Helena Rocha, fundadora e presidente da ONG Pipa SocialDivulgação
Publicado 03/09/2024 12:00
Helena Rocha é jornalista, carioca e trabalha no Terceiro Setor há 24 anos. Fundadora e presidente da ONG Pipa Social, ela dedicou a vida para ajudar pessoas e criar metodologias de inclusão social. Em 2012 fundou a organização com o objetivo de investir em um Banco de Talentos de empreendedores sociais que trabalham com arte, design, artesanato e moda.
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O trabalho atende principalmente mulheres e busca promover a qualificação profissional com geração de trabalho e renda, acesso à informação com consultorias exclusivas e formalização nos negócios.
Desde a fundação, a Pipa Social investe em cursos, oficinas, palestras e encontros que incentivem a potência criativa de talentos em territórios da periferia do Rio de Janeiro, sempre dentro dos critérios da Economia Circular.
O projeto é premiado e reconhecido como instrumento transformador para empreendedoras talentosas, gerando impacto nas quatro dimensões: social, ambiental, cultural e econômico. Em 2023 o grupo formou 545 mulheres em 15 territórios de baixa renda e vulnerabilidade social.
Vamos conhecer um pouco mais sobre essa mulher que inspira outras mulheres? Confiram a entrevista completa!
Quem é a Helena? Como decidiu criar o Pipa Social?
Eu tenho 72 anos, sou jornalista mas há muitos anos trabalho no Terceiro Setor. Sou muito feliz em poder trabalhar com essas mulheres. Tive uma ótima criação. Sou casada, tenho dois filhos, um casal, tenho netos e somos uma família muito feliz.
A Pipa Social nasceu da urgência em dar voz e dar visibilidade para mulheres talentosas, costureiras e artesãs que vivem em comunidades em vulnerabilidade social. Elas querem mostrar seu trabalho e viver da própria arte. Atendemos pessoas extremamente talentosas e resilientes. Moradores de favelas, pessoas criativas, que buscam uma oportunidade para crescer e se destacar no mercado.
Qual é o diferencial do trabalho de vocês?
Na Pipa todas nós aprendemos a trabalhar com amor. E quando se coloca amor tudo fica mais forte e mais bonito. Pois estamos todas muito felizes. Em cada produto existe essa energia da transformação, do cuidado e do afeto. Existe uma história inspiradora atrás de cada artesã e de cada peça confeccionada. Esse é o diferencial.
Temos uma metodologia diferenciada e muitas parcerias e só somos grandes por causa de nossos parceiros. E por isso a nossa organização se tornou um case de sucesso para o G20, com muito orgulho. O G20 reconheceu o nosso trabalho na área social e ambiental.
Qual foi sua inspiração?
Trabalho nessa área mesmo antes de criar o Pipa Social. Minha grande inspiração sempre foi o Betinho, o Herbert de Souza, da Ação da Cidadania. Ele me inspirou muito e me fez ter esse sonho de ajudar as pessoas. É um vírus bom que a gente pega. Quando começamos a trabalhar com essas pessoas e percebe todo o aprendizado, é uma via de mão dupla, a gente aprende com elas também. Aprendemos a olhar a vida com outros olhos. São mulheres extremamente resilientes e que trabalham com muito amor e cuidado.
Qual o recado para as mulheres que desejam empreender?
As pessoas dizem “Nossa, mas você é corajosa! Você consegue cativar as pessoas. Como você consegue?”. Eu sempre digo que a coragem é ir com medo mesmo. O medo não nos deixa desistir. Mas a coragem é ir com medo. E sempre acreditar naquilo que estou fazendo. Pois eu vejo transformação na vida de tantas famílias e isso me faz levantar a cada dia e dizer “Que bom que eu vou trabalhar. Que bom que eu vou trocar conhecimento e aprender. Que vou poder doar um pouco do meu conhecimento para outras pessoas”. Se você perguntar para cada uma das nossas “pipetes” (risos), elas vão dizer assim “A Pipa Social é a minha família, eu encontrei aqui tudo que eu preciso para ter coragem de seguir empreendendo, criando”. Nós somos realmente uma família e é por isso que a gente consegue um resultado tão incrível.
O que é ser um mulherão para você?
É saber transmitir as necessidades e os sonhos de tantas pessoas, mostrar que a gente pode sim avançar. Dar voz e trazer essas vozes junto com a gente. É saber respeitar a outra. Poder compartilhar e incluir cada vez mais um número maior de pessoas.
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