Publicado 02/11/2022 10:00
Olá, meninas!
O nascimento de uma criança traz sempre muita alegria às famílias. Mas, com o passar do tempo, os pais percebem que lidar com o dia a dia dos filhos pode ser uma tarefa muito desafiadora. Entre eles a relação delicada entre sono e amamentação, envolvendo os laços de mãe e filho, levantam muitos questionamentos. “É preciso acordar o bebê para amamentar?", “Todo despertar noturno é fome?”, “É correto dar de mamar deitada?”. São perguntas corriqueiras, principalmente das mães mais inexperientes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que até os seis meses de idade a criança deve receber apenas o leite materno. A partir daí outros alimentos podem ser introduzidos na dieta do bebê. A amamentação com leite materno deve continuar de forma complementar por dois anos ou mais. Apesar da recomendação, a OMS revela que, no mundo, apenas 44% das crianças são amamentadas exclusivamente nos primeiros seis meses de vida.
A amamentação é um momento ímpar na vida da mãe e da criança. O contato físico e o vínculo são fundamentais para a relação mãe e filho. Por isso, aproveitamos a Semana Mundial do Aleitamento Materno, celebrada entre 1º a 7 de agosto, para esclarecer as dúvidas sobre o sono e a amamentação, com a ajuda do pediatra Gustavo Moreira e da biomédica Monica Andersen, do Instituto do Sono.
Entre as queixas mais frequentes dos casais com filhos recém-nascidos estão as noites mal dormidas. Mas, o aleitamento materno pode não ser o motivo do sono fragmentado das crianças. É que, no primeiro ano de vida, o bebê tem um ciclo vigília-sono diferente do adulto. Enquanto o adulto apresenta sono monofásico nas 24 horas, o bebê tem um sono polifásico, ou seja, dorme de 8 a 10 vezes nas 24 horas do dia. A criança típica com 1 ano passa a dormir de 10 a 12 horas à noite, seguida por 2 cochilos diários.
Esse descompasso entre o sono do adulto e o do bebê faz com que muitas mães fiquem privadas de sono, apresentando sintomas como sonolência excessiva durante o dia, fadiga, mau humor, problemas de memória, desatenção e pré-disposição para infecções.
Confira as dicas:
Durma quando seu bebê dormir - Essa crença popular é verdadeira. A mãe deve aproveitar o sono do bebê para dar pequenos cochilos. “A sincronia com o sono do bebê é importante, porque a mulher precisa descansar para produzir o leite. O que não pode é ela colocar o bebê para dormir e cuidar da casa, lavar a louça e trabalhar”, ensina o pediatra Gustavo Moreira. Ele lembra que cochilar junto com o bebê é mais difícil para mulheres que têm pouco apoio familiar, possuem muitos filhos, têm filhos gêmeos ou com problemas de saúde. “Nos primeiros meses de vida do bebê, a mulher que amamenta fica com débito de sono. Se ela não colocar um pouco de horas de sono, ficará com a conta muito negativa”, destaca a biomédica Monica Andersen.
Não cochile enquanto amamenta - A mulher precisa estar acordada para amamentar. Se cochilar, pode cair em cima do bebê e sufocá-lo. Sem contar que a criança, quando está mamando, tem que respirar pelo nariz. Se cochila, a mãe pode perder a pega e obstruir o nariz do bebê.
O estresse afeta a produção do leite - O estresse pode alterar o fluxo normal do leite materno, porque induz o corpo a liberar algumas substâncias que diminuem a produção da prolactina, um dos principais hormônios responsáveis pela lactação. “A mulher com sono insuficiente e está muito estressada também irá produzir menos leite”, explica o pediatra Gustavo Moreira.
Posições para amamentação - Existem várias posições para o aleitamento materno. Importante é sempre o bebê estar posicionado de modo que a cabeça fique acima da barriga. Caso contrário, o leite pode voltar, assim que chegar ao estômago. É o chamado refluxo, que pode provocar infecção no ouvido e no nariz. Depois de mamar, a criança deve ser colocada com a cabeça sobre o ombro da mãe a fim de arrotar, o que vai ajudar seu organismo a direcionar o leite para o intestino.
O bebê deve ser acordado para mamar? - A resposta varia caso a caso. Se a criança não está ganhando peso, pode ser acordada para mamar. Se está com o peso normal, pode dormir até despertar sozinha. A OMS recomenda a livre demanda, ou seja, que o bebê mame quando estiver com fome. “Tem bebês que acordam de hora em hora, outros que acordam a cada 3 horas e aqueles que ficam 5 horas sem mamar”, afirma Gustavo Moreira. Em caso de dúvida, os pais devem recorrer à orientação do médico.
Nem todo despertar noturno é fome - A fome não é o motivo exclusivo para o despertar noturno bebê. Assim como os adultos, as crianças podem acordar no meio da noite e depois voltar a dormir sem interferência dos pais. É o caso dos bebês que mamam bem, despertam dali 1 hora e retomam o sono. Os pequenos podem acordar também devido a causas externas, como fralda suja, calor, frio e roupas que reduzem a sua mobilidade.
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