Adeus à diva Léa Garcia

Perdemos hoje uma das grandes damas da dramaturgia brasileira, a querida Léa Garcia. A artista morreu nesta terça-feira, aos 90 anos, vítima de complicações cardiológicas. Hoje ela também iria receber o Troféu Oscarito, no Festival de Cinema de Gramado, a maior honraria do Festival.

Lembro que quando nos conhecemos pessoalmente falamos uma para a outra “Que sintonia, parece um encontro de almas”. Naquela tarde tomamos chá, falamos de amor, arte, vida, poesia. Há duas semanas estávamos comemorando o meu aniversário. Uma querida atriz, maravilhosa, de uma grandeza única no talento e na alma.

A artista partiu, mas deixou um legado maravilhoso em mais de 70 anos de carreira. Léa Garcia era uma das artistas mais marcantes do teatro e da TV brasileira. Carioca, atuou em dezenas de peças, longas, curtas-metragens e novelas. Símbolo do protagonismo da mulher negra na cultura e na arte.

Ainda jovem Léa sonhava em ser escritora, foi incentivada a subir nos palcos pelo dramaturgo Abdias Nascimento. Com expressão e olhar marcantes, protagonizou uma das mais conhecidas antagonistas da televisão brasileira: a escravizada Rosa, em Escrava Isaura.

Uma linda trajetória, de luta, resistência, arte e amor. Vai nos deixar muita saudade.