Mitos e verdades sobre assexualidadeReprodução
Publicado 08/02/2023 09:00
Olá, meninas!
Um tema polêmico, que está gerando muitas discussões na internet: pessoas que se identificam como assexuadas. Mas o que é isso? Assexualidade é a falta total, parcial ou condicional de atração sexual a qualquer pessoa, independente do sexo biológico ou gênero. Dados da Faculdade de Medicina da USP mostram que cerca de 7,7% das mulheres brasileiras e 2,5% dos homens, entre 18 e 80 anos, são assexuais.
“Apesar de ser mais comum do que se imagina, a assexualidade não é tão popularizada como a homossexualidade ou bissexualidade, por exemplo. É compreensível, já que a orientação sexual possui muitas particularidades, além de estar menos presente dentre as discussões sobre sexualidade humana”, afirma a sexóloga Claudia Petry.
Para tirar as dúvidas, a especialista cita 9 mitos e verdades sobre o tema. Confiram!
Assexualidade é uma escolha
Mito: Algumas pessoas podem optar por não fazer sexo, mas não escolhem não querer sexo. Não se trata de escolha, mas de orientação sexual.
Assexuais não praticam relações sexuais
Mito: É comum pensar que os assexuais não sentem nenhum desejo sexual ou não fazem sexo. No entanto, mesmo que o sexo não seja essencial, muitos encontram nele uma forma de conexão com parceiros, inclusive para satisfazer o desejo do outro.
Assexualidade pode ser um distúrbio fisiológico
Mito: De acordo com uma pesquisa da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, os assexuais conseguem ter ereções ou, no caso das mulheres, lubrificação vaginal.
“Eles podem, inclusive, ter relações sexuais e experimentar orgasmos, além de gostar de beijos e carícias. Também não há nenhuma disfunção ou distúrbio hormonal que justifique a falta de interesse sexual”, reforça Claudia Petry.
Assexuais podem ter relações amorosas
Verdade: Além de terem relações amorosas, podem namorar e casar. Relacionamentos não são apenas sobre sexo, mesmo entre casais com necessidades sexuais distintas.
“Os assexuais experimentam a sexualidade de formas diferentes, mas têm as mesmas necessidades emocionais que pessoas com outras orientações sexuais. Neste caso, o casal precisa ter cumplicidade e diálogo para chegar a um acordo do que é aceitável ou não. Muitas vezes, ambos descobrem o prazer sexual de maneiras inusitadas e acabam conciliando suas diferenças”, diz Petry.
Existem subtipos da assexualidade
Verdade: Os principais são: assexual estrito (não sente atração sexual em nenhum momento); grayssexual (sente atração apenas em determinadas circunstâncias); frayssexual e demissexual (sente atração quando não há um vínculo afetivo formado); sapiossexual (sente atração pela inteligência do outro); arromântico (pode ter relações sexuais, mas não sente atração romântica por outras pessoas); assexual fluído (oscila entre o demissexual e o grayssexual. Ou seja, os desejos sexuais se alternam), entre outros.
Assexuais não têm filhos
Mito: A escolha de ter filhos ou não, independe da orientação sexual, já que os assexuais produzem hormônios e possuem órgãos sexuais e reprodutivos como qualquer pessoa. Portanto, assexuais podem ter filhos, se assim desejarem.
Assexual pode ser chamado de assexuado
Mito: Assexuado é um termo usado para indicar a ausência de órgãos sexuais ou, conforme definições da biologia, a reprodução que acontece sem intervenção de dois sexos. Sendo assim, não há qualquer relação com a assexualidade.
Assexualidade não tem relação com traumas ou abusos
Verdade: Pessoas que passaram por abusos ou experiências sexuais negativas podem continuar sentindo desejo sexual, mas o medo pode bloqueá-las de alguma maneira. Já a assexualidade não surge a partir de traumas ou porque a pessoa não consegue encontrar um parceiro ideal.
Assexuais sofrem preconceito
Verdade: Assim como os outros LGBTQIA+, os assexuais enfrentam discriminação pela falta de entendimento dessa orientação sexual. Não reconhecer a existência desse grupo pode gerar transtornos depressivos e dificuldade de socialização.
“A assexualidade não se enquadra em qualquer patologia. Portanto, a melhor forma de mudar esse cenário é se informar e desvincular a imagem do assexual a de alguém doente ou fora de uma cultura sexonormativa”, finaliza Claudia Petry.
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