Publicado 22/08/2023 18:31 | Atualizado 22/08/2023 19:35
Uma mulher que muda sua carreira para se dedicar a amplificar as vozes de outras mulheres que vivem em zonas de desastres e conflitos internacionais. Esta é Fernanda Baumhardt, autora do livro “Vozes à Flor da Pele - uma humanitária brasileira em busca de propósito”. Vamos conhecer um pouco mais sobre essa mulher que inspira outras mulheres?
Jornalista, gaúcha, Fernanda iniciou sua carreira na área de publicidade, em cargos executivos nos canais Bloomberg e CNN. Em 2007, pediu demissão de seu posto na CNN, em Los Angeles, para iniciar sua jornada de propósito e trabalhar em prol do planeta. Atuou em diferentes cargos e funções em 40 missões e projetos humanitários em comunidades de mais de 30 países, junto a diferentes organizações como o Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, diversos organismos das Nações Unidas (ONU).
“Em crises humanitárias, as mulheres são as que mais necessitam de ajuda pois em grande parte das vezes são sozinhas alimentando seus filhos”, explica a escritora.
Fernanda é uma referência internacional na temática de Participação Comunitária em respostas humanitárias e dá treinamentos a respeito no mundo inteiro. Durante cinco anos foi palestrante convidada no Mestrado de Ação Humanitária da Universidade de Genebra. Também é considerada uma das 25 maiores especialistas em vídeo participativo do mundo, tendo treinado diretamente centenas de comunidades afetadas por desastres. Fala quatro idiomas, já esteve em mais de 65 países e considera-se uma cidadã de um mundo sem fronteiras.
Sua história de vida inspira e ajuda muitas pessoas, mas principalmente, ela buscou dar um destaque especial à situação das mulheres nessas regiões devastadas. Em seu livro, destaca as histórias de 11 mulheres – a maioria migrantes e refugiadas.
“Decidi dar voz para as histórias de tantas mulheres porque despertou em mim uma vontade de ajudar o mundo. Compaixão mesmo com o estado da humanidade. Temos que ajudar e inspirar umas às outras a vencer nossos desafios, não competir. Dar a mão e não apontar o dedo. Ser exemplo através das atitudes e não opinião”, explica Fernanda.
Movida pela paixão e fortemente conectada à espiritualidade, nos últimos 15 anos, a escritora dedicou-se essencialmente ao trabalho humanitário em comunidades devastadas por desastres, como terremotos e inundações, em campos de refugiados ou deslocados em seu próprio território. Ela atuou em 40 missões e projetos humanitários em comunidades de mais de 30 países, junto a diferentes organizações como o Movimento Internacional da Cruz Vermelha. Toda essa trajetória gerou, além de suas memórias, um acervo de mais de oito mil fotografias e cerca de 300 horas de filmagens e depoimentos, a maioria, mulheres.
“Minha missão de vida é amplificar as vozes dessas comunidades, para que sejam ouvidas nas mesas de decisões humanitárias e recebam as respostas adequadas. Trata-se de fortalecer a comunicação e participação comunitária como base de todas as ações humanitárias”, diz a autora.
Em grande parte de suas missões, por meio de técnicas de comunicação participativa, Fernanda encorajou pessoas em situações de crise a segurar o microfone, soltar a voz, filmar suas histórias e sugerir soluções humanitárias que possam gerar mais impacto em suas vidas. Em 2009, recebeu em Nova York o prêmio “Imagens e Vozes de Esperança”, que reconhece profissionais de comunicação que atuam no mundo como agentes de mudança.
O livro de Fernanda Baumhardt foi lançado no último dia 19 de agosto, Dia Mundial Humanitário (World Humanitarian Day). A data foi escolhida pela ONU por ter sido o dia em que, em 2003, um ataque terrorista à sede da instituição, em Bagdá, matou 22 profissionais, incluindo o chefe da Missão da ONU no Iraque, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello.
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