Os valores de planos reajustados antes de setembro, no entanto, não serão revistos. A decisão deixou margem para manter o aumento, caso o contratante prefira. Os diretores da ANS afirmaram que a avaliação dos impactos desta suspensão, além de possíveis medidas futuras de "reequilíbrio" dos contratos, serão feitas em outro momento, sem fixar uma data
Fontes da agência dizem temer que, após a suspensão, haja uma confusão para decidir como será feito o reequilíbrio do contrato Um risco é que haja cobranças retroativas aos clientes no próximo ano.
A decisão foi aprovada por quatro dirigentes da agência. O diretor Rodrigo Aguiar se absteve. Ele afirmou que soube apenas meia hora antes que a reunião seria feita. Aguiar apontou que a suspensão chegou a ser debatida no fim de junho, mas não houve "sinalização" da agência de tomar uma decisão.
A ANS decidiu sobre os reajustes no dia seguinte a Maia afirmar que a Câmara iria reagir e votar projeto de lei para suspensão da alta das mensalidades, caso a agência não tomasse essa decisão. "Aumentar um plano em 25% é um desrespeito com a sociedade", criticou.
O presidente interino da ANS, Rogério Scarabel, disse na reunião "apoiar" cobranças de parlamentares e da sociedade. O diretor Paulo Rebello afirmou que houve redução de custos assistenciais na pandemia, pela redução da busca de cirurgias eletivas, por exemplo. "Apesar de reajustes se reportarem ao (custo do) ano anterior, não seria razoável se aplicar neste ano", disse.
A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) alega que reajustes usam como base os custos do ano anterior. A entidade afirma que recomendou a suspensão dos reajustes até julho. "Neste momento de pandemia o sistema de saúde passou por um período sem precedentes. O impacto da demanda reprimida dos atendimentos adiados ainda é desconhecido, pois somente agora o sistema de saúde caminha para a normalidade."