Publicado 16/07/2024 17:52
Duque de Caxias - Em comemoração ao 30º aniversário do primeiro programa de pós-graduação em design na América Latina, sediado na PUC-Rio, o Laboratório de Design de Histórias da universidade levará para o Saphira & Ventura Gallery, em Nova York, a exposição “Antropocruzo”, em parceria com a Escola de Belas Artes da UFRJ, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), de Belford Roxo, e a Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio, com apoio do Consulado Brasileiro em Nova York. A mostra narra todo o processo de construção de fantasias e da última alegoria do desfile da Grande Rio, no carnaval de 2024, e ficará em cartaz de 18 a 25 de julho.
A exposição consiste em uma instalação interativa com imagens, vídeos e sons, um documentário que registra a construção do último carro alegórico do desfile da Acadêmicos do Grande Rio de 2024, além das fantasias de todos os componentes.
“Antropocruzo” aborda a repercussão do Manto Tupinambá - um artefato ancestral dos povos originários brasileiros - em um desfile de carnaval, a partir da perspectiva de um método de memória e difusão, presente no Laboratório de Design de Histórias da PUC-Rio. O Manto Tupinambá foi representado na última alegoria do desfile, chamada de “Enquanto a onça não comer a lua”.
O projeto, resultado de uma oficina de capacitação para alunos da PUC-Rio, da UFRJ e do curso técnico do IFRJ, já existe há seis anos, e nasceu de uma parceria entre as instituições e a escola de samba. A capacitação se inicia na prototipagem das fantasias e vai até a finalização da etapa de confecção.
Durante a visita a Nova York, os representantes do projeto também irão participar de uma mesa-redonda na Câmara de Comércio Brasil-EUA, em Nova York.
Para Nilton Gamba Jr., diretor do departamento de Artes e Design da PUC-Rio, levar a exposição para Nova York é a representação de um movimento anticolonial:
PublicidadeA exposição consiste em uma instalação interativa com imagens, vídeos e sons, um documentário que registra a construção do último carro alegórico do desfile da Acadêmicos do Grande Rio de 2024, além das fantasias de todos os componentes.
“Antropocruzo” aborda a repercussão do Manto Tupinambá - um artefato ancestral dos povos originários brasileiros - em um desfile de carnaval, a partir da perspectiva de um método de memória e difusão, presente no Laboratório de Design de Histórias da PUC-Rio. O Manto Tupinambá foi representado na última alegoria do desfile, chamada de “Enquanto a onça não comer a lua”.
O projeto, resultado de uma oficina de capacitação para alunos da PUC-Rio, da UFRJ e do curso técnico do IFRJ, já existe há seis anos, e nasceu de uma parceria entre as instituições e a escola de samba. A capacitação se inicia na prototipagem das fantasias e vai até a finalização da etapa de confecção.
Durante a visita a Nova York, os representantes do projeto também irão participar de uma mesa-redonda na Câmara de Comércio Brasil-EUA, em Nova York.
Para Nilton Gamba Jr., diretor do departamento de Artes e Design da PUC-Rio, levar a exposição para Nova York é a representação de um movimento anticolonial:
“O laboratório da PUC-Rio foi o primeiro laboratório de design da América Latina a levar uma ação desse tipo, no âmbito de uma cultura local, para um país de língua inglesa; é levar para o fluxo contrário nossas práticas e métodos de trabalho, algo que era incomum no século passado”, diz o professor, que também é diretor-geral da exposição.
Já para Leonardo Bora, carnavalesco da escola de samba Acadêmicos do Grande Rio, a importância de participar dessa mostra em Nova York é muito grande porque revela o poder das artes produzidas pelas escolas de samba:
Já para Leonardo Bora, carnavalesco da escola de samba Acadêmicos do Grande Rio, a importância de participar dessa mostra em Nova York é muito grande porque revela o poder das artes produzidas pelas escolas de samba:
“O complexo cultural sambista é muito poderoso, reúne diversas linguagens artísticas em permanente diálogo e é preciso reverberar isso. Ocupar esse espaço é uma oportunidade de expor mensagens que as escolas de samba ritualizam, cantam e vivenciam”, afirma Leonardo.
Sobre o desfile da Grande Rio
Em 2024, os carnavalescos da Grande Rio Leonardo Bora e Gabriel Haddad levaram à Marquês de Sapucaí o enredo "Nosso destino é ser onça". Guiados pela narrativa mítica do livro “Meu destino é ser onça”, do escritor Alberto Mussa, eles propuseram uma reflexão sobre o simbolismo da onça na cena artístico-cultural brasileira, trazendo temas como antropofagia –de onde vem o nome da exposição - e encantamento, a partir da força do imaginário dos povos indígenas e do foco nos tupinambás.
Sobre o desfile da Grande Rio
Em 2024, os carnavalescos da Grande Rio Leonardo Bora e Gabriel Haddad levaram à Marquês de Sapucaí o enredo "Nosso destino é ser onça". Guiados pela narrativa mítica do livro “Meu destino é ser onça”, do escritor Alberto Mussa, eles propuseram uma reflexão sobre o simbolismo da onça na cena artístico-cultural brasileira, trazendo temas como antropofagia –de onde vem o nome da exposição - e encantamento, a partir da força do imaginário dos povos indígenas e do foco nos tupinambás.
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