresas. Esse é o futuro e não tem como não se preocupar com essas questões. Que as empresas consigam abrir seus olhos e valorizar a diversidade e a competência independente do gênero, da raça, da religião ou da orientação sexual. Quando nada disso importar mais, acho que será um sinal de que estamos no caminho certo.
O grupo que eu trabalho é uma empresa que valoriza muito a diversidade e eu sou a prova disso, sou uma mulher liderando na área de construção civil. O mercado está se abrindo e as mulheres precisam se unir cada vez mais. O mercado ainda tem diferenças de salários, a questão do machismo ainda existe em alguns setores, mas as mulheres estão trabalhando par mudar isso. Esse espaço na coluna é também uma voz que é dada para as mulheres. Precisamos falar sobre nossas conquistas, explicar que não é fácil, mas que se a gente se unir, vamos conseguir abrir os olhos das empresas e da sociedade para essa pauta.
Você se acha um mulherão?
Hoje com quase 30 anos de carreira, no final do dia eu me sinto a profissional, a executiva, eu me sinto capaz. Sem modéstia. Sou reconhecida pelo que consegui alcançar. Não sei se sou a melhor, mas tenho reconhecimento após tantos anos de dedicação. Acho que eu consegui equilibrar e essa é uma palavra chave. Sou mãe de uma menina que vai fazer 15 anos. Tive a Sophia no auge da carreira e foi um super desafio equilibrar a maternidade. Mas consegui. O segredo é que quando eu estava com a minha filha, estava de corpo e alma. Estou sempre presente e tento ser a mãe que ela precisa. Ela hoje entende que preciso trabalhar e ocupar meu espaço no mercado. Não é fácil essa busca pelo equilíbrio. É um desafio. Hoje consigo dedicar tempo para ser mulher, mãe e profissional. Hoje me sinto plena, consigo ser executiva, mulher e ter a minha feminilidade.

Qual o seu recado para todas as mulheres?
Conquistar o espaço que eu conquistei teve muito trabalho, luta e dedicação. Equilíbrio é o meu maior recado para as mulheres. Buscar estar em um ambiente de trabalho que te faça feliz, e estar assim também em casa com a família e os amigos. Buscar um clima bom, isso não tem preço. O brilho no olho, a paixão é isso que move a gente. Isso faz com que a gente se entregue em tudo. Não é fácil. Mas acho que se eu puder deixar essa dica: é buscar qual ambiente te faz feliz e como você faz esse clima bom chegar em todos os lugares onde você está. Isso te abre portas e faz você brilhar. E ser uma boa pessoa, isso retorna para você. O poder de um “bom dia” dado de coração, isso não tem preço. Construir esse ambiente positivo é tão poderoso. Cada vez mais devemos nos unir enquanto mulher. Quanto mais a gente se organizar contra a desigualdade, mais a gente vai mover a sociedade.
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