A atriz Rosane Gofman, que interpretou a enfermeira Nair em Alma GêmeaReprodução
Publicado 19/11/2024 18:00
No ar na reprise da novela “Alma Gêmea”, a atriz Rosane Gofman revelou recentemente que passou por uma cirurgia de retirada de um câncer no útero. Um desafio e tanto para uma artista talentosa, carismática e de bem com a vida.
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Nascida no Rio de Janeiro, prestes a completar 50 anos de carreira, a atriz é uma verdadeira embaixadora da cultura nacional e dedicou sua vida para o teatro, a televisão e o cinema.
Rosane se formou no Tablado, com grandes nomes como Louise Cardoso e Maria Clara Machado. Na carreira, brilhou em diversas produções, como as novelas “Vale Tudo”, “Tieta,” e “A Dona do Pedaço”. No cinema, deixou sua marca em produções como “Fica Comigo” e “Confissões de Uma Garota Excluída”. Também criou o Teatro Escola Rosane Gofman e foi responsável pela criação do curso superior de ator na Universidade Estácio de Sá.
Mãe de três filhos, avó de sete netos, Rosane Gofman é não apenas uma atriz talentosa, mas uma educadora comprometida e uma força do mundo artístico brasileiro. Sua contribuição vai além das telas e palcos, deixando um legado de inspiração e inovação que transcende gerações. Judia de família e criação, a artista revela que tem uma relação muito forte com a espiritualidade.
Está em cartaz com a peça “Eu sempre soube”, que fala sobre o amor de mãe e mães que se reinventam, que defendem seus filhos dos preconceitos. Aos 68 anos, ela nem pensa em parar, diz ter muita estrada pela frente. Sua alegria é contagiante e sua trajetória repleta de talento e amor à arte. Vamos conhecer um pouco mais sobre essa mulher que inspira outras mulheres? Confiram a entrevista completa com a atriz
Como foi sua criação? Como é sua relação com a família?
Minha mãe sempre foi uma mulher à frente do seu tempo. Sempre incentivou muito na minha carreira, mas fez questão que eu fizesse uma faculdade. Por isso, me formei em fonoaudiologia, que era a mesma profissão dela. E foi ótimo! Junto com ela criei o Teatro Escola Rosane Gofman, que hoje tem como CEO o meu filho Kaue.
E a sua experiência com o câncer? Está curada?
Todo ano faço meus exames preventivos. Esse ano, quando fiz, minha ginecologista observou um pólipo e pediu um exame mais completo, uma histeroscopia. Nesse exame foi feita uma biópsia e identificaram o câncer no endométrio em estágio inicial. Me internei e imediatamente comecei a fazer exames. Fui toda “vasculhada” e só tinha aquele pólipo. Fiz histerectomia total, retirei o útero e o colo do útero. Felizmente não precisei fazer mais nada. Tinha muito baixa malignidade. Sorte que faço meu acompanhamento. Todas as mulheres deveriam fazer e ter oportunidade de fazer.
O que ainda falta fazer na carreira?
Seguir em frente até quando não aguentar mais (risos). E se Deus quiser ainda tenho muita estrada pela frente! Meus próximos projetos incluem estrear a peça “Moderninha”, de Paulo Fontenelle. A estreia está prevista para fevereiro de 2025, ano em que completo 50 anos de carreira. Em março começa a gravar “Êta mundo bom 2”. Será um ano de muitas comemorações. Além disso, a peça “Eu sempre soube” também segue em frente, em cartaz.
Como foi fazer a novela Alma Gêmea? Qual a sua relação com a religião?
Fazer Alma Gêmea foi muito prazeroso, principalmente porque era uma novela do Walcyr Carrasco e contracenava com a minha amiga querida Nívea Stelman. Sou judia de família e criação, mas também acredito muito na espiritualidade. Meus avós, judeus que vieram da Rússia, fundaram um centro espírita no Brasil. Eu frequentava o centro com muito carinho e a religião faz parte da minha vida.
Fale sobre a peça “Eu sempre soube”?
A peça teve a sua última apresentação do ano na semana passada. Mas é uma peça que eu quero fazer para sempre, acredito mesmo que ela faz um serviço de utilidade pública.
E como lida com a ditadura da beleza? E o etarismo?
Sempre lutei com a balança. Acho um inferno essa ditadura. Sei o quanto é importante manter o peso pelo bem da saúde, mas para algumas pessoas como eu é mais difícil emagrecer e a pressão é um desespero. Tenho 68 anos muito bem vividos. Com a minha idade algumas coisas já estão ficando mais gastas (risos) e começam a incomodar. Não lido bem com dores e já tenho algumas. De resto vou usando o que for preciso para melhorar a qualidade de vida.
Você se acha um mulherão? O que é ser um mulherão para você?
Nunca me achei um mulherão, talvez porque nunca estive dentro dos padrões. Mas sempre me senti amada e desejada por quem esteve na minha vida. Isso para mim basta! Isso falando em termos estéticos. Agora, enquanto pessoa, mulher, mãe, avó e amante, sou um mulherão. Pois sou de bem com a vida. Tenho bom humor e amo demais os meus.
Pode deixar um recado para todas as mulheres?
Não deixe de fazer o que têm vontade, o que te faz feliz. Não deixe que ninguém te diminua em nada.
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