Publicado 26/05/2022 17:00
Olá, meninas!
Esta semana, a notícia de mais um massacre em uma escola nos EUA deixou o mundo inteiro chocado. Um jovem de 18 anos matou 19 alunos e dois professores na cidade do Texas. O criminoso morreu no local e alguns veículos de imprensa alegam que ele sofria bullying por ser gago. Esse foi um dos casos mais letais registrados nos EUA. Aqui no Brasil, infelizmente já tivemos casos parecidos também.
Mas o que leva uma pessoa a fazer isso? Eu sou mãe de um pré-adolescente de 12 anos e fiquei muito abalada e preocupada, assim como outras mães pelo mundo. A verdade é que essa tragédia contou com um elemento decisivo, o fácil acesso à arma de fogo. Além de um histórico de problemas de relacionamento com a família e comportamento agressivo.
Para explicar melhor esse caso, conversamos com a neuropsicóloga Aline Gomes, do Espaço Cuidar Bem, que é especialista em crianças e adolescentes.
- Não é o jogo de vídeo game que motiva ou leva uma pessoa a fazer esse tipo de barbárie. Mas sim uma questão psiquiátrica que pode ser oriunda de um ambiente familiar tumultuado, negligente, violento psicologicamente, somando o acesso à arma de fogo, um objeto letal, isso sim é um dos principais fatores para essa tragédia – explica Aline.
Ela destaca que a falta de base familiar também pode ajudar a desenvolver esse tipo de comportamento. Segundo ela, crianças e adolescentes precisam de diálogo, carinho e acolhimento.
- A criança convive com pais negligentes, que não olham com a devida atenção, cuidado e carinho para aquele jovem. Isso configura uma família disfuncional. Conversar mais com as crianças e manter um diálogo aberto é um caminho para o acolhimento, não só nesses, mas em outros casos também – ressalta ela.
Ao se deparar com situações de perigo, Aline Gomes explica que os pais podem alertar as crianças em como proceder.
- Nessas horas de pânico o que acende é a nossa necessidade de preservação e cada um reage de um jeito. A pessoa pode lutar, fugir ou congelar. Isso não passa muito pela consciência, pelo racional, sendo um medo tão iminente, tão forte, o objetivo é tentar lembrar de controlar a respiração, procurar um lugar protegido e seguro – destaca a neuropsicóloga.
Para quem tem adolescentes em casa, a especialista explica como proceder ao notar sinais de comportamento agressivo e irritabilidade nas crianças.
- Existem mães que chegam para mim preocupadas, já tive relatos de crianças de 4 anos maltratando animais. Esse é um alerta, já que no caso das crianças o instinto esperado é o de proteção, de dar carinho ao animal. Quando a criança está em um seio familiar disfuncional os pais não conseguem enxergar que algo está estranho e aí vale a ajuda e observação de um parente próximo como os avós ou até professores. Importante identificar que existe algo estranho e procurar ajuda psicológica o quanto antes. A rede de apoio é fundamental – comenta Aline.
Esta é uma situação muito triste e que nos deixou muito abaladas, todas nós. Nossos corações estão apertados com mais essa tragédia. Mas esse é o momento de refletir e perceber o quanto nossas crianças precisam de carinho, amor e atenção. O amor é o caminho para tudo. Vamos acolher nossas crianças.
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