Publicado 12/06/2021 04:00
São Paulo - Apesar da pandemia de covid-19, a economia paulista deve crescer acima de 6% este ano, podendo chegar a 7,6%, segundo projeção feita pela Fundação Seade. Na quarta-feira passada (9), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que o PIB (Produto Interno Bruto) do estado aumentou quase 2% no primeiro trimestre de 2021 em relação ao último de 2020, de acordo com dados da Seade.
“Os números da Fundação Seade indicam que a economia de São Paulo cresceu quase 2% no primeiro trimestre de 2021, diante de um crescimento nacional de 1,2%. São Paulo cresceu, portanto, neste primeiro trimestre, quase o dobro do crescimento do Brasil”, afirmou Doria.
O resultado mostra que se mantém a tendência de aceleração de São Paulo. Em 2020, enquanto o PIB brasileiro recuou 4,1%, em linha com a economia mundial, São Paulo cresceu 0,3%, mesmo sob os efeitos da crise sanitária causada pelo coronavírus.
De acordo com o economista e professor da FGV/IBRE, Cláudio Considera, o estado apresenta o maior PIB do país, sendo responsável por cerca de 31% do PIB nacional. Em relação à importância da economia paulista para o resto do Brasil, ele explica que em SP está o principal parque industrial, concentrando 37% da Indústria de Transformação. "Em termos de indústria, Minas Gerais e Rio Grande do Sul têm em torno de 10% e 9%, respectivamente. Enquanto o Rio de Janeiro registra 5,5%", indica.
"Como é o estado mais populoso do país, há um efeito direto no dinamismo da economia nacional, impulsionado tanto pela demanda quanto pela oferta. O estado abriga a maior parte da produção industrial nacional", esclarece Thiago Sayão, economista e professor do Ibmec RJ.
Economia brasileira
O economista Mauro Osório comenta que a economia brasileira deve acelerar entre 4% e 5% neste ano, "mas parte disso vai ser uma recuperação relacionada às quedas passadas. Ainda não temos perspectiva de um crescimento consistente", avalia, acrescentando que, para uma recuperação sólida, serão necessárias estratégias de investimento público.
Sayão pondera que há uma perspectiva de retomada do crescimento reforçada pela estimativa de 4,5% para o PIB em 2021, divulgada pelo Banco Mundial. "Essa percepção pôde ser confirmada pelo crescimento de 1,2% no primeiro trimestre deste ano. Contudo, dados de desemprego - 14,7% no primeiro trimestre de 2021 - e expectativa de elevação da inflação são variáveis preocupantes, e impedem uma retomada mais sustentável", analisa.
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