Teresa Stengel, fundadora da ONG One by One Divulgação
Publicado 29/10/2024 18:00
Ela nasceu na Argentina, mas veio morar no Rio de Janeiro há 25 anos. Artista plástica conceituada, Teresa Stengel, decidiu ir muito além da arte e fez de seu drama pessoal um trampolim para mergulhar no trabalho voluntário. Em 2010 criou a ONG One By One, após o nascimento de seu filho Nicolás, com mielomeningocele. Desde então, Teresa vem dedicando sua vida às crianças carentes com paralisia cerebral e suas famílias.
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Com trabalho duro e muita dedicação, o espaço idealizado pela artista plástica já impactou mais de 8 mil pessoas. O trabalho começou com doação de cadeiras de rodas, uma das principais ferramentas para inclusão social. Com o passar dos anos, ficou clara a necessidade de também buscar a mobilidade social das famílias atendidas e que isso só seria alcançado através da educação. Hoje, 24 anos depois, a atuação da ONG inclui também aulas de tratamentos como estimulação e arte, alfabetização, educação exponencial e empreededorismo.
O projeto trabalha com parceria de empresas e recebe apoio de voluntários e pessoas que também acreditam na transformação social destas crianças. Teresa e toda a sua família são peças fundamentais, mas o objetivo é ajudar cada vez mais pessoas. Confira o bate-papo completo com essa mulher que inspira outras mulheres e conheça esse lindo trabalho no site www.onebyone.org.br
Como foi sua criação? Como é sua relação com a família?
Tive uma família maravilhosa. Perdi minha mãe aos dois anos, mas tive uma segunda mãe que me criou. Sou muito unida aos meus irmãos. Somos quatro irmãos muito unidos e muito companheiros. Meus irmãos foram a minha primeira rede de apoio e continuam sendo. Tenho três filhos, um deles é o Nicolas, que nasceu com mielomeningocele.
Como decidiu criar a ONG?
Ter meu filho Nico me sensibilizou e me fez estudar mais sobre o assunto. A necessidade de dividir esse dia a dia com outras mulheres, outras mães atípicas como eu. Essa jornada é muito solitária. Eu estava longe da minha família e era muito difícil essa rotina. Comecei comprando cadeiras de rodas para crianças com deficiência e em situação de vulnerabilidade social. E por que a cadeira? A cadeira é como um tênis, cada criança precisa de um tipo diferente. É um item essencial e muito caro. Mas é o primeiro passo para a inclusão social daquela criança. Então decidi criar a ONG. E além de inclusão, buscamos estimular e oferecer todo o apoio. Sem esquecer dessa mãe. Uma mulher que de um dia para o outro precisa trabalhar em casa para dar mais qualidade de vida para seus filhos. Então, além de projetos de educação, estimulação, ensino de arte, matemática, português e inclusão digital, nós também apoiamos e oferecemos ensino para as mães. Também oferecemos aulas para inclusão dos jovens no mercado de trabalho. Para nós é um grande orgulho. Também temos jovens com bolsas de estudos através da ONG.
Você imaginava que o projeto seria tão grande?
Parte do meu trabalho é dar voz e falar em nome dessas crianças não verbais. É educar a sociedade e fazer a sociedade entender a importância do apoio para essas crianças. Eu nunca imaginei que depois de 20 anos a ONG estaria com 1.500 crianças e famílias cadastradas e mais de 2.300 cadeiras de rodas doadas. É um projeto que foi crescendo de forma orgânica. A gente foi criando os projetos como resposta às necessidades das crianças. Sou muito orgulhosa e muito feliz. Quero deixar cada vez mais um legado para essas crianças.
O que é ser um mulherão para você?
É ser uma mulher com convicções, valores e que leva à frente suas ideias e seus projetos. Que une mulheres para trabalhar juntas em prol de outras. Uma mulher que impulsiona outras mulheres. É uma mulher muito mais forte. Isso é ser um mulherão. Acho que nós temos características muito diferentes dos homens. A gente pode se firme com um toque e um carinho diferente, uma força diferente da masculina. Então, a nossa forma de liderar e a forma de conduzir é diferente. O que a gente mais precisa é nos unirmos com mais e mais mulheres.
Qual seu recado para todas as mulheres?
Que a gente nunca desista de nossos sonhos e que a gente trabalhe incansavelmente por eles. Quando nos dedicamos, com foco, conseguimos transformar a vida de outros e impactar positivamente a vida de outros. De um em um a gente pode fazer a diferença.
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