Publicado 23/03/2023 09:00 | Atualizado 29/03/2023 21:55
Olá, meninas! Preciso contar para vocês.
No mês de novembro eu tive dois apagões. Acordei, fui ao banheiro e só lembro de ter acordado e conseguido chegar ao quarto para pedir socorro ao meu filho de apenas 13 anos, que estava comigo em casa. No mesmo dia, após uma bateria de exames e nada de errado diagnosticado, eu apaguei novamente no final do dia. Fiz uma viagem e a irritação, insônia e agonia não passavam.
Ao voltar para o Brasil adoeci. Várias idas e vindas ao hospital, tristeza... Afinal sempre fui uma mulher ativa e trabalho desde os 18 anos.
Até que depois de uma conversa sobre o que eu estava sentindo, fui diagnosticada com a doença que afeta um em cada cinco brasileiros, a síndrome de burnout. Mas vocês sabem que síndrome é essa? Eu sei e sofri muito, porque muitas vezes não aceitamos.
Eu que amo o que faço e trabalho desde cedo, precisei entender que o corpo dá sinais e temos que saber identificá-los.
A síndrome é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico. A causa é o trabalho em excesso, desgastante. E para nós, mulheres, que acumulamos várias funções, como trabalhar fora, cuidar da casa, da família, esse problema pode ser ainda mais perigoso. Os sintomas podem e devem ser evitados antes de um colapso total.
Para saber mais sobre a síndrome de burnout, conversamos com o psiquiatra Ervin Cotrik, que explica quando é preciso ficar atenta aos sinais. Confiram!
A síndrome entrou na nova classificação da CID-11. O que isso significa?
Infelizmente, os afastamentos no trabalho por transtornos mentais estão aumentando ano a ano. A importância de colocar a síndrome na CID é reconhecer oficialmente que o estresse crônico no trabalho, quando não bem gerenciado, pode levar ao adoecimento. Isso traz “luz” ao tema e ajuda na conscientização, prevenção e aumento de investimentos na saúde mental.
Infelizmente, os afastamentos no trabalho por transtornos mentais estão aumentando ano a ano. A importância de colocar a síndrome na CID é reconhecer oficialmente que o estresse crônico no trabalho, quando não bem gerenciado, pode levar ao adoecimento. Isso traz “luz” ao tema e ajuda na conscientização, prevenção e aumento de investimentos na saúde mental.
O burnout é considerado um transtorno da psiquiatria?
A síndrome foi incluída no CID-11 como um fenômeno ocupacional, ligado exclusivamente ao trabalho. Ela não é classificada como uma condição médica, apesar de estar muito associada com outras patologias, como por exemplo, a Depressão e os Transtornos de Ansiedade.
A síndrome foi incluída no CID-11 como um fenômeno ocupacional, ligado exclusivamente ao trabalho. Ela não é classificada como uma condição médica, apesar de estar muito associada com outras patologias, como por exemplo, a Depressão e os Transtornos de Ansiedade.
Quais os sinais e sintomas mais comuns?
É caracterizado por três dimensões:
1) sentimentos de exaustão ou perda da energia;
2) crescente distanciamento mental do trabalho ou sentimentos de negativismo ou indiferença relacionados ao trabalho;
3) redução da eficácia profissional.
O burnout se refere especificamente ao fenômeno ocorrido no contexto ocupacional e não deve ser utilizado para descrever as experiências em outras áreas da vida.
É caracterizado por três dimensões:
1) sentimentos de exaustão ou perda da energia;
2) crescente distanciamento mental do trabalho ou sentimentos de negativismo ou indiferença relacionados ao trabalho;
3) redução da eficácia profissional.
O burnout se refere especificamente ao fenômeno ocorrido no contexto ocupacional e não deve ser utilizado para descrever as experiências em outras áreas da vida.
Qual o papel das empresas?
Elas devem investir na saúde mental dos funcionários. Além do bem social de ajudar as pessoas, reduzindo o sofrimento desses pacientes, isso também ajudará na redução nos afastamentos do trabalho, melhora da produtividade e menor taxa de desemprego.
Elas devem investir na saúde mental dos funcionários. Além do bem social de ajudar as pessoas, reduzindo o sofrimento desses pacientes, isso também ajudará na redução nos afastamentos do trabalho, melhora da produtividade e menor taxa de desemprego.
Quais as medidas de prevenção e tratamento?
- Tratamento de transtornos mentais associados. Mais de 50 por cento dos pacientes com esse diagnóstico têm uma outra patologia associada - por exemplo, a Depressão;
- Psicoterapia;
- Atuação no indivíduo, com técnicas de relaxamento, mindfulness, desenvolvimento de redes de apoio social, exercício físico, etc.;
- Intervenções na instituição, na ergonomia, RH, programas de conscientização e apoio à saúde mental;
- Tratamento de transtornos mentais associados. Mais de 50 por cento dos pacientes com esse diagnóstico têm uma outra patologia associada - por exemplo, a Depressão;
- Psicoterapia;
- Atuação no indivíduo, com técnicas de relaxamento, mindfulness, desenvolvimento de redes de apoio social, exercício físico, etc.;
- Intervenções na instituição, na ergonomia, RH, programas de conscientização e apoio à saúde mental;
Gostaram das dicas? Para saber mais sobre o assunto é só acompanhar a entrevista com o Dr. Ervin no meu programa “Vem Com a Gente”, na TV Band, a partir das 13h30. Espero vocês! Clique aqui.
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