Desnutrição durante a gravidez é um perigo para o bebêDivulgação
Publicado 22/08/2022 20:37
Olá, meninas!
Pode parecer óbvio, mas muitas futuras mamães não sabem dos perigos da desnutrição durante a gravidez. A falta de uma alimentação adequada pode causar sérios danos para a gestante e o bebê. Nessa fase, há uma série de modificações no corpo da mulher, oferecendo condições de desenvolver o feto e seguir com a gestação. No entanto, o consumo de nutrientes adequados é fundamental para que seja possível o equilíbrio mãe/placenta/feto.
- Com a desnutrição ou anemia materna, ocorre a restrição de crescimento intrauterino, uma condição cujo feto não alcança seu potencial biológico de crescimento. Essa restrição é um dos principais fatores de aumento de morbilidade e a mortalidade no período perinatal. Com a deficiência nutricional da mãe, a placenta pode progressivamente reduzir o aporte de oxigênio e nutrição para o feto, resultando no nascimento de um bebê com peso inferior ou até mesmo em óbito - afirma Carlos Moraes, ginecologista e obstetra da Santa Casa/SP, especialista em perinatologia.
Ácido fólico - De acordo com o especialista, uma das vitaminas mais importantes durante a gestação é o ácido fólico (vitamina B9), responsável pela formação do tubo neural do bebê, dando origem ao cérebro e a medula espinhal do feto nos primeiros meses de gestação, período mais crítico para malformações decorrentes de baixa ingestão de vitaminas e minerais. Tão importante quanto, são as vitaminas do complexo B, com papel essencial na formação do bebê, incluindo o desenvolvimento do seu sistema nervoso e até mesmo do coração.
Cálcio - O cálcio é fundamental na formação do esqueleto do bebê, dos ossos e futuros dentes. Também é essencial na contração muscular do feto e na transmissão de impulsos nervosos. Quando o bebê não recebe a quantidade necessária de cálcio para se desenvolver, ele absorve o mineral dos ossos e dentes da mãe para suprir suas carências. Em decorrência da falta deste nutriente, a gestante sente cãibras e problemas dentários.
Vitamina D - Outra que não pode faltar na gravidez é a vitamina D. Sua deficiência prejudica a proteção da placenta e da bolsa amniótica, aumentando as chances de insuficiência placentária e de ruptura prematura da bolsa no último trimestre de gestação. Além disso, pode causar raquitismo fetal, uma condição caracterizada por fragilidade óssea e prejuízos do desenvolvimento físico do bebê.
Magnésio - Já o consumo de magnésio na gravidez diminui os riscos do surgimento da pré-eclâmpsia, transtorno no qual há aumento da pressão arterial, inchaço do rosto e das mãos e saída de proteína na urina. Essa condição pode levar ao parto prematuro, sofrimento fetal ou atraso do crescimento intrauterino.
Iodo - A deficiência de iodo está associada a diversas complicações para o bebê, como anomalias congênitas, aumento do risco de mortalidade infantil, cretinismo neurológico (condição congênita de baixa secreção do hormônio tireoidiano que prejudica o desenvolvimento cognitivo), deficiência mental, estrabismo e nanismo (estatura muito baixa).
Ferro - O ferro, presente na hemoglobina, molécula principal dos glóbulos vermelhos, é responsável pelo aumento do volume sanguíneo durante a gravidez e a prevenção de anemia. Ele é importante também para o desenvolvimento do sistema nervoso do bebê. Sua deficiência pode causar baixo peso, prematuridade e alterações na formação e organização nervosa.
Zinco - Já o zinco é responsável pelo desenvolvimento cognitivo e neurológico do bebê. Se houver baixa quantidade deste mineral no organismo, pode ocorrer atraso na formação e no crescimento dos neurônios da criança. Na grávida, a falta do zinco prejudica o tempo de cicatrização de possíveis lesões.
- Vale lembrar que em caso de diagnóstico de desnutrição e/ou ganho de peso insuficiente em crianças em aleitamento materno, é fundamental que a amamentação seja continuada e de forma exclusiva até os 6 meses de idade ou, se possível, até os 2 anos de idade ou mais - reforça Carlos Moraes.
Para ajudar, é possível contribuir com entidades que arrecadam recursos para pessoas que estão em situação de fome ou insegurança alimentar:
Banco de Leite Humano
Engloba as ações de coleta, processamento e distribuição de leite humano para bebês prematuros ou de baixo peso que não podem ser alimentados pelas próprias mães, além de atendimento para apoio e orientação para o aleitamento materno.
Ação da Cidadania
A organização não governamental que luta contra a fome no país e foi criada em 1993 pelo ativista Betinho lançou, em março, a segunda edição da campanha Brasil sem Fome, cujo objetivo é arrecadar 20 mil toneladas de alimentos, a ser distribuídas entre 8 milhões de pessoas.
Amigos do Bem
A instituição, criada em 1993, atende regularmente mais de 150 mil pessoas no sertão de Alagoas, de Pernambuco e do Ceará. Foi eleita em 2021 a melhor ONG do estado de São Paulo.
Banco de Alimentos
A ONG, fundada em 1998, recolhe alimentos que já perderam valor de prateleira no comércio e na indústria, mas ainda estão perfeitos para consumo, e os distribui a locais onde são mais necessários.
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