Saiba como evitar o vício das crianças em celulares e jogos Reprodução
Publicado 30/12/2022 10:00
Olá, meninas!
Vamos falar sobre um assunto que assusta pais e familiares de crianças: o excesso do uso de tecnologia. É quase impossível evitar que os pequenos acessem celulares, tablets e videogames, não é mesmo? Mas o que podemos fazer para ajudar nossos filhos nesse assunto? O psiquiatra Ervin Cotrik explica mais sobre o “gaming disorder”, que é o transtorno por jogos e o danos causados pelo uso excessivo desses aparelhos.
“O gaming disorder é considerado pela OMS como um distúrbio de saúde mental. A presença do transtorno está associada a um pior desempenho na escola e no trabalho e maior impulsividade. Estudos mostram também maior risco de agressividade, sedentarismo, sintomas depressivos, além de problemas de postura, perda de massa muscular, dores no corpo e até mesmo lesões por esforço repetitivo (LER)”, explica o psiquiatra.
O consumo de jogos eletrônicos vem crescendo principalmente na população jovem. No Brasil, 75 milhões de brasileiros fazem uso de jogos eletrônicos, que representam uma das principais formas de diversão para crianças e adolescentes. Os jovens brasileiros gastam em média 15 horas semanais com jogos eletrônicos. O especialista destaca o que é possível fazer para controlar as crianças e minimizar os danos
“Buscar o equilíbrio é fundamental. Os jogos fazem parte do lazer dos jovens. É importante que os pais estabeleçam um limite e incentivem os filhos a praticarem outras atividades. Nesse sentido, fazer amigos, promover atividades em grupo, praticar esporte, ler livros e iniciar novos hábitos são algumas orientações. Quando já existe um caso clínico, o tratamento envolve psicoterapia e em alguns casos, medicação, principalmente se tiver depressão ou outra patologia associada. A atividade física regular é também de extrema importância”, destaca Ervin.
E para ajudar os pais a controlar as crianças, o Dr. Ervin apresenta dicas importantes que estão no Manual de Orientação #MenosTelas #MaisSaúde, divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP):
Orientações sobre o uso de telas e internet por crianças e adolescentes:
- Evitar a exposição de crianças menores de dois anos às telas, mesmo que passivamente;
- Limitar o tempo de telas ao máximo de uma hora por dia, sempre com supervisão, para crianças com idades entre dois e cinco anos;
- Limitar o tempo de telas ao máximo de uma ou duas horas por dia, sempre com supervisão, para crianças com idades entre seis e 10 anos;
- Limitar o tempo de telas e jogos de videogames a duas ou três horas por dia, sempre com supervisão e nunca "virando a noite" jogando, para adolescentes com idades entre 11 e 18 anos;
- Para todas as idades: nada de telas durante as refeições e desconectar uma a duas horas antes de dormir;
- Oferecer como alternativas: atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza, sempre com supervisão responsável;
- Criar regras saudáveis para o uso de equipamentos e aplicativos digitais, além das regras de segurança, senhas e filtros apropriados para toda família, incluindo momentos de desconexão e mais convivência familiar;
- Encontros com desconhecidos online ou offline devem ser evitados; saber com quem e onde seu filho está, e o que está jogando ou sobre conteúdos de risco transmitidos (mensagens, vídeos ou webcam) é responsabilidade legal dos pais/cuidadores;
- Conteúdos ou vídeos com teor de violência, abusos, exploração sexual, nudez, pornografia ou produções inadequadas e danosas ao desenvolvimento cerebral e mental de crianças e adolescentes, postados por cyber criminosos, devem ser denunciados e retirados pelas empresas de entretenimento ou publicidade responsáveis.
Importantes sinais de alerta:
- Falta de controle sobre o jogo;
- A criança prioriza sempre os jogos em relação a outros interesses da vida e atividades diárias;
- Continuação ou até aumento do ato de jogar, apesar de consequências negativas;
- Padrão de comportamento grave o suficiente para resultar em prejuízo significativo em áreas pessoais, familiares, sociais, educacionais, ocupacionais ou outras áreas importantes de funcionamento;
- Como pode ocorrer em outros vícios, a vida da pessoa passa a “girar” em torno dos jogos. O jovem pode gastar, progressivamente, mais tempo com o vício.
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