Manoela Peres, prefeita de Saquarema, fala sobre seu trabalho e as políticas públicas para as mulheresDivulgação
Publicado 04/07/2023 12:27
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Nascida em Araruama, ainda criança Manoela Peres se mudou para Saquarema, cidade que ganhou seu coração. Também na infância, tinha o sonho de ser dentista e se formou em odontologia aos 23 anos. Seguiu na profissão, fez várias especializações, mas aceitou o desafio de entrar para a política e se tornou prefeita de Saquarema em 2016. Desde então, tem chamado atenção em sua administração pública. Esse ano, recebeu 97% de aprovação popular em uma pesquisa do Instituto Ágora.
A cidade que ficou conhecida como um forte ponto turístico do Rio de Janeiro, agora também é referência em políticas públicas humanizadas, com o toque feminino da prefeita, que também é mãe, esposa e como todas nós, mulheres, coloca dedicação e carinho em tudo o que faz. Vamos conhecer um pouco mais sobre o nosso mulherão desta terça? Confiram a entrevista com Manoela Peres.
Por que decidiu iniciar a carreira política?
Eu na verdade nunca tive a intenção de ser prefeita nem entrar na vida política. Eu era dentista, antes de me tornar prefeita. Essa "missão" apareceu para mim em um momento de necessidade, quando Peres não pôde dar continuidade à reeleição como prefeito, em 2016, e confiou em mim para ser sua substituta, faltando 13 dias para a eleição.
Como é ser mulher e prefeita de uma cidade como Saquarema? Quais os desafios?
Tudo foi muito desafiador desde o princípio. Como falei antes, eu nunca tive esse objetivo de entrar para a política, não sabia como funcionava e ficava muito nervosa até para discursar em público. Hoje, eu vejo minha ocupação como uma oportunidade para cuidar dos moradores, observar detalhes que as mulheres têm mais facilidade e sensibilidade para perceber na hora de criar os programas e ações. É sempre muito gratificante receber o retorno das mulheres na cidade, quando elas me enviam mensagens dizendo que se inspiram em mim.
Como você concilia a vida de mãe, mulher com a correria que é comandar uma cidade?
Tenho uma rotina muito organizada e planejada, e mantenho a disciplina para seguir tudo certinho. Eu acordo cedinho e vou para a academia, depois vou para a prefeitura, almoço em casa, depois, à noite, eu passo tempo com meus filhos e ainda estudo para o mestrado.
Como você é com a família e com os amigos?
Tenho uma relação muito próxima e de amizade com meus filhos, com meus irmãos, familiares e amigos. É claro que por conta da alta demanda e dos compromissos, não consigo ver algumas pessoas com a frequência que eu queria, mas estamos sempre nos falando e nos mantendo presentes na vida um do outro.
Fale do seu trabalho para apoiar outras mulheres? Quais são suas pautas femininas?
Aqui no município temos muitos programas para cuidar das mulheres saquaremenses em diversas áreas da vida: segurança, saúde, educação, trabalho. Inauguramos em 2017 a Clínica da Mulher, uma unidade de saúde exclusivamente para o público feminino. Estamos agora com as obras em andamento para a nova unidade, que vai contar com mais serviços, exames, procedimentos, além uma estrutura maior que vai permitir ampliar o atendimento, e um banco de leite, que espero que seja de muita ajuda para as mamães.
Temos também programas para proteger mulheres vítimas de violência doméstica, auxílios financeiros para as moradoras em situação de vulnerabilidade, projetos de capacitação e integração no mercado de trabalho. Tudo, é claro, começando pela educação. O Projeto Maria da Penha Vai À Escola rompe com uma mentalidade de naturalização da violência doméstica e ensina aos alunos da Rede Municipal como identificar casos suspeitos e como denunciar, tudo sempre adequado a idade dos alunos que estão recebendo essa orientação.
O que falta para acabarmos com a violência contra mulheres, assédios e desigualdade?
Acredito que a educação é o principal fator. Muitas meninas ainda vivem em ambientes onde a violência e o abuso são naturais, porque passam de geração para geração. Por isso, as escolas devem também ser um espaço para romper com essa mentalidade e orientar os alunos a romper com o ciclo de violência.
Você se acha um mulherão? Pode deixar um recado para todas as mulheres?
Eu me acho um mulherão porque eu fui criada por um mulherão e estou cercada de muitas outras que também são! Hoje nós já conquistamos muitas coisas, muitos avanços, mas ainda temos muito caminho pela frente. E só vamos conseguir se apoiarmos e dermos força umas para as outras.
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