Publicado 21/03/2021 08:00 | Atualizado 15/09/2021 15:01
Rio - Apesar da alta da Selic (2,75% ao ano), anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última semana, a nova poupança segue como a opção com menor rentabilidade em todos os cenários: rendimento bruto (1,93%), rendimento líquido (1,93%) e rendimento real (- 2,56%). Foi o que indicou uma projeção realizada pelo Yubb, buscador de investimentos no país. Na prática, significa que investir na caderneta não apresenta a melhor saída. Confira quais são as aplicações mais rentáveis.
De acordo com a regra da nova poupança, para contas abertas a partir de 2012, o rendimento equivale a 70% da taxa básica de juros (Selic) mais TR (Taxa Referencial), atualmente zerada. Desta forma, a nova poupança renderá 1,93% ao ano - índice abaixo da inflação, o que indica uma "desvalorização" do dinheiro guardado na caderneta, já que o valor empregado não aumentou tanto quanto os preços.
"Mas ainda é melhor do que não deixar o dinheiro parado na conta ou gastar sem se prevenir contra os contratempos da economia e lentidão na vacinação, o que impede que as atividades sociais e o mercado funcionem normalmente", avalia o economista e professor do Ibmec RJ Gilberto Braga.
Com rendimentos líquido e bruto a 6,16%, apenas a poupança antiga, com depósitos feitos até maio de 2012, mostra índice de rentabilidade acima da inflação. No entanto, possui 1,49% de lucro real, ainda segundo a simulação. O Tesouro Selic, por exemplo, tem ganho de 2,65%, 2,12% e -2,37% nos três panoramas (bruto, líquido e real). Enquanto o CDB banco médio contabiliza, de acordo com a estimativa, 3,45%, 2,76%, -1,76%, respectivamente. Já o CDB banco grande tem 2,12%, 1,70% e -2,78% de rendimentos bruto, líquido e real.
Outras aplicações
Investimento/ Rendimentos bruto/ líquido/ real
LC 3,71%/ 2,97%/ -1,56%
LCA 2,60%/ 2,60%/ -1,91%
LCI 2,70%/ 2,70%/ -1,82%
RDB 3,60%/ 2,88%/ -1,64%
Debênture Incentivada 4,00%/ 4,00%/ -0,57%
Opções para investir
Para Luiz Fernando Carvalho, estrategista da Ativa Investimentos, as melhores aplicações para renda fixa são os indexados a taxas flutuantes: "À medida que a Selic sobe, os investimentos atrelados a juros também sobem. Investimentos em renda fixa, quando a taxa é flutuante, como, por exemplo, CDI ou IPCA, acompanham a taxa e são uma boa opção", indica.
"Se formos comparar dois investimentos com taxas flutuantes, CDI mais 3% ou IPCA mais 3%, por exemplo, eu ficaria com a segunda opção porque, no momento, a inflação está andando mais rápido do que a correção dos juros", orienta Carvalho.
O investidor deve "fugir" de quais investimentos no cenário atual? O especialista pondera que "o primeiro ponto é evitar produtos de risco elevado e, em segundo, verificar a taxa de remuneração do investimento. Em momentos de reajustes das condições de mercado e de ambiente de maior risco financeiro, o mais importante é preservar o valor do capital investido do que buscarmos taxas elevadas de remuneração", ensina.
Na avaliação de Gilberto Braga, com a subida dos juros, o Tesouro Direto, na modalidade IPCA volta a ser atraente, "porque garante a remuneração da inflação mais um ganho de juros. Deve-se evitar, para quem investe procurando segurança, os ativos chamados de renda variável, como a bolsa de valores, em que você pode ganhar muito ou até perder tudo", explica Braga.
Entenda o que motivou a alta
“Depois de aproximadamente seis anos, o Copom decidiu pela alta da Selic, o que fez com que os juros básicos da economia brasileira subissem 0,75%. O mercado acreditava que fosse subir 0,5%, esse aumento ainda maior mostra uma preocupação do Copom com inflação, alta do dólar, situação fiscal brasileira e instabilidade política, além de outros fatores”, explica Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb.
Pascowitch aponta três fatores que motivaram a alta da Selic. “O primeiro é a inflação, que está aumentando de forma ameaçadora. Então, o Banco Central e o Copom têm que fazer com que ela pare de subir. E o melhor instrumento do Bacen para isso é subir os juros. Subindo os juros, o crédito no Brasil fica mais caro, as taxas ficam mais altas e o consumo cai. Com o consumo em baixa, a inflação tende a cair também”.
Já os outros motivadores da alta da Selic correspondem ao mercado internacional. “O segundo ponto é que o dólar está muito alto. O Brasil precisa aumentar a sua taxa básica de juros para que os investidores estrangeiros voltem a investir em títulos públicos brasileiros. E, por fim, o terceiro ponto é a instabilidade fiscal. Com as despesas públicas ameaçando o teto de gastos, o investidor estrangeiro acaba se afastando. Portanto, ao aumentar os juros, o Risco Brasil também aumenta e o país volta a ser atrativo para o mercado internacional”, conclui.
Pascowitch aponta três fatores que motivaram a alta da Selic. “O primeiro é a inflação, que está aumentando de forma ameaçadora. Então, o Banco Central e o Copom têm que fazer com que ela pare de subir. E o melhor instrumento do Bacen para isso é subir os juros. Subindo os juros, o crédito no Brasil fica mais caro, as taxas ficam mais altas e o consumo cai. Com o consumo em baixa, a inflação tende a cair também”.
Já os outros motivadores da alta da Selic correspondem ao mercado internacional. “O segundo ponto é que o dólar está muito alto. O Brasil precisa aumentar a sua taxa básica de juros para que os investidores estrangeiros voltem a investir em títulos públicos brasileiros. E, por fim, o terceiro ponto é a instabilidade fiscal. Com as despesas públicas ameaçando o teto de gastos, o investidor estrangeiro acaba se afastando. Portanto, ao aumentar os juros, o Risco Brasil também aumenta e o país volta a ser atrativo para o mercado internacional”, conclui.
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