Bianca Pagliarin: ex-modelo foi das passarelas às drogas e hoje recupera pessoasDivulgação
Publicado 31/05/2022 09:00
Aos 41 anos, a ex-modelo Bianca Pagliarin hoje auxilia pessoas que sofrem com transtornos como depressão, ansiedade e vícios. Mas não foi sempre assim. Antes dos 18 anos chegou a ser internada quatro vezes para controlar a dependência química e morou na Cracolândia. Depois de alcançar o fundo do poço, ela conseguiu abandonar o vício e agora busca democratizar o acesso às terapias e trabalha recuperando vidas.
O nosso mulherão de hoje é um exemplo de superação e força de vontade. A paulista é formada em jornalismo, tem uma linda família e conta sua história para a gente.
- Por muito tempo, fiquei com medo de contar minha história e ser julgada. Mesmo depois de vencer o vício em crack ainda era confusa, insegura, com ansiedade e distúrbios alimentares. Foi então que decidi que poderia ajudar pessoas. Criei coragem e mudei minha história. Percebi que poderia ajudar muitas pessoas - explica Bianca.
Filha de um pastor e uma professora, de uma família de classe média, na infância Bianca sofria preconceito por estar acima do peso. Nessa época a menina começou a sentir os primeiros sintomas de ansiedade. Aos 6 anos já não queria fazer as atividades de uma criança normal. Culpa, raiva, medo e rejeição eram constantes. Foi quando ela descobriu uma válvula de escape: a comida e a compulsão alimentar. Na época, psicólogo era um luxo e a família não buscou ajuda.
Aos 13 anos ela conseguiu emagrecer, mas de forma radical saiu dos 69 quilos para 45. A menina se tornou modelo da Ford Models e chegou a fotografar com grandes nomes da área como Bob Wolfenson, Gui Paganini, Cristiano Madureira. Em pouco tempo, também desenvolveu anorexia nervosa e continuava sofrendo com vários transtornos.
Ao mesmo tempo, a carreira deslanchou e trabalhos para marcas como C&A, Colcci, Pernambucanas foram cada vez mais comuns. Aos 15 anos a jovem começou a fumar cigarros e desenvolveu o vício em álcool, maconha e drogas sintéticas.
Os exageros trouxeram consequências e ela desenvolveu uma espécie de dermatite com bolhas na pele e feridas. Os médicos não conseguiram detectar e nem tratar o problema. Em poucos meses ela teve que abandonar a carreira de modelo. A depressão veio forte e Bianca se enclausurou no quarto. A jovem então passou a usar cocaína, anfetamina e conheceu o crack. Ela foi do “luxo ao lixo”. Foram quase três anos viciada em crack.
- Andei por lugares tenebrosos, gastei todo o dinheiro que tinha guardado, vendi coisas de casa, mentia demais. Até que fui descoberta e fugi de casa. O vício era muito mais forte que eu e me dominava. Eu vivia para usar e usava para viver - relata a ex-modelo.
Bianca passou a frequentar a Crackolândia e favelas na busca pela droga. Por quatro vezes, a mãe da menina conseguiu descobrir seu paradeiro e ela foi levada sedada para uma clínica de recuperação. Só ns última das quatro internações compulsórias, ela percebeu que poderia morrer.
- Meu único sonho era um dia poder acordar sem a fissura de usar crack - o primeiro pensamento desde a hora de acordar até dormir, isso mesmo depois da abstinência ter passado. Dizia a mim mesma “vontade dá, vontade passa” e também “uma pedra é muito para começar, um caminhão é pouco para eu parar”. Minha mãe nunca desistiu de mim e me resgatou várias vezes. Sem a ajuda dela não eu não conseguiria sair desse ciclo - explica Bianca.
Após três anos ela conseguiu retomar a vida e aos poucos foi superando o vício. Se formou em Comunicação e se casou em 2015, seis anos após conhecer seu marido. Mesmo depois de receber um diagnóstico de infertilidade, em 2016, deu à luz ao seu filho João Mateus, que hoje tem 5 anos. Foi então que decidiu que poderia ajudar outras pessoas com sua história e deu um novo significado à sua vida.
Influenciadora digital, escritora, radialista e palestrante, hoje ela possui mais de 100 mil seguidores nas redes sociais. Em 2018 fez o seu primeiro curso e se tornou coaching.
- Queria mostrar que mesmo com os meus muitos erros do passado aprendi a compartilhar minha dor e aprendi a me amar de um jeito tão extraordinário que agora posso ajudar muitas pessoas a se descobrirem fortes para vencer seus vícios. Quero mostrar que a ajuda está ao alcance de todos. Qualquer um pode se transformar, se empoderar e se fortalecer - finaliza a influenciadora.
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